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Quando o KISS foi para a disco music: 35 anos de “Dynasty”

KISS: “Dynasty”
Lançado em 23 de maio de 1979

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Quem viveu a década de 1970, especialmente nos Estados Unidos, sabe a dimensão que o KISS teve. Ao menos são os relatos de inúmeras pessoas que vivenciaram o auge do KISS, que aconteceu, em especial, de 1975 a 1978.
A turbulência começou justamente em 1978, quando os egos dos integrantes começaram a entrar em conflito. Além disso, o guitarrista Ace Frehley e o baterista Peter Criss estavam com problemas relacionados ao álcool e às drogas. Enquanto isso, a imagem do grupo se popularizava cada vez mais.
Após a ideia de cada integrante lançar um disco solo – e os quatro chegariam juntos às lojas -, era esperado que os ânimos se esfriassem. Longe disso. “Dynasty”, de 1979, mostra uma diferença conceitual entre os líderes Paul Stanley (vocalista e guitarrista) e Gene Simmons (vocalista e baixista) e os supostos coadjuvantes Ace Frehley e Peter Criss.
Enquanto Stanley e Simmons queriam expandir o público do KISS, Frehley e Criss gostariam de continuar com o rock n’ roll direto e básico que consagrou a banda. A expansão almejada pelos chefões foi aplicada em “Dynasty”, lançado há exatos 35 anos. A partir desse disco, o KISS se tornou um fenômeno direcionado a todas as idades.
Mas de que forma eles fizeram isso? Simples: se aliaram à tendência musical da época, que era a disco music. É claro que o KISS não virou o ABBA, mas elementos disco foram colocados ao rock do quarteto. Isso ficou evidente em especial no hit do álbum: “I Was Made For Lovin You”.
Os elementos contemporâneos à época ficaram evidentes em outras músicas, como “Charisma”, “Sure Know Something” e “Dirty Livin'” – a última é a única em que Peter Criss tocou no disco, pois em todas as outras faixas ele foi substituído pelo músico de estúdio Anton Fig.
A veia rock n’ roll foi especialmente representada nas músicas com Ace Frehley no vocal: “Hard Times”, “Save Your Love” e o cover de “2,000 Man”, dos Rolling Stones. Nas demais, apesar do rock estar presente, a pegada ficou um pouco suave demais.
O sucesso justificou a mudança: o álbum atingiu posições significativas nas paradas de mais de 10 países. O hit “I Was Made For Lovin’ You” tocou em todo o mundo. Crianças, idosos e pessoas que nem gostavam de rock passaram a gostar do KISS. Mas o grupo perdeu a sólida base de fãs construída nos anos anteriores, que não entendiam a mercantilização do quarteto.
A partir de então, o declínio aconteceu paulatinamente: Peter Criss apareceu na capa do álbum seguinte, “Unmasked”, mas não tocou. Logo, foi dispensado pelo grupo. Mesmo com o ótimo substituto Eric Carr, os shows nos Estados Unidos não lotavam mais. Tiveram de procurar outros mercados, como a Austrália e a América do Sul. Ace Frehley abandonou o barco em 1982, após o fiasco “(Music From) The Elder). O sucesso só voltou a bater na porta da banda depois que tiraram as maquiagens, em 1983. O resto é história.

Paul Stanley (vocal, guitarra, baixo em 1 e 6)
Gene Simmons (vocal, baixo)
Ace Frehley (vocal, guitarra, baixo em 2, 7 e 9)
Peter Criss (bateria e voz em 4)

Músicos adicionais: 
Anton Fig (bateria nas demais faixas)
Vini Poncia (teclados)

1. I Was Made for Lovin’ You
2. 2,000 Man (Rolling Stones cover)
3. Sure Know Something
4. Dirty Livin’
5. Charisma
6. Magic Touch
7. Hard Times
8. X-Ray Eyes
9. Save Your Love

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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