Entrevista: atração do Lollapaloza, Zimbra investe em rock bem sacado

Em uma ação da rádio 89 FM – A Rádio Rock, a banda santista Zimbra toca no Palco Axe do Lollapalooza, neste sábado (28), dividindo espaço com nomes como Pitty, Bastille e Smashing Pumpkins. Uma grata surpresa para mim, que havia entrevistado os caras há algum tempo e o bate-papo estava provisoriamente engavetado por aqui.
Não dá para imaginar o Zimbra em outro festival que não seja o Lollapalooza. O som alternativo, com doses de influências de nomes como Los Hermanos, Nando Reis e Foo Fighters, é algo diferente em meio às bandas santistas que beberam nas fontes do Charlie Brown Jr. Aqui, há maior foco na melodia e nas letras do que basicamente no groove. Por isso, o grupo é destaque na Baixada Santista – e também ao redor do país. São dois trabalhos lançados como Zimbra: o disco “O tudo, o nada e o mundo” (2013) e o EP “Mocado” (2014/2015).
Confira abaixo o bate-papo que tive com o vocalista e guitarrista Rafael Costa. E vá conhecendo o som ao longo da publicação.

IGOR MIRANDA: A troca de nome da banda foi curiosa. Vocês passaram de um nome comum até demais, Panorama, para o nome Zimbra, que de primeira não revela nenhum significado. O que justifica a mudança do nome? E um pouco de passado: como a banda foi formada?
Rafael Costa: “A banda foi formada em 2007 pelo Vitor e por mim. Já sabíamos desde cedo que era aquilo que queríamos fazer da nossa vida e demos início a essa caminhada, começamos já focados no trabalho autoral e realizando alguns shows por Santos, cidade onde moramos. Em 2010 a banda trocou de formação, saíram dois integrantes da banda e daí chamamos o Pedro e depois o Guilherme. Os dois também faziam parte de uma outra banda da cena de Santos e além do mais já nos conhecíamos, e então foi simples a resolução disso tudo. A mudança de nome da Panorama pra Zimbra veio em função de evitar um problema futuro, já que haviam algumas bandas no Brasil com o nome de ‘’Panorama’’, e então quisemos resolver a situação de maneira rápida antes que tivéssemos algum problema, já que a nossa intenção é fazer da banda nossa profissão, nada mais do que isso hahaha..E acabou caindo muito bem o nome Zimbra, combinou bastante com o som que estamos fazendo atualmente e toda a estética da banda”.
Há muito do rock alternativo, especialmente de Los Hermanos, em vocês. Obviamente, imagino que seja pelo apreço dos integrantes ou responsáveis pelas composições. Mas o alternativo cresceu muito nos últimos 15 anos. Talvez seja a última maior vertente do estilo. Vocês também enxergam essa proposta musical com uma visão de mercado?
“Eu ouvia muito Los Hermanos e sou o responsável pela composição das músicas, então isso seria impresso de alguma maneira no que eu faço, é inevitável. Vejo como música alternativa tudo o que não está na mídia de massa e não é popular, possui um nicho específico de ouvintes e fãs, e hoje em dia com a internet e suas ferramentas essa vertente ganhou vida própria e é capaz de se sustentar sozinha, mas eu não veja a Zimbra dessa maneira, eu acho que somos uma banda extremamente popular (de musica pop) mas ainda não fazemos parte da mídia, por termos pouco tempo de trabalho ainda, e por isso nós experimentarmos muitas coisas tocando, pra saber o que realmente queremos, mas acho que na sua essência somos uma banda popular e não alternativa. A prova disso é o nosso público totalmente diversificado nos shows”.
Vocês chegaram perto de integrarem o cast de bandas do Rock In Rio 2013, por meio de um concurso da Oi. Ficaram entre os 21 finalistas. Como seria a participação de vocês caso vencessem? E como foi participar desse evento e chegar tão perto de participar do Rock In Rio?
“Foi uma experiência maneirassa, ficamos entre as 21 bandas de mais de 1200 do Brasil inteiro, e isso só serviu de combustível para continuarmos nessa missão. Foi ótimo ver que o nosso som mobiliza uma galera e agrada a quem não conhece ainda, nos deram a certeza de que estamos no caminho certo. E só de ter a exposição que tivemos por conta desse feito já valeu cada segundo de participação no concurso, foi ótimo mostrar nosso trabalho pra um monte de gente. E sobre o show, provavelmente faríamos e só entenderíamos o que de fato foi o acontecido uns dias depois. A ficha demoraria pra cair”.
Soube que vocês são muito conhecidos e populares na Baixada Santista. Vocês já trabalham para ampliar o público em turnês de extensão nacional ou algo do tipo? Quais são os planos futuros para a banda?
“Já temos o nosso público na baixada Santista e isso é ótimo e muito divertido a cada vez que fazemos um show aqui. Nós estamos fazendo shows com mais frequência em São Paulo e formando um público lá também, e isso é ótimo, pois conseguimos atingir pessoas de diversos lugares, por tratar-se de um estado gigante. A ideia e levar o nosso show pro maior numero de cidades possíveis. Sabemos que temos um público muito bom em cidades do Sul, Nordeste e um fãclube muito forte em Manaus. Esperamos ir a todos os lugares o mais rápido possível. Sobre os planos: No momento estamos em fase de produção do nosso próximo trabalho, um CD cheio aonde não sabemos o número de músicas e nem nome, costumamos avisar tudo pela nossa fanpage do Facebook (fb.com/bandazimbra) pra galera acompanhar passo a passo da nossa caminhada”.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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