10 bandas que fizeram turnê de despedida, mas voltaram

Quem nunca se arrependeu do que disse, que atire a primeira pedra. Mas em casos de grandes artistas, com forte exposição midiática, nem sempre é possível voltar atrás e ser compreendido.

As dez bandas listadas abaixo anunciaram que encerrariam suas atividades ou que não fariam mais turnês, mas voltaram atrás em suas decisões. Alguns grupos retornaram de forma natural, enquanto outros parecem ter forçado a barra.

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Veja:

The Band

Pioneiros em não cumprirem o “adeus”, a The Band anunciou, em 1976, que faria um show de despedida. “The Last Waltz” foi gravado em vídeo, com direção de Martin Scorsese, e é um dos grandes marcos da chamada “música audiovisual”.

Um ano após o show, já havia um sinal de que o “adeus” não seria cumprido: a banda lançou o disco “Islands”, com um misto de músicas autorais e covers. “The Last Waltz”, por sua vez, só foi lançado em 1978.

Mas a decisão de se afastar das tours só foi quebrada, mesmo, em 1983, quando o grupo retomou os trabalhos sem o guitarrista Robbie Robertson. A Band continuou em atividade até 1999, quando morreu o baixista e vocalista Rick Danko.

The Who

A última turnê do The Who com o baterista Kenney Jones também seria a tour final da banda. Na ocasião, eles divulgavam o álbum “It’s Hard” e excursionaram de setembro a dezembro de 1982, pela América do Norte, após fazerem dois shows de aquecimento na Inglaterra.

Em um primeiro momento, Pete Townshend disse que levaria a turnê para o Reino Unido. Contudo, logo os músicos mudaram de ideia e anunciaram que aquela tour pela América marcaria o fim da banda.

O The Who só ficou adormecido por três anos: o grupo se reuniu pela primeira vez em 1985 e contou com retornos esporádicos nos anos de 1988, 1989, 1990, 1991 e 1994, até que, em 1996, retomaram as atividades em definitivo.

Status Quo

Em 1984, o Status Quo deu início à turnê “End of the Road”, com datas por toda a Europa. A ideia era que a banda continuasse a existir e lançar discos, mas sem mais tours.

Não foi o que aconteceu. Logo em 1985, voltaram a tocar ao vivo no Live Aid e, em abril de 1986, deram início à turnê “Quo’s Back Tour”.

Ozzy Osbourne

Mesmo após ter lançado um disco excelente – “No More Tears” – em 1991, Ozzy Osbourne decidiu se aposentar. O anúncio foi feito na primeira metade de 1992. Na época, Ozzy afirmou que estava cansado das turnês e da sua própria imagem de “trevoso”.

Posteriormente, Ozzy revelou que também quis parar após ter sido diagnosticado com esclerose múltipla, no início daquele ano. No entanto, os médicos erraram na conclusão: na verdade, ele tinha a raríssima Síndrome de Parkin, um problema genético com sintomas semelhantes aos do Mal de Parkinson.

A turnê “No More Tours” foi feita, ainda em 1992, com shows pela América do Norte. Várias datas foram canceladas – a maior parte, porque Ozzy quebrou o tornozelo. A tour chegou ao fim em novembro do mesmo ano, mas não aguentou ficar mais do que três anos parado: em 1995, divulgou o disco “Ozzmosis” e voltou aos palcos.

– Veja também: Quando Ozzy Osbourne se aposentou, mas logo desistiu

Black Sabbath

Antes da aposentadoria das turnês sacramentada em 2017, o Black Sabbath já havia tentado se retirar dos palcos. Em 1999, o grupo anunciou que faria uma turnê de despedida, por América do Norte e Europa.

Não houve, exatamente, um anúncio: a empresária Sharon Osbourne promovia, com o consentimento do grupo, o show sob a alcunha “The Last Supper”. Em um dos flyers, promete-se o último show nos Estados Unidos.

A ideia acabou não vingando. O Black Sabbath se “despediu”, mas voltou em 2004, quando tocaram no Ozzfest. Um novo hiato ocorreu a partir de 2006 e só foi encerrado em 2011, com a reunião que teria Bill Ward.

KISS

O caso mais indiscreto dessa lista. Após duas turnês com a formação original reunida, o KISS anunciou que encerraria suas atividades, mas, antes, realizariam a “Farewell Tour”. A excursão rodou pela América do Norte em 2000.

O contrato do baterista Peter Criss se encerrava após o último show de 2000, mas foram marcadas datas em 2001, na Ásia e na Austrália. Não foi possível renovar com Criss, então, Eric Singer assumiu o posto.

Em 2002, já sem Ace Frehley, mas com Peter Criss de volta, a banda anunciou que não se aposentaria. No ano seguinte, foi realizada a “World Domination Tour”, com o guitarrista Tommy Thayer no posto de Ace Frehley.

O contrato de Peter Criss, novamente, não foi renovado e ele deixou o Kiss. Em 2004, o grupo voltou com Eric Singer, além de Tommy Thayer. Em entrevistas, os líderes e remanescentes, Paul Stanley e Gene Simmons, explicaram que não queriam encerrar a banda, apenas se “livrarem” de Ace Frehley e Peter Criss.

– Veja também: A reunião da formação original do KISS

Mr. Big

Após duas turnês com o guitarrista Richie Kotzen no lugar do original, Paul Gilbert, o Mr. Big anunciou que faria uma turnê de despedida, que rodou, especialmente, a Ásia. Foi o que o baixista Billy Sheehan topou, visto que ele já estava praticamente fora da banda na época – o músico pouco participou do disco “Actual Size” (2001).

Os shows foram feitos e um DVD, intitulado “Farewell Live In Japan”, registrou a última apresentação, em Tóquio, Japão. Anos depois, em 2009, a banda reconsiderou a decisão e voltou com Paul Gilbert. Os músicos seguem na ativa, apesar de Pat Torpey estar com Mal de Parkinson. Ele ainda acompanha o grupo e toca percussão em algumas canções.

– Veja também: Richie Kotzen sofreu mais no Mr. Big do que no Poison

Nine Inch Nails

Em 2009, Trent Reznor anunciou a “Wave Goodbye Tour”, que colocaria fim na rotina de estrada do Nine Inch Nails. O nome do grupo não deixaria de ser usado, mas turnês não rolariam mais, segundo Reznor.

Ele chegou a alfinetar Gene Simmons, do Kiss, para justificar sua decisão. Disse que não queria acabar como o Demon, que, segundo ele, é um homem velho que se veste de palhaço para proporcionar entretenimento a crianças.

A “Wave Goodbye Tour” chegou ao fim em setembro de 2009, mas o Nine Inch Nails voltou aos palcos em 2013. A “Twenty Thirteen Tour” contou com mais de 100 apresentações entre 2013 e 2014.

Scorpions

Em 2010, o Scorpions anunciou que “Sting In The Tail” seria o último disco da banda. A turnê que o promoveria, na sequência, também seria a final da carreira do grupo.

A “Get Your Sting and Blackout World Tour” foi lançada e logo se tornou “Final Sting World Tour”. Durou de 2010 a 2012 e passou por Europa, Ásia e Américas do Norte e Sul – inclusive, com duas passagens pelo Brasil, em 2010 e 2012.

Contudo, nenhuma das declarações se confirmou. Ao longo da própria turnê, a banda disse que havia reconsiderado a decisão e que seguiria excursionando futuramente. Um novo disco, intitulado “Return To Forever”, chegou a público em 2015.

Judas Priest

Em 2011, o Judas Priest anunciou a “Epitaph World Tour”. Seria a última turnê da banda, com início em 2011 e fim em 2012. A tour passou por Américas do Norte e Sul, Europa e Ásia.

Antes da turnê ter início, o guitarrista K.K. Downing anunciou sua saída. O jovem Richie Faulkner, à época com 31 anos, o substituiu.

A decisão de encerrar as atividades foi reconsiderada. O Judas Priest anunciou que continuaria, antes mesmo da turnê chegar ao fim, graças à energia que Faulkner teria dado à banda. O grupo voltou a excursionar em 2014, para promover o disco “Redeemer Of Souls”.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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