Os 15 anos de ‘Meteora’, que consolidou o sucesso do Linkin Park

Linkin Park – “Meteora”
Lançado em 25 de março de 2003

Muitos músicos já destacaram que cada banda ou artista solo tem a vida toda para fazer seu disco de estreia, mas possui apenas alguns meses ou anos para preparar o segundo álbum. Por vezes, a pressão se reflete no preparo e o resultado não é tão bom. Felizmente, não foi o caso do Linkin Park.

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Após ter lançado “Hybrid Theory” (2000) e se transformado em uma das bandas de rock mais importantes do início do século, o Linkin Park caiu na estrada e, nos intervalos dos compromissos de turnê, os músicos começaram a trabalhar em músicas para o segundo disco, que viria a ser “Meteora”. No entanto, o grupo não se apressou em gravá-lo: em vez disso, o sexteto divulgou “Reanimation” (2002), composto somente de remixes das faixas de “Hybrid Theory”.

Notavelmente, o Linkin Park ganhou tempo para aperfeiçoar o material que viria a compor “Meteora” – especialmente porque “Reanimation” fez tanto sucesso que se tornou o quarto disco de remixes mais vendido da história da música. Entre abril e dezembro de 2002, “Meteora” foi gravado com a produção de Don Gilmore e co-produção da própria banda.

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Já que “Meteora” deveria ser feito em pouco tempo, os membros do Linkin Park adotaram uma curiosa organização para a sua composição: os músicos foram separados em duplas, para o processo render mais, e Mike Shinoda acompanhou todos os trabalhos. A ideia era tornar a concepção mais eficiente, mas a fragmentação não trouxe resultados muito heterogêneos. E o motivo é simples: a banda sabia o que queria fazer.

Musicalmente, “Meteora” soa como uma sequência natural de “Hybrid Theory”. É mais bem produzido e um pouco mais maduro, mas ainda traz o som que havia consagrado o Linkin Park anos antes: uma mistura entre elementos de nu metal, rap rock e, por que não, pop rock. A proposta era, sim, comercial, mas não abria mão da qualidade e continha identidade e sinceridade o bastante para refletir, em letras ou melodias, as angústias de uma nova geração de fãs de rock.

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Os três primeiros singles foram os maiores responsáveis pelo sucesso de “Meteora”. A primeira música de divulgação foi a padronizada “Somewhere I Belong”, com todos os elementos da fórmula do Linkin Park. Depois, a agressiva “Faint” mostrou um lado mais acelerado e extremo da banda. Por fim, a semi-balada “Numb” apostou em cheio no elemento de identificação – a letra parece se encaixar, perfeitamente, na interpretação e personalidade do vocalista Chester Bennington.

A melódica “From The Inside” e a carismática “Breaking The Habit”, também lançadas como single, são outros destaques de “Meteora”. Entre as “lado B”, é importante citar a pesada “Lying From You”, a idealmente nu metal “Figure.09” e o rap “Nobody’s Listening”.

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Com um bom resultado artístico, o sucesso de “Meteora” foi inevitável. O álbum praticamente repetiu o sucesso de seu antecessor ao atingir a primeira posição das paradas dos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Itália, Portugal, Suécia, Espanha e Suíça, entre outros.

Em função disso, o álbum conquistou discos múltiplos de platina em diversos lugares do mundo, como Estados Unidos (7x platina), Alemanha (7x), Austrália (4x), França (3x) e Reino Unido (2x platina), entre outros. Até no Brasil, o registro conquistou platina, após 125 mil unidades comercializadas. No total, até os dias de hoje, “Meteora” contabiliza mais de 27 milhões de cópias vendidas. E, seja pelos números conquistados ou pela proposta artística em si, as músicas ali contidas ainda soam relevantes.

Sempre sincero em seu direcionamento, o Linkin Park decidiu, após “Meteora”, que não iria repetir mais a fórmula de consagração. “Minutes to Midnight”, lançado quatro anos depois – em 2007 -, já trouxe uma abordagem diferente, assim como os quatro sucessores até o suicídio de Chester Bennington, em 2017. Embora a opção artística da banda seja respeitável e “Minutes to Midnight” tenha segurado parte do sucesso dos antecessores, é seguro dizer que o sucesso de “Meteora” (e “Hybrid Theory”) nunca mais seria repetido a partir de então.

Chester Bennington (vocais)
Mike Shinoda (rap vocals; guitarra base nas faixas 3, 5, 6, 7, 10, 15 e 16); teclados nas faixas 5, 6, 8 e 9; piano nas faixas 12 e 13); samples; arranjos de corda nas faixas 7 e 9)
Brad Delson (guitarra)
Dave “Phoenix” Farrell (baixo)
Joe Hahn (samples e programação)
Rob Bourdon (bateria)

Músicos adicionais:
David Campbell (arranjos de corda nas faixas 7 e 9)
Joel Derouin, Charlie Bisharat, Alyssa Park, Sara Parkins, Michelle Richards e Mark Robertson (violino)
Evan Wilson, Bob Becker (viola de arco)
Larry Corbett, Dan Smith (violoncelo)
David Zasloff (flauta shakuhachi na faixa 11)

1. Foreword
2. Don’t Stay
3. Somewhere I Belong
4. Lying From You
5. Hit The Floor
6. Easier To Run
7. Faint
8. Figure.09
9. Breaking The Habit
10. From The Inside
11. Nobody’s Listening
12. Session
13. Numb

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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