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Damn Yankees: 25 anos do disco de estreia


Damn Yankees: “Damn Yankees”
(Lançado em 22 de fevereiro de 1990)
Nem todo supergrupo é super de verdade. Às vezes, a simples presença de músicos consagrados em uma mesma banda não faz com que role química. Não é o caso do Damn Yankees, que casou perfeitamente. Talvez a ocasião tenha sido essencial, pois, com exceção do baterista Michael Cartellone, que era relativamente novato, os outros músicos não estavam fazendo tanto sucesso com seus projetos anteriores.
Jack Blades (Night Ranger), Tommy Shaw (Styx) e Ted Nugent se uniram ao já mencionado Michael Cartellone para uma banda com um foco claro: mergulhar no hard rock oitentista, de tanto sucesso à época. No entanto, isso foi feito de forma cuidadosa, sem se render a visuais exagerados ou abordagens pop demais. O Damn Yankees é fora de série por trazer a vivacidade dos hits oitentistas com a preocupação instrumental que havia nas bandas setentistas. A pegada comercial de Shaw e Blades, dois hitmakers, aliada ao instrumental rústico especialmente de Nugent e Cartellone, foi o ponto de equilíbrio.
A radiofônica “Coming Of Age” abre o disco com uma estrutura que é muito agradável para mim. É o tipo de música que cresce gradualmente, inclusive com a entrada gradual de instrumentos. As dobras vocais em ponte e refrão são incríveis e os solos mostram que Ted Nugent é um dos grandes guitarristas do estilo. “Bad Reputation”, guiada por boas linhas instrumentais, seduz por parecer uma versão mais pesada do Night Ranger. “Runaway”, na sequência, tem ganchos melódicos grudentos e é mais alinhada ao hard farofa praticado à época. Trabalho vocal fora de série.
“High Enough”, single de impacto e maior hit do álbum, é uma balada que soa com precisão, mesmo com todos os clichês, justamente pela execução. Os instrumentos eruditos ao fundo são bem colocados. A faixa que dá nome à banda e ao disco é uma paulada que funciona bem ao vivo. Ted Nugent cresce muito na faixa, além de Michael Cartellone. O baterista brilha ainda mais em “Come Again”, uma semi-balada raivosa conduzida por Tommy Shaw, que chama a atenção pela incrível construção instrumental. Vai, naturalmente, da calmaria ao caos. Uma das melhores da tracklist.
“Mystified”, menos acelerada e mais bluesy, dá atenção ao groove e às linhas de guitarra. Tommy Shaw volta a se destacar nos vocais. “Rock City” parece ter sido chupada de um disco solo de Ted Nugent, o que dá boas credenciais. Mas passa um pouco despercebida em meio a tantas boas músicas, apesar da performance climática de Jack Blades. “Tell Me How You Want It”, grudenta e farofeira, poderia ser single naqueles tempos. Ótima música. “Piledriver” começa com um riff semelhante ao de “Mystified”, mas logo descamba para algo bem mais frenético. A faixa é legitimamente “nugenta”, pois o próprio assume os vocais e debulha as seis cordas. Funciona melhor ao vivo.
O Damn Yankees apostou em uma evolução do que se chama de “arena rock” e foi reconhecido por isso. O álbum de estreia do quarteto chegou à 13ª posição das paradas gerais dos Estados Unidos, conquistou disco duplo de platina e emplacou cinco singles em charts do país, com destaque à “High Enough”, que atingiu o 3° lugar na Billboard Hot 100. Foi sucesso também no Japão. O grupo se deu bem e ainda lançou um segundo disco, “Don’t Tread”, de menor repercussão, até que o projeto se desfez.
Tommy Shaw (vocal, guitarra, violão)
Jack Blades (vocal, baixo)
Ted Nugent (guitarra, vocal em 10)
Michael Cartellone (bateria)
Músicos adicionais:
Steve Freeman (teclados)
Alan Pasqua (órgão Hammond)
Neverleave Brothers (backing vocals)
B.J. Ingram (violino)
David Niwa (violino)
Marion Pinhiero (violino)
Marti Sweet (violino)
Gerlad Tarack (violino)
Sarah Carter (violoncelo)
Jesse Levy (violoncelo)
Charles McCracken (violoncelo)
Ron Raffio (baixo adicional)
Danny Cahn (trompete)
Steve Guttman (trompete)
Richard Centalonza (palhetas)
Lawrence Feldman (palhetas)
William Meade (palhetas)
Roger Rosenberg (palhetas)
Nancy Wolfe (palhetas)
Dale Kirkland (trombone)
Keith O’Quinn (trombone)
Jack Schatz (trombone)
Katharine Easter (trompa)
Ann Yarbrough (trompa)
Ian Finkle (percussão)
Clfton Hardison (percussão)
Ray Marchica (bateria adicional)
01. Coming Of Age
02. Bad Reputation
03. Runaway
04. High Enough
05. Damn Yankees
06. Come Again
07. Mystified
08. Rock City
09. Tell Me How You Want It
10. Piledriver
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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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