Em 2016, o ator Sacha Baron Cohen chamou a atenção ao revelar, em entrevista a Howard Stern, que o projeto inicial do filme que se tornaria “Bohemian Rhapsody” era mostrar como o Queen seguiu sem Freddie Mercury, falecido em 1991. Cohen era, inclusive, cotado para assumir o papel do vocalista na produção. No entanto, o guitarrista Brian May desmentiu a declaração do intérprete, embora não o tenha citado, em recente bate-papo com a revista Classic Rock.
Na ocasião, Sacha Baron Cohen disse: “Não deveria ter ficado tanto tempo envolvido, pois na primeira reunião, anos atrás, um dos membros da banda disse: ‘esse filme será ótimo, porque o que acontece no meio é excelente’. Perguntei o que seria e ele respondeu: ‘Freddie morre, ué’. Deduzi que seria como ‘Pulp Fiction’, em que o meio é o fim, mas ele disse: ‘não, será normal’. Perguntei o que teria na segunda metade e ele explicou: ‘vamos mostrar como a banda seguiu em frente fazendo sucesso’. Eu falei: ‘cara, ninguém vai querer ver um filme em que o protagonista morre de Aids no meio e a carreira de seu grupo continua'”.
Brian May, por sua vez, destacou que as alegações sobre o projeto inicial do filme são “totalmente mentiras”. O guitarrista afirmou que o plano sempre foi encerrar o longa com o show do Live Aid, de 1985, visto por May como o auge do Queen.
“Há um ponto culminante ali. E sempre foi o caso, desde os primeiros roteiros. Sentimos que aquele era o auge, apesar do que algumas pessoas disseram à imprensa, que ‘sabem da p*rra toda’. Alguém cujo nome não será citado disse: ‘oh, eles vão mostrar Freddie morrendo no meio do filme e todo o resto será sobre a vida sem Freddie’. Totalmente mentira. É tudo sobre Freddie e acho que o Live Aid é um bom ponto para encerrar”, afirmou.
“Quem sabe, talvez o filme ganhe uma sequência”, concluiu May, aos risos e em tom de brincadeira.
– Cena do Live Aid em Bohemian Rhapsody foi filmada em um take só
O papel de Freddie Mercury em “Bohemian Rhapsody” acabou ficando com Rami Malek após Sacha Baron Cohen ter discordado do viés que o longa-metragem teria. Ele queria que a história mostrasse a vida pessoal de Mercury, com direito a classificação indicativa para maiores de 18 anos, enquanto que o roteiro indicava foco na trajetória profissional do cantor.
Durante a mesma entrevista à Classic Rock, Brian May disse que seria “um desastre” se Sacha Baron Cohen fosse escalado para o papel. “Acho que percebemos bem na hora o tamanho do desastre. E não era difícil perceber isso. Mas, sim, foi um dos problemas que quase tivemos. Acho que estávamos nervosos no começo, quando a seleção começou. É algo difícil de se pensar: alguém fazendo um papel sobre você”, disse.