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Os 25 anos de “Pump”, disco irretocável do Aerosmith

Aerosmith: “Pump”
Lançado em 12 de setembro de 1989

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Após a crise que o Aerosmith sofreu entre o fim da década de 1970 e o começo dos anos 1980, a formação original resolveu suas diferenças e em 1984 retomou as atividades. O primeiro disco resultante da reunião, “Done With Mirrors”, não foi satisfatório, mas o seguinte, “Permanent Vacation”, confirmou que eles estavam realmente de volta. A boa fase que o grupo, agora reinventado, viria a aproveitar pelo resto do tempo futuro foi assegurada com “Pump”, décimo trabalho da discografia.
“Pump”, um dos melhores da história do quinteto, é mais consistente que o antecessor, que, apesar de muito bom, tem um lado comercial que pasteurizou um pouco a essência do quinteto. No álbum que completa 25 anos de lançamento hoje, a pitada comercial é mais sutil. O Aerosmith, enfim, conseguiu trabalhar de um jeito que mesclasse a sua essência com uma necessidade sonora daqueles tempos, de se aproximar um pouco mais do hard rock que eles mesmos colaboraram para que se desenvolvesse nos anos 1970.
As composições se diferenciam aqui. O fôlego da banda se justifica pela dose de criatividade, injetada por autores externos, como Jim Vallance, Desmond Child e outros, ao lado de Steven Tyler e Joe Perry, além de contribuições pontuais dos outros integrantes. “Pump” foi feito para explodir – não à toa, seis das 10 faixas foram lançadas como single. A produção de Bruce Fairbairn acentuou a vontade do Aerosmith de reconquistar o mundo.
“Young Lust” abre o disco de forma impressionante. Rock ágil, firme e com destaque ao conjunto, aos cinco integrantes. “F.I.N.E.” dá sequência, um pouco mais cadenciada. O refrão é o charme. “Love In An Elevator”, primeiro single do trabalho, tem uma letra criativa e traz os mestres do hard rock completamente adaptados às tendências dos anos 1980. “Monkey On My Back” conta com uma guitarra pulsante e um clima setentista, apesar das aparições tímidas de sintetizadores. Típica parceria Tyler/Perry.
Single de maior sucesso, “Janie’s Got A Gun” é climática. A letra fala sobre Janie, uma garota que se vinga de seu pai após sofrer abuso sexual do mesmo. A melodia é de impacto e muito grudenta. Excelente. “The Other Side” é um hard rock divertido e festeiro, conta com um bom clipe e tem a aura dos anos 1980. “My Girl” mantém o clima da anterior, mas remete mais à década de 1970. Ambas as faixas são sensacionais.
“Don’t Get Mad, Get Even” começa com um blues de boteco e vira paulada com berros liberados de Steven Tyler. Mais uma parceria legítima entre Tyler e Joe Perry. “Voodoo Medicine Man” tem uma intro preguiçosa chamada “Hoodoo”, mas quando entra, tira o fôlego. A faixa tem um clima mais pesado e, provavelmente, o melhor solo de guitarra do play – assinado por Brad Whitford. O disco fecha com a bela balada “What It Takes”, que conta com uma melodia grudenta, vocais perfeitos, instrumental forte e excelente letra.
“Pump” recolocou o Aerosmith de volta ao topo, com singles de sucesso. Quatro milhões de cópias foram vendidas em um ano apenas nos Estados Unidos. A turnê de divulgação girou o mundo com 166 shows e um ano completo de duração. A partir disso, o grupo apenas construiu uma carreira ainda mais sólida, bem-sucedida e, infelizmente, baladesca em excesso.
Ao contrário de muitos trabalhos produzidos nessa época – e com os conceitos praticados até então -, o décimo disco do Aerosmith não soa datado. “Pump” é comercial sem ser meloso e poderoso sem ser repetitivo. Um destaque enorme na trajetória do quinteto de Boston.

Steven Tyler (vocal, teclados, gaita)
Joe Perry (guitarra, backing vocals)
Brad Whitford (guitarra)
Tom Hamilton (baixo, backing vocals em 3)
Joey Kramer (bateria)

Músicos adicionais:
John Webster (teclados)
Bob Dowd (backing vocals em 3)
Catherine Epps (backing vocals em 3)
Bruce Fairbairn (trompete)
The Margarita Horns (saxofone, instrumentos de latão)
Randy Raine-Reusch (gaita de vidro em 5, dulcimer em 6, didjeridu em 8, órgão de sopro em 9)

01. Young Lust
02. F.I.N.E.
03. Love In An Elevator
04. Monkey On My Back
05. Janie’s Got a Gun
06. The Other Side
07. My Girl
08. Don’t Get Mad, Get Even
09. Hoodoo / Voodoo Medicine Man
10. What It Takes

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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Lançado em 12 de setembro de 1989

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Após a crise que o Aerosmith sofreu entre o fim da década de 1970 e o começo dos anos 1980, a formação original resolveu suas diferenças e em 1984 retomou as atividades. O primeiro disco resultante da reunião, “Done With Mirrors”, não foi satisfatório, mas o seguinte, “Permanent Vacation”, confirmou que eles estavam realmente de volta. A boa fase que o grupo, agora reinventado, viria a aproveitar pelo resto do tempo futuro foi assegurada com “Pump”, décimo trabalho da discografia.
“Pump”, um dos melhores da história do quinteto, é mais consistente que o antecessor, que, apesar de muito bom, tem um lado comercial que pasteurizou um pouco a essência do quinteto. No álbum que completa 25 anos de lançamento hoje, a pitada comercial é mais sutil. O Aerosmith, enfim, conseguiu trabalhar de um jeito que mesclasse a sua essência com uma necessidade sonora daqueles tempos, de se aproximar um pouco mais do hard rock que eles mesmos colaboraram para que se desenvolvesse nos anos 1970.
As composições se diferenciam aqui. O fôlego da banda se justifica pela dose de criatividade, injetada por autores externos, como Jim Vallance, Desmond Child e outros, ao lado de Steven Tyler e Joe Perry, além de contribuições pontuais dos outros integrantes. “Pump” foi feito para explodir – não à toa, seis das 10 faixas foram lançadas como single. A produção de Bruce Fairbairn acentuou a vontade do Aerosmith de reconquistar o mundo.
“Young Lust” abre o disco de forma impressionante. Rock ágil, firme e com destaque ao conjunto, aos cinco integrantes. “F.I.N.E.” dá sequência, um pouco mais cadenciada. O refrão é o charme. “Love In An Elevator”, primeiro single do trabalho, tem uma letra criativa e traz os mestres do hard rock completamente adaptados às tendências dos anos 1980. “Monkey On My Back” conta com uma guitarra pulsante e um clima setentista, apesar das aparições tímidas de sintetizadores. Típica parceria Tyler/Perry.
Single de maior sucesso, “Janie’s Got A Gun” é climática. A letra fala sobre Janie, uma garota que se vinga de seu pai após sofrer abuso sexual do mesmo. A melodia é de impacto e muito grudenta. Excelente. “The Other Side” é um hard rock divertido e festeiro, conta com um bom clipe e tem a aura dos anos 1980. “My Girl” mantém o clima da anterior, mas remete mais à década de 1970. Ambas as faixas são sensacionais.
“Don’t Get Mad, Get Even” começa com um blues de boteco e vira paulada com berros liberados de Steven Tyler. Mais uma parceria legítima entre Tyler e Joe Perry. “Voodoo Medicine Man” tem uma intro preguiçosa chamada “Hoodoo”, mas quando entra, tira o fôlego. A faixa tem um clima mais pesado e, provavelmente, o melhor solo de guitarra do play – assinado por Brad Whitford. O disco fecha com a bela balada “What It Takes”, que conta com uma melodia grudenta, vocais perfeitos, instrumental forte e excelente letra.
“Pump” recolocou o Aerosmith de volta ao topo, com singles de sucesso. Quatro milhões de cópias foram vendidas em um ano apenas nos Estados Unidos. A turnê de divulgação girou o mundo com 166 shows e um ano completo de duração. A partir disso, o grupo apenas construiu uma carreira ainda mais sólida, bem-sucedida e, infelizmente, baladesca em excesso.
Ao contrário de muitos trabalhos produzidos nessa época – e com os conceitos praticados até então -, o décimo disco do Aerosmith não soa datado. “Pump” é comercial sem ser meloso e poderoso sem ser repetitivo. Um destaque enorme na trajetória do quinteto de Boston.

Steven Tyler (vocal, teclados, gaita)
Joe Perry (guitarra, backing vocals)
Brad Whitford (guitarra)
Tom Hamilton (baixo, backing vocals em 3)
Joey Kramer (bateria)

Músicos adicionais:
John Webster (teclados)
Bob Dowd (backing vocals em 3)
Catherine Epps (backing vocals em 3)
Bruce Fairbairn (trompete)
The Margarita Horns (saxofone, instrumentos de latão)
Randy Raine-Reusch (gaita de vidro em 5, dulcimer em 6, didjeridu em 8, órgão de sopro em 9)

01. Young Lust
02. F.I.N.E.
03. Love In An Elevator
04. Monkey On My Back
05. Janie’s Got a Gun
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09. Hoodoo / Voodoo Medicine Man
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Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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