O guitarrista Noel Hogan anunciou, em entrevista ao The Guardian, que os Cranberries vão encerrar suas atividades após o lançamento do próximo disco da banda, intitulado “In The End”. O fim do grupo era esperado, já que sua vocalista e principal figura, Dolores O’Riordan, morreu no início deste ano, aos 46 anos, em decorrência de uma intoxicação alcoólica.
“Vamos fazer esse disco e, então, será isso. Não há motivo para continuar”, disse Noel Hogan ao The Guardian.
A reportagem revela, ainda, que “In The End” já estava próximo de ser finalizado quando Dolores O’Riordan faleceu. Apenas detalhes ficaram pendentes para conclusão. O baixista Mike Hogan, irmão de Noel, relembrou a etapa final do trabalho em cima do disco.
“A gente se cruzava pelo corredor. Dolores dizia: ‘sabe aquela coisa que você gravou?’. Eu dizia: ‘aquela coisa que eu demorei cinco horas para deixar tudo certo?’. Ela: ‘sim, não está funcionando!’. Desta vez, havia noites em que ficávamos esperando, olhando até que ela entrasse pela porta”, disse o baixista. “Esperando que ela chegasse. Eu estava tão exausto. Não fisicamente, mas mentalmente. Os meses após o falecimento de Dolores foram intensos”, completou Noel Hogan.
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Detalhes sobre “In The End”, como lista de faixas e data para lançamento, ainda serão divulgados. O álbum será o sétimo da discografia de inéditas dos Cranberries e sucederá “Roses”, de 2012 – “Something Else”, divulgado em abril de 2017, traz três faixas novas e 10 músicas antigas em formato orquestrado.
Dolores O’Riordan foi encontrada morta no último dia 15 de janeiro, aos 46 anos. Ela sofreu uma intoxicação alcoólica, conforme laudo médico revelado no início deste mês. O falecimento ocorreu em circunstância acidental, sem indício de ferimento em seu corpo.
O corpo de Dolores foi encontrado submerso na banheira do quarto de um hotel em Londres, Inglaterra, onde ela estava hospedada. A vocalista estava na cidade para gravar uma participação em um cover que a banda Bad Wolves faria para a música “Zombie”, maior sucesso dos Cranberries – a canção foi regravada pelo grupo sem os vocais de Dolores e a renda obtida com a versão (US$ 250 mil, mais de R$ 900 mil) foi doada à família da artista.
De acordo com o laudo, Dolores O’Riordan tinha, em seu sangue, 330 mg de álcool para cada 100 ml de sangue. A proporção é quatro vezes maior do que a permitida pela lei da Inglaterra para dirigir. Garrafas vazias, incluindo uma de champanhe, foram encontradas no quarto de hotel onde a cantora estava hospedada, bem como remédios prescritos.
