Quem tem o hábito de ouvir discos completos, do início ao fim, consegue notar que há trabalhos menos inspirados com uma ou outra faixa que se destacam. E isso acontece, até mesmo, com trabalhos de bandas clássicas.
A lista abaixo apresenta 10 boas músicas presentes na tracklist de discos que não são realmente bons. Alguns trabalhos citados são ruins; outros, apenas razoáveis.
Veja:
AC/DC – “For Those About to Rock (We Salute You)” (“For Those About To Rock”, 1981)
A música “For Those About to Rock (We Salute You)” fez com passasse batido o fato de que “For Those About To Rock” não é um disco tão bom. O álbum tenta repetir a fórmula de “Back In Black” da cabeça aos pés, só que sem muitos acertos. Com exceção da citada, faixas deste trabalho não foram tocadas com frequência nos shows de turnês subsequentes.
Alice Cooper – “I Better Be Good” (“Zipper Catches Skin”, 1982)
Um dos discos que Alice Cooper sequer se lembra de ter feito, visto que estava viciado em drogas – até crack, Cooper consumia naquela época. Na contramão, “I Better Be Good” é um momento divertido de um álbum confuso, que flerta com o punk e a new wave sem muito critério.
Black Sabbath – “Dirty Women” (“Technical Ecstasy”, 1976)
“Technical Ecstasy” tem bons momentos, mas “Dirty Women” destoa das demais faixas. Também poderia citar “It’s Alright”, mas essa carismática faixa, tão simplória, pouco soa como Black Sabbath. É quase uma vinheta.
Gotthard – “Starlight” (“Firebirth”, 2012)
Substituir Steve Lee não é uma tarefa fácil. Nic Maeder tem tentado e é um bom cantor, mas não tem a pegada única e a inspiração para compor que Lee tinha. “Starlight” é um dos raros momentos acima da média na discografia recente do grupo suíço.
Iron Maiden – “The Clansman” (“Virtual XI”, 1998)
Em meio ao pouco inspirado “Virtual XI”, “The Clansman” se destaca como uma música muito bem trabalhada. Seus nove minutos quase progressivos mostram a linha que o Maiden seguiria nos discos futuros, já com Bruce Dickinson de volta.
Kiss – “Tomorrow” (“Unmasked”, 1980)
“Unmasked” é o disco que somente fãs do Kiss (como eu) conseguem gostar. É um mergulho definitivo à dance/pop music e tem vários erros em produção e composição – apesar dos bons refrães aqui presentes. “Tomorrow”, por outro lado, é uma faixa que se sobressai. Bom momento de Paul Stanley, que, àquela altura, trabalhava quase sozinho em suas canções – ele toca o baixo e a guitarra solo dessa faixa.
Megadeth – “Prince Of Darkness” (“Risk”, 1999)
Um dos poucos momentos metálicos de “Risk”, “Prince Of Darkness” é a música certa no disco errado. Provavelmente, seria melhor reconhecida se estivesse em um trabalho como “Youthanasia”.
Queen – “Under Pressure” (“Hot Space”, 1982)
O fraco “Hot Space” tem um momento incrível logo em sua última faixa: a clássica “Under Pressure”, gravada em parceria com David Bowie. Uma das músicas definitivas do Queen.
Ratt – “Way Cool Jr.” (“Reach For The Sky”, 1988)
O “hairy blues metal” do Ratt em “Way Cool Jr.” é o único momento de real proveito em “Reach For The Sky”, o último disco da banda feito em parceria com o produtor Beau Hill. Nas demais faixas, o grupo soa cansado e sem inspiração.
Van Halen – “Without You” (“Van Halen III”, 1998)
Até o pior disco do Van Halen não consegue ser de todo ruim. “III” tem bons momentos, atrapalhados por uma produção ruim e pouco cuidado com as composições. “Without You” é a melhor faixa, graças, especialmente, à genialidade de Eddie Van Halen em seus fraseados.