As maiores vaias em edições brasileiras do Rock In Rio

O Rock In Rio é um dos maiores festivais de música do mundo. Desde a primeira edição, em 1985, até os dias de hoje, com edições que acontecem em outros países além do Brasil, o evento sempre conta com shows grandiosos, revelações promissoras e grupos clássicos.
Mas nem sempre as coisas dão certo no Rock In Rio. Algumas atrações parecem ser alocadas em casts que definitivamente não combinam. O problema do festival não é exatamente o público, pois várias “tribos” passam pela Cidade do Rock durante os dias de festival. Muitas vezes, o que falta é bom senso de colocar os artistas de estilos semelhantes nos mesmos dias.
A lista abaixo mostra os piores casos de vaias em edições do Rock In Rio no Brasil. Confira:
Erasmo Carlos (Rock In Rio 1985): apresentado na transmissão televisiva pelo parceiro Roberto Carlos, o “Tremendão” Erasmo Carlos se apresentou no mesmo dia que Iron Maiden, Queen e Whitesnake. Apesar do Tremendão ser rock n roll, não combinou com o peso das outras atrações. Resultado: mesmo com seu visual altamente heavy metal, foi vaiado especialmente no início da apresentação.
Lobão (Rock In Rio 1991): o polêmico músico protagonizou um dos momentos mais bizarros da história do Rock In Rio. Colocado na “noite do metal”, juntamente de Sepultura, Megadeth, Judas Priest e Guns N Roses, Lobão já estava sendo criticado antes mesmo de subir ao palco. O show foi considerado tão morno pelos headbangers que eles vaiaram muito o músico, que abandonou o palco na segunda música. A bateria da Mangueira, que faria uma participação em uma canção do repertório, acabou subindo ao palco sem ele. Nem mesmo o piti de Lobão impediu que os metalheads vissem a Mangueira entrar (e é claro que esse trocadilho seria feito).
Carlinhos Brown (Rock In Rio 2001): sem dúvidas, em 2001, uma das atrações mais aguardadas era o Guns N Roses. Então, artistas do mesmo estilo deveriam ser colocados no dia do show de Axl Rose e seus (à época, novos) comparsas para segurar a ansiedade dos fãs, certo? Errado. Carlinhos Brown fez uma apresentação completamente alheia ao gosto dos presentes e não foi apenas vaiado, como levou garrafadas de norte a sul da Cidade do Rock. Após provocar os roqueiros e adotar um discurso pra lá de demagogo, a situação ficou ainda pior.
Claudia Leitte (Rock In Rio 2011): um raro caso de vaia sofrida não pela música em si, mas pela atitude em palco. Claudia Leitte foi aplaudida desde o início do show, mas quando ela resolveu cantar a música “Corda do Caranguejo”, as pessoas que estavam próximas ao palco pediram para que a dança, que exigia movimentação das pessoas para esquerda e direita, não fosse feita. Mesmo com a compreensível negativa do público, a cantora se opôs a qualquer mudança no repertório e disse: “Você aguenta o curso? Foi para isso que você se inscreveu”. A postura foi considerada arrogante pelos presentes, que vaiaram Claudia Leitte.
Gloria (Rock In Rio 2011): a rejeição do Gloria existiu desde que foram anunciados no Palco Mundo (principal) do evento, enquanto o Sepultura foi colocado no Palco Sunset (secundário). Considerados novatos em comparação a Andreas Kisser e seus comparsas, o Gloria enfrentou grande volume de vaias desde que subiu no palco. A partir dos 2 minutos e 55 segundos de vídeo abaixo, isso se torna evidente. Em todo final de música, o público vaiava, até o cover de “Domination” + “Walk” (Pantera) e solo de bateria de Eloy Casagrande, que ganhou um pouco o público.
NX Zero (Rock In Rio 2011): um dia misto marcou as vaias do NX Zero. O quinteto foi colocado entre Capital Inicial, Snow Patrol e Red Hot Chili Peppers, mas especialmente antes de Stone Sour, única banda de metal do segundo dia de atrações do evento. O vocalista Di Ferrero até que tentou ganhar o público com muita interação, mas de nada adiantou e as vaias se fizeram presente especialmente nos momentos finais do show.
Avenged Sevenfold (Rock In Rio 2013): mesmo com a recente mudança de sonoridade do Avenged Sevenfold no novo álbum, “Hail To The King”, que é mais tradicional às raízes do heavy metal, parte do público não gostou da presença do A7X entre Slayer e Iron Maiden. M. Shadows levou na brincadeira e ainda provocou os presentes que vaiavam. “Vamos lá, estou gostando”, disse, sobre a competição de gritos entre os fãs e os “haters” do grupo. Apesar da rejeição ter existido, as vaias são quase inaudíveis na transmissão, por serem de uma minoria.
Kiara Rocks (Rock In Rio 2013): o vocalista Cadu Pelegrini já entrou sabendo que teria de convencer o público a não vaiarem o Kiara Rocks, estreante no evento. A banda foi colocada no Palco Mundo enquanto nomes como Helloween, Destruction e Viper acabaram no Palco Sunset. Pior: para tentar amenizar as vaias, o grupo não confiou no próprio trabalho e colocou quatro covers (um deles, “Ace Of Spades”, do Motörhead, como abertura da apresentação), além de contar com Paul Di´Anno (ex-Iron Maiden) e Marcão (ex-Charlie Brown Jr) para conquistar os presentes. Não rolou.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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