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Axl Rose, o nome de 2016

Quem não gosta ou não aguenta mais ouvir falar de Axl Rose, deve se afastar dos noticiários especializados em rock e metal durante, pelo menos, o ano inteiro. Ele é o nome da vez. E faz sentido.

Já nos primeiros dias do ano, o rumor de que Slash e Duff McKagan estariam de volta ao Guns N’ Roses se confirmou. As primeiras apresentações estão acontecendo e, apesar da volta de dois importantes músicos da formação clássica, só se fala em Axl Rose. Elogios à voz do cantor compõem a maioria dos comentários em redes sociais e textos opinativos de imprensa e fansites.

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Como se não bastasse, o rumor de que Axl Rose substituiria Brian Johnson, mesmo que temporariamente, no AC/DC colocou ainda mais holofotes em cima do vocalista. O boato começou infundado, mas ganhou força nas últimas semanas. Agora, Rose está à frente de um Guns N’ Roses parcialmente reunido – e com imenso poder de mídia – e de um AC/DC desmembrado, em uma parceria curiosa.


A verdade é que esse tem sido o ano de Axl Rose porque ele resolveu que fosse. Ok, a oportunidade no AC/DC foi um (infeliz) acaso, mas o cantor sempre optou por ficar recluso e resistiu, durante muitos anos, em fazer a coisa certa: aceitar os músicos (seja alguns, seja todos) que fizeram, ao lado dele, que o Guns N’ Roses fosse grande.

A mente de Axl Rose é um intrigante mistério justamente porque suas atitudes nas últimas duas décadas foram controversas e raramente ele se preocupou em dar explicações. Por que tantas mudanças de formação nos últimos tempos? Por que demorar tanto para soltar “Chinese Democracy” – sendo que a maior parte das músicas já havia vazado em versões demo? Por que existia uma dificuldade tão grande em fazer (ou encerrar) uma grande turnê com as formações anteriores? Por que evitar e demonizar a imprensa? Por que só voltar com Slash e Duff McKagan agora?

Provavelmente todas essas perguntas têm respostas. Mas Axl Rose prefere não respondê-las. Há, ainda, questionamentos ligados à sua entrada ao AC/DC. Mas se Rose não vai sanar as dúvidas, imagine Angus Young, que é ainda mais recluso?!

O mistério em torno de Axl Rose colabora para a imagem lendária que ele parece gostar de ter. O vocalista não se importa nem mesmo de ser o vilão de toda a história de sua vida – seja em questões ligadas à banda, quando, por exemplo, foi “acusado” de “expulsar” todos os músicos do Guns N’ Roses a partir da segunda metade dos anos 1990; seja em questões pessoais, quando, por exemplo, foi acusado (sem aspas) de agredir suas ex-mulheres e preferiu fazer acordos milionários para que os julgamentos não fossem adiante.

São muitas perguntas e poucas respostas. Só sabemos que 2016 será o ano de Axl Rose, em função de uma decisão correta e um acaso como combustível. E seguiremos sem saber, da boca de Rose, os motivos que fizeram de 2016 o ano dele. No fim das contas, talvez seja mais divertido assim.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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Quem não gosta ou não aguenta mais ouvir falar de Axl Rose, deve se afastar dos noticiários especializados em rock e metal durante, pelo menos, o ano inteiro. Ele é o nome da vez. E faz sentido.

Já nos primeiros dias do ano, o rumor de que Slash e Duff McKagan estariam de volta ao Guns N’ Roses se confirmou. As primeiras apresentações estão acontecendo e, apesar da volta de dois importantes músicos da formação clássica, só se fala em Axl Rose. Elogios à voz do cantor compõem a maioria dos comentários em redes sociais e textos opinativos de imprensa e fansites.

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Como se não bastasse, o rumor de que Axl Rose substituiria Brian Johnson, mesmo que temporariamente, no AC/DC colocou ainda mais holofotes em cima do vocalista. O boato começou infundado, mas ganhou força nas últimas semanas. Agora, Rose está à frente de um Guns N’ Roses parcialmente reunido – e com imenso poder de mídia – e de um AC/DC desmembrado, em uma parceria curiosa.


A verdade é que esse tem sido o ano de Axl Rose porque ele resolveu que fosse. Ok, a oportunidade no AC/DC foi um (infeliz) acaso, mas o cantor sempre optou por ficar recluso e resistiu, durante muitos anos, em fazer a coisa certa: aceitar os músicos (seja alguns, seja todos) que fizeram, ao lado dele, que o Guns N’ Roses fosse grande.

A mente de Axl Rose é um intrigante mistério justamente porque suas atitudes nas últimas duas décadas foram controversas e raramente ele se preocupou em dar explicações. Por que tantas mudanças de formação nos últimos tempos? Por que demorar tanto para soltar “Chinese Democracy” – sendo que a maior parte das músicas já havia vazado em versões demo? Por que existia uma dificuldade tão grande em fazer (ou encerrar) uma grande turnê com as formações anteriores? Por que evitar e demonizar a imprensa? Por que só voltar com Slash e Duff McKagan agora?

Provavelmente todas essas perguntas têm respostas. Mas Axl Rose prefere não respondê-las. Há, ainda, questionamentos ligados à sua entrada ao AC/DC. Mas se Rose não vai sanar as dúvidas, imagine Angus Young, que é ainda mais recluso?!

O mistério em torno de Axl Rose colabora para a imagem lendária que ele parece gostar de ter. O vocalista não se importa nem mesmo de ser o vilão de toda a história de sua vida – seja em questões ligadas à banda, quando, por exemplo, foi “acusado” de “expulsar” todos os músicos do Guns N’ Roses a partir da segunda metade dos anos 1990; seja em questões pessoais, quando, por exemplo, foi acusado (sem aspas) de agredir suas ex-mulheres e preferiu fazer acordos milionários para que os julgamentos não fossem adiante.

São muitas perguntas e poucas respostas. Só sabemos que 2016 será o ano de Axl Rose, em função de uma decisão correta e um acaso como combustível. E seguiremos sem saber, da boca de Rose, os motivos que fizeram de 2016 o ano dele. No fim das contas, talvez seja mais divertido assim.

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Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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