O ator Rami Malek, que interpretará Freddie Mercury no filme biográfico do Queen, “Bohemian Rhapsody”, rebateu as críticas de que o longa-metragem ignora a sexualidade do vocalista. Em entrevista à revista “Attitude”, publicada no NME, o intérprete destacou que as prévias divulgadas até o momento são curtas e não indicam toda a abordagem da produção.
“É uma pena que as pessoas estejam fazendo comentários a partir de um teaser de um minuto, onde você só quer conferir a música. Não acho que o filme evite sua sexualidade ou sua doença arrasadora, que é a Aids. Não sei como seria possível evitar isso, ou se alguém queria evitar. É um pouco absurdo que alguém esteja nos julgando por um trailer de um minuto”, afirmou.
Malek disse, ainda, que os problemas de saúde de Mercury teriam de ser abordados de uma forma “delicada”. “Não se pode fugir disso. Foi um momento importante para se ter no filme. O final é muito triste, mas é, também, empoderador. Ele mostra o quão resilientes os seres humanos podem ser e como confiamos na força dos nossos amigos e familiares para superar tempos difíceis. Essa pandemia ainda é uma ameaça horrível para tantas pessoas no mundo. Ela existe como uma realidade para tantos que acho que seria uma vergonha não lidar com isso”, disse.
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Entenda o caso
As acusações ganharam força logo quando o primeiro trailer de “Bohemian Rhapsody” foi divulgado, em maio deste ano. Uma das críticas mais fortes veio do produtor Bryan Fuller (“Star Trek: Discovery”, “Hannibal”). Ele destacou que o vídeo mostra Freddie Mercury flertando com mulheres e que a descrição do vídeo, divulgada pela 20th Century Fox em seu canal no YouTube, apenas cita que ele enfrentou uma “doença com risco de vida”.
“Querida 20th Century Fox… sim, foi uma doença com risco de vida, mas, mais especificamente, era Aids. Por ter feito sexo gay com homens. Faça melhor”, escreveu Fuller, usando a hashtag #hetwashing – indicando algo próximo a “filtragem heterossexual”.
Já faz algum tempo que o guitarrista Brian May e o baterista Roger Taylor estão com o conceito de “Bohemian Rhapsody” finalizado – eles serão, inclusive, os produtores executivos do longa. Em entrevistas, eles afirmam que a ideia é fazer um filme mais “familiar”, que pode, de certa forma, ocultar detalhes sobre a vida pessoal de Freddie Mercury.
O cantor era bissexual, mas May e Taylor já revelaram, anteriormente, que a orientação sexual do vocalista não era conhecida por eles nos tempos de Queen. A ausência de menções à sexualidade de Mercury teriam feito, inclusive, com que o ator Sacha Baron Cohen – inicialmente cotado para interpretá-lo no filme – desistisse do papel.
“Bohemian Rhapsody” vai retratar a trajetória do Queen sob a ótica do vocalista Freddie Mercury, falecido em 1991. A cinebiografia conta com as atuações de Rami Malek (Freddie Mercury), Gwilym Lee (Brian May), Joseph Mazzello (John Deacon) e Ben Hardy (Roger Taylor).
A estreia está marcada para o próximo dia 1° de novembro.