EP “The End” traz boas sobras passadas do Black Sabbath

Black Sabbath – “The End” [2016]
O lançamento do EP “The End” me pegou de surpresa, pois os integrantes do Black Sabbath já davam indícios, em entrevistas, de que não lançariam material novo. Ou seja, o ótimo “13” [2013] seria mesmo a despedida da banda.
Recebi o novo trabalho com felicidade, já que defendia, até em outros textos, que algo inédito deveria ser lançado para realmente marcar a despedida. O formato é reduzido – são apenas quatro músicas inéditas, enquanto outras quatro faixas foram gravadas da turnê de “13” –, mas, ainda assim, cria expectativas.
“The End” entrega exatamente o que eu esperava: sobras de “13”. As quatro faixas poderiam se encaixar perfeitamente no disco e soam, tanto em produção quanto em performance, como se realmente tivessem sido gravadas naquela época. Até Brad Wilk está lá, mandando bem na bateria.
“Season Of The Dead” não abre o álbum de forma muito empolgante, porque, de início, se parece demais com “Dear Father”, do álbum anterior. A partir dos 3 minutos, todo o andamento da canção muda, em uma jogada típica de Tony Iommi. Porém, infelizmente, volta para o riff inicial dois minutos depois. Não há nenhum solo de guitarra. E antes que você se pergunte: sim, a faixa é extensa, pois tem sete minutos de duração.
“Cry All Night” já é mais divertida. Começa arrastada, mas logo descamba para um ritmo mais agitado. Os riffs são muito bons e o solo em melodia lenta no meio da canção também impressiona. “Take Me Home” começa forte logo de início, com uma boa linha de bateria de Brad Wilk. O baixo de Geezer Butler também aparece mais. Tem até um violão erudito, no meio da canção, que funcionou muito bem. Poderia estar em “13” sem problemas.
“Isolated Man” fecha a parte inédita com destaques para Ozzy Osbourne, que canta em duas trilhas de vozes sincronizadas – uma mais grave e outra, mais aguda. Tony Iommi está inspirado nos riffs. Na segunda metade, o andamento muda e a voz de Ozzy também. O solo é de tirar o fôlego.
As quatro gravações ao vivo servem para encher linguiça. Apesar da seleção privilegiar músicas do “13” – foram três do disco cheio mais recente –, a performance não é tão empolgante, assim como a qualidade da gravação, que nem parece um registro oficial.
“The End” é breve e suas inéditas se parecem muito com o trabalho já apresentado em “13”. Ainda assim, empolga. É trabalho para fã – tanto que só será vendido em turnê. E que o Black Sabbath descanse em paz.
Nota 7
Ozzy Osbourne (vocal)
Tony Iommi (guitarra)
Geezer Butler (baixo)
Brad Wilk (bateria de 1 a 4)
Tommy Clufetos (bateria de 5 a 8)
1. Season Of The Dead
2. Cry All Night
3. Take Me Home
4. Isolated Man
5. God Is Dead? (live)
6. Under The Sun (live)
7. End Of The Beginning (live)
8. Age Of Reason (live)
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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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