Em 11 de novembro de 1976, o KISS colocava, no mercado, um de seus grandes clássicos. Muito além disso: é um dos álbuns que resumem a essência da formação que consagrou o grupo, formada por Paul Stanley, Gene Simmons, Ace Frehley e Peter Criss.
Um ano antes, o KISS finalmente saía da miséria, graças a “Alive!”. Impulsionados pelo hit “Rock And Roll All Nite”, o grupo começou a despontar. “Destroyer”, feito no início de 1976, consolidou o quarteto como referência. O projeto se expandia.
Mas “Destroyer” rachou a banda de uma forma que não possibilitava recuperação. A diferença entre os objetivos da dupla Paul Stanley/Gene Simmons e os problemas com Ace Frehley e Peter Criss, seja com tóxicos, seja com a falta de ambição, se tornaram nítidos enquanto registravam o disco ao lado de Bob Ezrin.
“Rock And Roll Over” foi a forma que o KISS encontrou para amenizar os próprios ânimos. Para isso, fizeram um disco menos planejado e gravado quase todo ao vivo, diferente de “Destroyer”.
Menos aventureiro, “Rock And Roll Over” é o disco que melhor resume o que o KISS fazia ao vivo – fora, evidentemente, os live albums. Músicas curtas (a mais longa tem 3min47seg), em formação guitarra-baixo-bateria, refrões fortes, riffs aparecidos e versatilidade vocal – Paul Stanley e Gene Simmons cantam quatro faixas cada e Peter Criss assume o microfone de outras duas por aqui.
Em “Rock And Roll Over”, há de se destacar, também, que as particularidades começavam a tomar forma. Não há nenhuma canção feita pela dupla dinâmica Paul Stanley e Gene Simmons – apenas separados. Ace Frehley não contribuiu com nenhuma composição, e Peter Criss só colaborou com “Baby Driver”, feita em parceria com o ex-companheiro de Lips e Chelsea, Stan Penridge.
O sucesso, inevitável, bateu novamente na porta dos quatro mascarados. Aliás, foi ainda maior: “Rock And Roll Over” foi o primeiro trabalho do Kiss a conquistar disco duplo de platina nos Estados Unidos, por duas milhões de cópias vendidas.
Particularmente, entre as minhas prediletas, estão a cativante “Mr. Speed”, a roqueira “Ladies’ Room” e a balada semi-country “Hard Luck Woman”, composta por Paul e cantada por Peter após Rod Stewart, o alvo da composição, ter rejeitado gravá-la em sua carreira solo. Mas todo o disco é impecável.
Infelizmente, a formação original do KISS nunca mais voltou a esse padrão de qualidade. “Love Gun” tem boas músicas, mas não é inteiro bom. E, depois dele, o quarteto nunca mais gravou um disco completo na íntegra. Uma pena.
Paul Stanley (vocal, guitarra)
Gene Simmons (vocal, baixo)
Ace Frehley (guitarra)
Peter Criss (vocal, bateria)
01. I Want You
02. Take Me
03. Calling Dr. Love
04. Ladies Room
05. Baby Driver
06. Love ‘em and Leave ‘em
07. Mr. Speed
08. See You in Your Dreams
09. Hard Luck Woman
10. Makin’ Love