O filme “Bohemian Rhapsody”, sobre o Queen, passa a impressão de que o vocalista Freddie Mercury (no longa-metragem, interpretado por Rami Malek) sofria com problemas relacionados à fama. E, em recente entrevista à Billboard, a escritora Lesley-Ann Jones, que escreveu um livro biográfico sobre o cantor, destacou que havia, sim, um conflito dele com a sua própria popularidade.
Segundo Lesley-Ann Jones, Freddie Mercury dizia que se sentia “aprisionado” pela fama e que desejava “anonimato e normalidade” por grande parte de sua vida. A obra da escritora, “Freddie Mercury: A biografia definitiva”, foi lançada originalmente em 2011 e voltou a ter boas vendas após “Bohemian Rhapsody”, o filme, ter feito sucesso.
A memória mais forte que Lesley-Ann Jones tem de Freddie Mercury é de uma noite em que ambos se sentaram, juntos, nos bancos às margens do Lago de Genebra em Montreux, Suíça, em 1986. “Naquela noite, Freddie falou sobre ser ‘aprisionado’ pela fama. Ele disse que queria ser enterrado naquele lugar, sem alarde, quando sua hora chegasse. Ele já sabia que seus dias estavam contados. Ele disse: ‘apenas me jogue nesse lago quando eu for embora'”, revelou a escritora.
– As agonizantes últimas horas de Freddie Mercury
A biógrafa destacou que Freddie Mercury era uma pessoa muito tímida. “Ele foi sincero comigo ao falar sobre as maneiras pelas quais a fama e a fortuna o comprometeram e até o arruinaram. Ele desejava anonimato e normalidade a maior parte do tempo”, afirmou.
Por fim, Lesley-Ann Jones disse que o filme “Bohemian Rhapsody” é uma “montagem superficial de momentos instantâneos”. “Freddie tinha 45 anos quando morreu. Nenhum filme de duas horas pode capturar toda a sua história ou essência. Sua vida e personalidade eram complicadas demais para isso”, afirmou a escritora, que destacou os anos de infância e adolescência de Mercury como “os mais fascinantes” – para ela, renderia um segundo filme.