O baterista Mike Mangini tem sido alvo de críticas desde que substituiu Mike Portnoy no Dream Theater, em 2010. E um dos principais argumentos dos fãs sobre Mangini é de que sua bateria não soa bem nos álbuns. Há quem diga que ele tenha uma pegada “robótica” demais, sem o mesmo sentimento que seu antecessor.
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Em entrevista concedida ao canal da gravadora InsideOut, transcrita pelo Ultimate Guitar, Mike Mangini justificou esse ponto e garantiu que isso não acontece em “Distance Over Time”, álbum mais recente da banda. O disco saiu na sexta-feira (22) e chega em edição nacional, pela Hellion Records, ainda neste mês de fevereiro.
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“O novo álbum se desenvolveu de forma diferente dos outros, porque fiz parte do processo de engenharia de som. Ao longo dos anos, falando com Jimmy T (engenheiro de som) sobre frequências que eu não queria na bateria, ele entendeu e fez o trabalho dele”, disse, inicialmente.
“Quando captamos o som inicial, digo que deve ser correto porque é o som que vamos tentar voltar ao início de cada música, para que o álbum seja consistente. Então, esperamos que seja bom o suficiente. Após gravar, eu ouço e penso: ‘soa como antes?’. Há uma musicalidade e há o computador. ‘Será que bati nas coisas certas, no volume correto?’. Há muitas batidas na bateria. Para mim, lá atrás, meus ouvidos pegam a bateria de forma diferente que qualquer microfone pode captar”, continuou.
Mangini destacou que a sua batida na caixa da bateria, por exemplo, é “tão forte que destruiria a janela”. “Eu bato muito forte, o que é interessante, pois muitos fãs pensam que é o contrário. É bizarro. Eu sei disso, porque é o que o engenheiro de som me fala. Os níveis de volume são destruidores, chega a distorcer. Também não parece, visualmente, porque eu pratico como Bruce Lee. Sabe aquele soco que derruba alguém a certa distância? Pratiquei isso por anos, durante quatro horas por dia”, afirmou.
Por fim, o músico reforçou que a etapa de mixagem, como esperado, sempre fica fora de seu alcance. “Depende de interpretações. Pessoas diferentes interpretam de formas diferentes. São times diferentes. E isso muda o formato. O som não é apenas uma pessoa. Eu toco e pronto. […] Porém, é bizarro, porque ninguém no mundo vai ouvir da mesma forma que eu, a não ser outros bateristas que conheçam a realidade. O mundo inteiro ouve em uma perspectiva diferente”, disse.
Mangini revelou, ainda, que costumava se questionar por que o som dele é interpretado de forma tão diferente. “É só porque as pessoas estão em um lugar diferente. A bateria soa diferente em alguns metros de distância”, afirmou.