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Por que Marty Friedman não acha “realista” voltar para o Megadeth

Foto via Magenta Musik

Marty Friedman fez parte da fase mais bem-sucedida da história do Megadeth. O guitarrista foi peça fundamental no registro dos três álbuns mais vendidos da banda, a sequência “Rust in Peace” (1990), “Countdown to Extinction” (1992) – este o maior êxito da discografia – e “Youthanasia” (1994).

Após uma saída conturbada na virada do século, o músico subiu ao palco com Dave Mustaine e a atual formação em duas ocasiões no ano passado. Em fevereiro, durante show no Budokan em Tóquio, Japão, onde mora há mais de duas décadas. Já em agosto, o reencontro aconteceu no festival alemão Wacken Open Air.

Durante recente entrevista ao webzine finlandês Chaoszine, o instrumentista refletiu sobre as ocasiões. Conforme transcrição do Blabbermouth, ele disse:

“Oh, foi fantástico. No Budokan foi como se tivesse resolvido um assunto inacabado dentro do relacionamento com Dave, que sempre foi fantástico e ainda é. Mas havia apenas essa pequena coisa que ficou ali, meio que deixada para trás. Ele foi muito gentil em me convidar para tocar, uma ótima maneira de amarrar as coisas – maravilhoso para mim, maravilhoso para a banda. Para os fãs também foi realmente algo especial, incomum. O olhar deles era diferente do de um show normal. As pessoas estavam incrédulas, rindo e chorando. Fico muito feliz que isso tenha acontecido.”

Quanto ao Wacken, a situação foi mais um acaso.

“Foi uma coincidência, porque tanto o Megadeth quanto eu tocaríamos lá. Estávamos todos no mesmo lugar e simplesmente decidimos repetir a dose. Também acabou sendo emocionante. Sou o maior fã desses caras e sempre que me convidam e posso estar presente, fico feliz em fazê-lo. Desejo tudo de melhor à formação atual, adoro vê-los arrasando.”

Volta ao Megadeth?

Porém, os fãs não devem esperar que uma reunião em tempo integral se concretize. Questionado pelo entrevistador se chegou a ser procurado após a saída de Kiko Loureiro, Marty respondeu:

“Não, e não acho que isso seria realista. Não sei nada sobre isso. Não acho que Dave pensaria que eu seria um candidato para entrar ou voltar à banda. E certamente não é algo que pensei. Acho que eles estão absolutamente bem do jeito que estão.”

Vale lembrar que, no início do ano, o próprio músico brasileiro confirmou ter sugerido o retorno do amigo ao decidir sair. Ele disse à Guitar World:

“Eu até mencionei ao empresário e a Dave que achei que seria incrível trazer Marty Friedman de volta. Não tenho ideia se estão discutindo sobre isso, ou conversando com ele, mas eu falei isso. Mas, novamente, não faço a menor ideia e não quero complicar nada.”

O “Drama” de Marty Friedman

Marty Friedman lança seu próximo álbum solo dia 17 de maio, via Frontiers Music Srl. “Drama” conta com 12 faixas em sua edição convencional, além de uma bônus exclusiva para o mercado japonês – lar do músico desde o início do século.

O trabalho foi registrado com uma banda formada por Wakazaemon (baixo), Gregg Bissonette (bateria, ex-David Lee Roth), Mika Maruki (piano, teclado e sintetizador), Hiyori Okuda (violoncelo) e Miho Chigyo (violino). O protagonista assinou a produção, com a mixagem ficando a cargo de Alexander Backlund e Jay Ruston (Anthrax, Stone Sour, Uriah Heep, Amon Amarth).

Também há espaço para participações especiais como em “Dead of Winter”, com vocais de Chris Brooks (Like a Storm). A composição ainda conta com uma versão em espanhol, chamada “2 Rebeldes” e cantada por Steven Baquero Vargas (Apolo 7). O tecladista Jordan Rudess (Dream Theater) também esteve envolvido, embora o material promocional não especifique em quais partes.

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David Gilmour anuncia primeiros shows em 8 anos — e repertório pode te desagradar

Foto: Anton Corbijn

O guitarrista David Gilmour confirmou seus primeiros shows completos desde 2016. As apresentações, primeiras em divulgação ao novo álbum Luck and Strange, acontecem em uma temporada de seis noites no Royal Albert Hall, em Londres, Inglaterra.

Os compromissos se dão entre 9 e 15 de outubro. O local escolhido, curiosamente, é o mesmo onde ele havia realizado suas últimas performances ao vivo, também em uma temporada, em setembro de 2016.

Fãs que encomendaram “Luck and Strange” em pré-venda poderão participar de uma etapa exclusiva de comercialização de ingressos na próxima quinta-feira (9). Já na sexta-feira (10) seguinte, as entradas estarão disponíveis para aquisição a todos.

Marcado para sair em 6 de setembro, “Luck and Strange” também põe fim a um longo hiato: primeiro álbum de estúdio de Gilmour em 9 anos. Em entrevista à Uncut, o músico de 78 anos já havia entregado os planos de se apresentar ao vivo, inclusive cogitando uma turnê.

Embora admita não gostar muito de estar na estrada, David confirmou que uma tour seria a única forma de disseminar suas novas canções. Ele também antecipou uma mudança que pode gerar controvérsia: os repertórios não devem incluir músicas lançadas pelo Pink Floyd nos anos 1970 — talvez devido à sua relutância de cantar letras escritas por Roger Waters. Ele falou:

“É, acho que outras décadas podem ser melhor representadas. Digo, pelo menos, uma faixa dos anos 60. A que a gente sempre fez no passado é ‘Astronomy Domine’ [do álbum ‘The Piper at the Gates of Dawn’, de 1967]. Essa sempre é divertida de tocare coloca o público num estado alegre pra começar. Existem também canções dos álbuns ‘Momentary Lapse of Reason’ (1987) e do ‘The Division Bell’ (1994). Digo, acho que ‘High Hopes’ é tão boa quanto qualquer outra coisa que fizemos em qualquer outra era.”

Mudança na banda de apoio

Ainda durante o bate-papo, David Gilmour comentou sua decisão de mudar completamente sua banda de apoio na última turnê. Ao abordar suas razões para fazer isso, declarou:

“Era tudo robótico demais, e algumas pessoas estariam melhores numa banda tributo ao Pink Floyd. Então pensei que era melhor arrumar pessoas genuinamente criativas e lhes dar mais espaço. Esse é o plano. Então teremos alguns caras mais jovens juntos de Guy [Pratt] e as irmãs Webb, que cantaram com Leonard Cohen em suas últimas turnês.”

Por fim, o músico revelou também esperar que a turnê, ainda não confirmada, lhe dê o impulso necessário para trabalhar em canções novas. Sessões de gravações já estão planejadas para o período após os shows ainda não anunciados. Gilmour falou:

“A turnê vai praticamente me forçar a concentrar em compor mais canções. Digo, a gente tem bem mais peças de música pela metade com as quais podemos trabalhar. A intenção é lançar algo além desse álbum o mais rápido possível.”

Vale lembrar que a turnê mais recente de David, promovendo o álbum “Rattle That Lock”, passou pelo Brasil no fim de 2015. Com shows em São Paulo (duas datas), Curitiba e Porto Alegre, a ocasião marcou a única visita do guitarrista ao país para apresentações ao vivo.

David Gilmour e “Luck and Strange”

“Luck and Strange” será lançado em 6 de setembro. Em comunicado, o eterno guitarrista do Pink Floyd conta que o sucessor de “Rattle That Lock” (2015) começou a ser desenvolvido durante a pandemia de covid-19. Porém, há uma colaboração que remete a tempos anteriores: a faixa-título apresenta teclados gravados em 2007 por Richard Wright, falecido no ano seguinte ao registro.

Ainda de acordo com o material à imprensa, a escritora Polly Samson, esposa de Gilmour e responsável pelas letras, contou que a ideia por trás das composições reflete “o ponto de vista de se estar mais velho”. “A mortalidade é uma constante”, completou.

Por sua vez, David refletiu:

“Passamos muito tempo durante e após o lockdown conversando e pensando sobre esse tipo de coisa.”

Para este álbum, seu quinto em carreira solo, o músico trabalhou com o co-produtor Charlie Andrew (Alt-J, Marika Hackman). De acordo com o protagonista, Andrew trouxe uma nova perspectiva.

“Convidamos Charlie para ir à nossa casa, então ele ouviu algumas demos e disse coisas como: ‘Bem, por que tem que haver um solo de guitarra lá?’ e ‘Todas essas músicas acabam com fade-out? Algumas delas não podem simplesmente acabar normalmente?’. Ele tem uma maravilhosa falta de conhecimento ou respeito pelo meu passado. Ele é muito direto e nada intimidado. E eu adoro isso. Isso é muito bom para mim, porque a última coisa que você quer é que as pessoas simplesmente se submetam a você.”

Outros colaboradores incluem Guy Pratt (músico frequente do Pink Floyd), Steve Gadd e Roger Eno, entre outros. A capa é de Anton Corbijn e foi inspirada em uma letra escrita por um dos filhos de Gilmour, Charlie, para a faixa final do álbum, “Scattered”.

Há outros familiares envolvidos: Romany Gilmour toca harpa e faz vocais principais em “Between Two Points” (cover de Montgolfier Brothers), enquanto Gabriel Gilmour canta backing vocals no geral. O guitarrista comenta:

“Polly e eu criamos juntos há mais de 30 anos e as particularidades ao vivo da nossa série de livestreams da pandemia Von Trapped Family mostraram a grande mistura da voz de Romany e do jeito de tocar harpa. Isso nos levou um pouco a uma sensação de descartar um pouco do passado que eu me sentia obrigado a revisitar, que poderia descartar essas regras e fazer o que queria. Isso foi uma grande alegria.”

David Gilmour — “Luck and Strange”

  1. Black Cat
  2. Luck and Strange
  3. The Piper’s Call
  4. A Single Spark
  5. Vita Brevis
  6. Between Two Points (cover de Montgolfier Brothers)
  7. Dark and Velvet Nights
  8. Sings
  9. Scattered

Faixas bônus da edição em CD:

  1. Yes, I Have Ghosts
  2. Luck and Strange (original barn jam)

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Bill Wyman ainda sonha que está tocando com os Rolling Stones

Aos 87 anos, Bill Wyman segue com sua imagem atrelada aos Rolling Stones. O baixista deixou a banda em 1991 – embora oficialmente a informação só tenha sido confirmada posteriormente – e se reuniu apenas em dois momentos com os antigos colegas: na turnê celebrando meio século do grupo e tocando em “Live By the Sword”, do mais recente álbum, “Hackney Diamonds” (2023).

Ainda assim, seu inconsciente o mantém na rotina dos amigos de outrora. Em recente entrevista ao tabloide britânico The Mirror, o instrumentista confessou ainda sonhar com os tempos em que integrava o conjunto que lhe deu fama e fortuna – além de outras figuras reconhecidas.

Disse ele:

“O estranho é que desde que saí, até hoje, ainda sonho que estou em turnê, como se estivéssemos em um camarim ou em um hotel. Ainda tenho esses sonhos, assim como com outros amigos, como David Bowie. São todos momentos muito legais, mas muito confusos.”

A saída dos Rolling Stones

Em outro momento, Wyman voltou a refletir sobre sua saída da banda, que pegou até mesmo os outros integrantes de surpresa. Ele garante não ter se arrependido.

“Saí em 1991 – mas eles não acreditaram em mim! Recusaram-se a aceitar que eu tinha saído. Foi só em 1993, quando começaram a se reunir para uma turnê no ano seguinte, quando perguntaram: ‘Você realmente saiu, não foi?’. Reafirmei. Então, eles dizem que saí em 1993.”

Wyman explicou que apenas sentia vontade de explorar outas possibilidades.

“Eu simplesmente senti que já havia tido o suficiente daquilo. Foi metade da minha vida e pensei: ‘Tenho outras coisas que quero fazer’. Arqueologia, escrever livros, organizar exposições fotográficas, jogar críquete beneficente… Costumava ler sobre culturas antigas enquanto estava na estrada e também tirar fotos. Tinha toda uma outra vida que queria viver.”

Sobre Bill Wyman

Nascido em Londres, Inglaterra, William George Perks começou a se aventurar na música aos 10 anos através do piano. Após passar um tempo com a guitarra, se tornou baixista. Ingressou nos Rolling Stones em 1962, tendo sido o membro mais velho de toda a carreira da banda. Possui seis álbuns solo, incluindo a trilha do filme “Green Ice”, de 1981.

Desde 1997 comanda o Bill Wyman’s Rhythm Kings, que também já lançou seis discos. Ainda participou de gravações com John Hammond Jr., Howlin’ Wolf, Ringo Starr e Buddy Guy, entre outros.

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Living Colour lançou “Vivid” há 36 anos; veja outros fatos da música em 3 de maio

Há 36 anos, em 3 de maio de 1988, o Living Colour lançava “Vivid”, seu disco de estreia. É o trabalho mais popular da banda, com destaque ao hit “Cult of Personality”. Mick Jagger, padrinho do grupo, tocou gaita e gravou backing vocals em duas músicas.

Confira outros acontecimentos no mundo da música, especialmente no rock, em dias 3 de maio de outros anos:

-> Há 36 anos, em 3 de maio de 1988, o Poison lançava “Open Up and Say… Ahh!”, seu 2º disco de estúdio. É o álbum de maior sucesso da banda, graças aos hits “Every Rose Has Its Thorn”, “Nothin’ But a Good Time”, “Fallen Angel” e o cover “Your Mama Don’t Dance”.

-> Há 91 anos, em 3 de maio de 1933, nascia James Brown. O cantor morreu em 25 de dezembro de 2006, aos 73 anos, de problemas cardíacos. O “pai do soul” e precursor do funk é um dos artistas mais importantes da história, com 59 discos lançados e dezenas de hits.

-> Há 36 anos, em 3 de maio de 1988, o Queensrÿche lançava “Operation: Mindcrime”, seu 3º disco de estúdio. Conceitual, não estourou de primeira, mas acabou vendendo mais de 1 milhão de cópias. Os singles foram “Eyes of a Stranger” e “I Don’t Believe in Love”.

-> Há 50 anos, em 3 de maio de 1974, Rick Wakeman lançava o disco ao vivo “Journey to the Centre of the Earth”. Gravado em Londres, trata-se de uma ópera rock baseada no livro “Viagem ao Centro da Terra”. Conquistou disco de ouro no Brasil devido à turnê pelo país.

-> Há 20 anos, em 3 de maio de 2004, o Scorpions lançava “Unbreakable”, seu 15º disco de estúdio. Estreia do baixista Pawel Maciwoda, marca um retorno ao hard rock que consagrou a banda, após experimentos na década de 90. “Love ‘em or Leave ‘em” saiu como single.

-> Há 19 anos, em 3 de maio de 2005, o Candlemass lançava “Candlemass”, seu 8º disco de estúdio. Último com o vocalista Messiah Marcolin, teve como singles as faixas “Assassin of the Light” e “Black Dwarf”. “Witches” integrou a trilha sonora do game “Brütal Legend”.

-> Há 50 anos, em 3 de maio de 1974, o Status Quo lançava “Quo”, seu 7º disco de estúdio. É um dos trabalhos mais pesados da discografia do grupo, em parte pelas composições do baixista Alan Lancaster. A música “Break the Rules” foi promovida como single.

-> Há 19 anos, em 3 de maio de 2005, o Nine Inch Nails lançava “With Teeth”, seu 4º disco de estúdio. Marcado pela luta contra o alcoolismo de Trent Reznor, é considerado um dos trabalhos mais introspectivos da banda. Dave Grohl tocou bateria em algumas faixas.

-> Há 19 anos, em 3 de maio de 2005, o Fall Out Boy lançava “From Under the Cork Tree”, seu 2º disco de estúdio. Foi o responsável por colocar a banda em evidência, muito devido aos singles “Sugar, We’re Goin’ Down” e “Dance, Dance”, que obtiveram boa repercussão.

-> Há 31 anos, em 3 de maio de 1993, o New Order lançava “Republic”, seu 6º disco de estúdio. Foi o último álbum da banda antes de entrar em hiato no mesmo ano, voltando em 1998. “World (The Price of Love)”, “Ruined in a Day”, “Regret” e “Spooky” saíram como singles.

-> Hoje, André Olbrich faz 57 anos. O guitarrista, que nasceu em 3 de maio de 1967, foi um dos fundadores do Blind Guardian, banda da qual nunca se desligou. Também assumiu a função de um dos principais compositores ao lado do vocalista Hansi Kürsch.

-> Há 19 anos, m 3 de maio de 2005, Joe Perry lançava “Joe Perry”, seu 1º disco solo, sem o Joe Perry Project. Aqui, o guitarrista do Aerosmith ficou responsável pelos vocais e todos os instrumentos, com exceção da bateria, a cargo do produtor Paul Caruso.

-> Há 33 anos, em 3 de maio de 1991, o Melvins lançava “Bullhead”, seu 3º disco de estúdio. Aqui, a banda aposta em um som mais elaborado, com músicas mais longas e arrastada do que nos trabalhos anteriores. A faixa “Boris” inspirou o nome de uma banda japonesa.

-> Há 13 anos, em 3 de maio de 2011, o Sixx:A.M. lançava “This Is Gonna Hurt”, seu 2º disco. Serve como trilha para o livro homônimo de Nikki Sixx. “Lies of the Beautiful People”, “Are You With Me”, “Help Is on the Way”, “Skin” e a faixa-título foram singles.

-> Há 43 anos, em 3 de maio de 1981, Nick Mason lançava “Nick Mason’s Fictitious Sports”, seu 1º disco solo. O baterista do Pink Floyd estreou como artista solo em uma parceria com a musicista de jazz Carla Bley, que também foi a responsável pela produção do álbum.

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Dark Tranquillity equilibra raiva e melancolia em cenário ideal do Summer Breeze

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Em 2024, o Sun Stage do Summer Breeze 2024 foi um cenário perfeito para tornar especiais shows como o do Dark Tranquillity. Diferente do ano passado, a qualidade de som boa num ambiente de maior proximidade entre banda e público criou a atmosfera ideal para que o artista dependesse apenas de sua música para empolgar sua audiência.

No sábado (27) marcado por ter os dois palcos principais abarrotados de gente para ver bandas com ênfase em melodia, o Dark Tranquillity pareceu bem deslocado, mesmo sendo um dos pioneiros de tal derivação para o death metal, tradicional da cidade sueca de Gotemburgo. Apesar de dividir o horário com o Epica, que prometia um show especial no Ice Stage, havia um bom público para ver os escandinavos.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Com um disco novo ainda sem título e data de lançamento confirmados, mas que já teve a animadinha “The Last Imagination” executada nesta noite, o Dark Tranquillity pôde montar um repertório equilibrado. Mesmo assim, o grupo ignorou os velhos tempos, quando rivalizava com o In Flames, veja só, na sucessão do At the Gates como reis do death metal em Gotemburgo.

Todos de roupa preta, sob iluminação sóbria e soturna, o sexteto subiu ao palco do Sun Stage mais ou menos no horário previsto com “Identical to None”, do último disco de estúdio da banda, “Moment”, de 2020. Pontuada por momentos extremos aqui e acolá, a música gerou algumas tímidas rodas na pista, mostrando a boa vontade do público para os suecos.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Apesar da qualidade boa de som, o show também teve suas trapalhadas logo no início, com a banda não conseguindo acertar os samplers para a anunciada segunda música, “Hours Passed in Exile”, do celebrado “Damage Done”, de 2002. Mikael Stanne, vocalista e único membro original remanescente, desculpou-se pela pausa forçada e, quando os músicos voltaram ao batente, tocaram “Nothing to No One”, a primeira da noite entre as três músicas de “Fiction” (2007), disco de maior representação no repertório do grupo para o Summer Breeze Brasil.

Mais uma vez o cantor fez o “mea culpa” e então tocaram a música previamente anunciada. Daí para frente, o show engrenou sem maiores problemas. Com um público mais saltitante do que violento, em faixas como “Atoma” e “Phantom Days”, o Dark Tranquillity equilibrava sua origem extrema com influências góticas, sem abrir mão de seu lado melódico, por vezes beirando o power metal.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Óbvio que rodas foram despertadas durante “Terminus (Where Death is Most Alive)”, canção de “Fiction” dedicada à cidade natal sueca do grupo, e cuja sonoridade mais se aproximou do death metal melódico de seu início de carreira durante toda a noite.

Na reta final, a maideniana “Cathode Ray Sunshine” jogou o clima do show lá para cima, mas o auge do Dark Tranquillity no Summer Breeze veio com a épica “Therein”, de “Projector” (1999), única faixa noventista do grupo nesta noite, em união perfeita do death metal de Gotemburgo com um som melancólico num refrão de cortar os pulsos, cantado por Stanne como se fosse Dave Gahan, do Depeche Mode.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Antes de tocar a animada “Lost to Apathy”, de “Character” (2005), o vocalista fez uma regressão no tempo e lembrou de quando, em seu início de carreira, o grupo jamais imaginava alguém daqui sequer ouvindo sua música, muito menos tocar no Brasil, como aconteceu nesta sua quarta passagem pelo país. Também fez questão de salientar que o público não havia sido nada apático durante a noite e influenciou mais algumas rodas.

O final, como esperado, veio com seu quase-hit “Misery’s Crown”, faixa de “Fiction” que não soaria deslocada em “Draconian Times”, do Paradise Lost, mas dificilmente finalizaria um show tão bom se tivesse ocorrido em qualquer dos dois palcos principais. Que os curadores do Summer Breeze Brasil mantenham esse nível e sigam usando o Sun Stage com essa sabedoria nas próximas edições.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

**Este conteúdo faz parte da cobertura Summer Breeze Brasil 2024 — clique para conferir outras resenhas com fotos e vídeos.

Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

Dark Tranquillity — ao vivo no Summer Breeze Brasil 2024

Repertório:

  1. Identical to None
  2. Nothing to No One
  3. Hours Passed in Exile
  4. Atoma
  5. Terminus (Where Death Is Most Alive)
  6. The Last Imagination
  7. Phantom Days
  8. Cathode Ray Sunshine
  9. ThereIn
  10. Lost to Apathy
  11. Misery’s Crown
Foto: Gustavo Diakov / @xchicanox

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A dura resposta de Daniel Radcliffe às falas transfóbicas de J.K. Rowling

J.K Rowling, criadora de “Harry Potter”, tem sido criticada por diversos comentários considerados transfóbicos nos últimos anos. Agora, quem se manifestou sobre o assunto foi Daniel Radcliffe, o eterno intérprete do bruxo nos filmes da franquia: ele deu uma dura respostas às falas polêmicas da escritora.

Em entrevista à revista Atlantic, o ator afirmou, primeiramente, sua chateação e perplexidade com toda a situação por considerar a obra de J.K Rowling empática. Ele disse:

“Tudo isso me deixa realmente triste, pois eu olho para a pessoa que conheci, os livros que ela escreveu e o mundo que criou. Tudo isso é, para mim, profundamente empático.”

Na sequência, apesar da chateação, o ator não deixou de expressar sua gratidão à escritora, ciente de que a obra escrita por ela mudou sua vida. Radcliffe afirmou, sem mencionar o nome de Rowling.

“Nada na minha vida teria, provavelmente, ocorrido da maneira que ocorreu sem essa pessoa.”

No entanto, o eterno intérprete de Harry Potter nas telonas separou as coisas. Apesar desta gratidão, disse não dever nada à autora — o ator ainda confirmou ter cortado contato com Rowling desde 2020.

“Isso não significa que você deva as coisas em que realmente acredita a outra pessoa por toda a sua vida.”

Daniel Radcliffe e atuação no segmento

Por fim, Radcliffe afirmou que por ter trabalhado junto de um ONG LGBTQIAP+ por anos, não poderia deixar as falas transfóbicas de J.K. Rowling passarem batidas. Ainda reforçou que os comentários da escritora não refletem os pensamentos daqueles associados à franquia “Harry Potter”.

“Trabalhei com a (ONG) Trevor Project por 12 anos e teria parecido, não tenho certeza, uma imensa covardia não falar algo. Eu queria tentar ajudar as pessoas afetadas negativamente pelos comentários. E digo que se essas são as visões da Jo, então elas não são as visões de todos os associados com a franquia ‘Potter’. Continuarei a apoiar os direitos de todas as pessoas LGBTQIAP+ e não tenho mais nenhum comentário a fazer além desse.”

Os comentários transfóbicos de J.K. Rowling

Os primeiros comentários transfóbicos de J.K Rowling surgiram em 2017 ao decidir se manifestar sobre as mudanças de reconhecimento de gêneros no Reino Unido, bem como ao expor suas visões sobre sexo e gênero. Desde então, a autora tem dividido opiniões e gerado debates.

A escritora até tentou justificar seus posicionamentos, mas pouco adiantou. Dentro da comunidade LGBTQIAP+, Rowling passou a ser chamada de “TERF”, sigla em inglês para feministas radicais, mas que não consideram mulheres trans como mulheres – algo que a própria autora rejeitou ser.

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Richie Kotzen lança o novo single “Cheap Shots”

Foto: Gustavo Diakov

O vocalista e guitarrista Richie Kotzen disponibilizou uma nova música na última quarta-feira (1). “Cheap Shots” é o primeiro single solo do artista desde 2020. No intervalo de tempo, ele estreou o projeto Smith/Kotzen, junto a Adrian Smith (Iron Maiden). Também se reuniu a Billy Sheehan e Mike Portnoy no terceiro disco do The Winery Dogs.

A faixa promove a nova turnê do músico, que terá início nas próximas semanas com apresentações nos Estados Unidos. A partir de junho, os compromissos se estendem pelo território europeu. Kotzen não excursiona pelo Velho Continente com o próprio trabalho desde antes da pandemia.

Sobre a canção, Richie declara em material promocional:

“Já faz um bom tempo desde que lancei novas músicas solo e me sinto muito realizado por ter chegado a um lugar onde tenho material no qual acredito. Embora esteja escrevendo o tempo todo, nem sempre me sinto compelido a compartilhar o trabalho. Quando ‘Cheap Shots’ veio até mim, eu sabia que tinha a desculpa perfeita para continuar de onde parei em meu trabalho anterior.”

O lyric video pode ser conferido no player abaixo. O álbum completo deve sair ainda em 2024.

Sobre Richie Kotzen

Richard Dale Kotzen Jr. começou a tocar piano com 5 anos de idade. Após conhecer o Kiss, foi inspirado a passar para a guitarra. Anos mais tarde, participou de “Asshole”, disco solo de Gene Simmons que foi gravado em seu estúdio, o Headroom Inc.

Nos anos 1980, foi descoberto pela Shrapnel Records, grande celeiro dos então novos virtuoses. Fez alguns discos instrumentais, mas direcionou sua carreira para um lado menos exibicionista com o passar dos anos.

Projetou seu nome tocando em grupos reconhecidos, como Poison e Mr. Big, além do já citado The Winery Dogs. Fora do rock, gravou com o Vertú, projeto que contava com Stanley Clarke e Lenny White. Também registrou álbuns voltados ao jazz fusion em parceria com Greg Howe.

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Black Pantera lança “Provérbios”, primeiro single de novo álbum

O Black Pantera disponibilizou no último dia 26 de abril o single “Provérbios”. A música é a primeira amostra de “Perpétuo”, álbum que o trio mineiro disponibiliza em maio.

A composição tem como característica principal a mescla de ditos e provérbios populares da língua portuguesa com elementos latinos.

Em depoimento exclusivo ao Tenho Mais Discos Que Amigos, o baixista e vocalista Chaene da Gama ofereceu detalhes sobre o processo de composição, além da influência da cultura latina na inspiração do grupo.

Disse o músico:

“É uma das primeiras músicas que nasceu para o ‘Perpétuo’. Ela traduz muito bem o sentimento que a gente foi tendo ao longo desses anos, principalmente depois dessa viagem ao Chile, onde a gente tocou com várias bandas da América Latina.

Pra mim, faz parte desse processo da gente se entender como homens negros, mas também entender que nós somos parte da América Latina, somos afro-latinos. E é esse um dos conceitos que carregam o disco. Ela é diferente de tudo que a gente já fez.”

Sobre o uso de expressões características, Chaene ressaltou:

“Ela foi construída em cima de ditados populares que todo brasileiro fala, mas também traz várias referências à América Latina como Miles Morales, que é um super-herói, apesar de ter sido criado por um norte-americano, a origem é latina.

No refrão a gente fala, ‘somos a revolução’, mas também ‘somos la revolución’, que é uma frase que a gente ouve muito durante essas viagens pela América Latina.

Nosso continente foi invadido, foi usurpado, então é importante falar da descolonização. Não tinha como começar de uma melhor forma, já dizendo que estamos aqui, somos brasileiros, latinos, afro-latinos e somos essa junção.”

O videoclipe, dirigido por Marcelo Hermes e com montagens e efeitos de Pedro Hansen, pode ser conferido no player abaixo.

Sobre o Black Pantera

Fundado em Uberaba, Minas Gerais, o Black Pantera conta com Charles Gama (voz e guitarra), Chaene da Gama (voz e baixo) e Rodrigo Augusto (bateria) na formação. Até o momento, 3 álbuns completos de estúdio foram lançados. O mais recente, “Ascensão”, saiu em 2022.

Logo a seguir, o grupo se apresentou no Rock in Rio, em conjunto com os pernambucanos do Devotos. O show fez parte da tradicional “noite do metal”, que abriu a mais recente edição do evento.

Ano passado o trio realizou uma série de shows pelo exterior, com apresentações em Portugal, Irlanda, Inglaterra e Chile. No mesmo período lançou o EP “Griô”, seu primeiro material todo em inglês.

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6ª temporada de “Cobra Kai” ganha data de lançamento e teaser; assista

Em breve, os fãs de “Cobra Kai” — série que é a continuação da franquia “Karatê Kid” original — terão de se despedir da atração. A Netflix lançou nesta quinta-feira (2) o primeiro teaser da 6ª e última temporada do seriado, além de divulgar algumas imagens e sua data de estreia.

A sequência final terá um total de 15 episódios, divididos em três partes. A primeira estreia na plataforma em 18 de julho. A segunda será disponibilizada em 28 de novembro. A terceira chega apenas em 2025, em data a ser anunciada.

O teaser também revelou alguns momentos importantes do enredo. Entre eles, podemos citar o que aparenta ser uma sessão de sparring envolvendo Daniel LaRusso (Ralph Macchio), Johnny Lawrence (William Zabka) e Chozen Toguchi (Yuji Okumoto), além da volta do vilão John Kreese (Martin Kove), que promete ressuscitar o dojo Cobra Kai. Confira abaixo:

A Netflix também divulgou uma sinopse da nova leva de capítulos. Confira a seguir:

“Começando com Cobra Kai eliminada do Vale, nossos senseis e estudantes devem decidir se e como vão competir no Sekai Taikai – o campeonato mundial de karatê.”

Novo filme de “Karatê Kid”

Apesar de esta ser a última temporada do show, vale ressaltar que a franquia “Karatê Kid” continuará na ativa. Recentemente, foi anunciado o um novo filme com a presença do próprio Ralph Macchio e também a de Jackie Chan, estrela do longa lançado em 2010.

O protagonista da nova obra será Ben Wang, escolhido após uma pesquisa realizada mundialmente pela Sony. Pesou na escolha do jovem ator o fato de ele ser fluente em mandarim e ter conhecimentos avançados em vários tipos de artes marciais, como karatê, kung fu, taekwondo, entre outras.

As filmagens do novo longa da franquia estão em andamento. Sua estreia esta programada para 30 de maio de 2025 nos Estados Unidos – e deve estrear um dia antes no Brasil.

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Accept passa ileso por teste de fogo em estreia de turnê mundial em São Paulo

Foto: Gabriel Ramos @gabrieluizramos

Em 2002, o Nightwish praticamente estreou a turnê do novo disco, o então desconhecido “Century Child”, em São Paulo. Se o público teve a oportunidade de ver a única execução de clássicos que não voltaram a ser apresentados aqui — como a sequência “Bless the Child” e “The End of All Hope” —, não pode desfrutá-la, pois o disco sairia somente uma semana depois no Brasil. Dá para entender o tamanho do prejuízo quando se pensa que era uma época em que a internet era tão popular quanto carros voadores o são hoje em dia.

Por pouco não ocorreu o mesmo com o Accept nessa nova turnê, produzida pela Dark Dimensions. “Humanoid”, décimo sétimo disco de estúdio da banda alemã, havia saído cinco dias antes, tanto digital quanto fisicamente, e a recepção dele ao vivo ainda estava por ser conhecida. Poderia haver alguma prévia na última segunda-feira (29), data em que eles se apresentariam em Montevidéu (Uruguai), mas o evento foi cancelado “por razões de logísticas inesperadas alheias ao artista, à produção e à casa de espetáculos”, segundo a produtora responsável, FIMV Entertainment.

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Amalgama

A atipicidade do show ocorrido na última quarta-feira (1º) não foi pequena. A banda de abertura, Amalgama, também inaugurava a própria turnê mundial, para divulgar “Mastermind”, lançado em 22 de abril.

Ao contrário do que seria de se esperar, essa avalanche de material pouco conhecido, na melhor das hipóteses, não impediu que fosse uma grande noite. O Amalgama, projeto russo liderado pelo vocalista Vlad Ivoilov tampouco se deixou intimidar por isso. Apresentaram com muita competência o repertório autoral, meio metal melódico sem firulas, meio hard rock à la Scorpions – a semelhança do timbre vocal de Vlad com Klaus Mine é impossível de ignorar.

Foto: Gabriel Ramos @gabrieluizramos

O bê-á-bá bem feito e grudento fez amizade rápida com os fãs do Accept; Vlad não teve muito trabalho em ensiná-los o refrão da grudenta “Brothers in Rock”. Completam o time Attila Vörös na guitarra (ex-Nevermore e Satyricon), Roman Valerev no baixo e Vladimir Zinoviev na bateria. Diferentemente dos recentes shows do Placebo (ver aqui) e Turnstile (ver aqui), houve um acerto na escolha da atração de abertura, tanto pela pertinência quanto pelo talento.

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Accept

Pouco depois das 20h, um susto: os guitarristas Wolf Hoffmann e Joel Hoekstra foram à frente do palco, mas nada se ouve do riff que tocam. Foi o único defeito no som que, durante toda a noite, foi límpido sem comprometer o peso no caso do Accept ou abafar os backing vocals pré-gravados do Amalgama. Resolvido o problema em segundos, foi possível reconhecer “The Reckoning” um dos três singles que anteciparam “Humanoid”. A faixa-título veio na sequência e pegou um público ainda frio, mais educado do que participativo.

A presença de palco, aliada à excelente qualidade de som e de iluminação, seria suficiente para mudar o clima. Mas “Restless and Wild” ser a terceira música apresentada ajudou a acelerar a melhora.

Foto: Gabriel Ramos @gabrieluizramos

É impressionante a precisão dos movimentos de todos os músicos. Ninguém dá um passo que não seja destinado a instigar a plateia. O vocalista Mark Tornillo é mais espontâneo, mas sem fugir muito às coreografias que exigem preparo específico, como pode ser visto no treinamento destinado ao guitarrista convidado Joel Hoekstra (Whitesnake, Night Ranger, entre outros), substituindo Philip Shouse. Se ele não estava muito à vontade com esta parte visual, não se pode dizer o mesmo da música. A elegância e tranquilidade tanto ao solar quanto ao fazer as bases acrescentam uma delicadeza muito bem vinda à rigidez metálica de couro e aço do Accept.

Hoekstra não foi o único a ser evidenciado. Em que pese o esforço gasto nos materiais de divulgação para destacar que o guitarrista Wolf Hoffman é o líder da banda — inclusive deixando-o desproporcionalmente maior do que os outros integrantes em fotos promocionais —, isso não se repete no palco. A todo momento, o único membro original a seguir no grupo interage com o baterista Chirstopher Williams, enquanto o baixista Martin Motnik e o terceiro guitarrista Uwe Lulis têm suas passadas pela beirada do palco vez ou outra.

Foto: Gabriel Ramos @gabrieluizramos

É um entrosamento bem-sucedido. Próximo ao meio do espetáculo, depois de “Dying Breed”, Mark apresenta Joel como guitarrista convidado e faz uma brincadeira com fundo de verdade olhando para ele, dizendo sobre a apresentação, com ingressos esgotados com considerável antecedência: “é um teste de fogo, não?”. Essa pergunta não precisava de resposta, estava evidente que haviam passado no teste sem o menor prejuízo.

A pergunta que não foi feita, mas precisava de resposta, é: por que a predominância de material da era Udo Dirkschneider em relação à nova encarnação do Accept, iniciada com o aclamado “Blood of the Nations”? Houve boa recepção da já citada “Dying Breed”, de “Shadow Soldiers” e “Pandemic”, todas muito superiores ao que ocorreu durante “Riff Orgy” — um medley de quatro músicas gravadas com o vocalista original (“Demon’s Night”, “Starlight”, “Losers and Winners”, “Flash Rockin’ Man”). Aliás, artistas precisam refletir sobre pot-pourris: desagradam quem quer ouvir a música inteira e irritam quem sabe que havia opções melhores para serem tocadas no lugar; ou seja, a única coisa certa é a decepção.

Foto: Gabriel Ramos @gabrieluizramos

Isso não significa que as fases sejam incompatíveis, muito pelo contrário. Poucas experiências são mais satisfatórias em um show de heavy metal do que ver “Metal Heart” e “Teutonic Terror” tocadas na sequência, sem intervalo entre elas. É a união perfeita que simboliza a qualidade, alta antigamente e mantida agora.

Talvez falte a ousadia, como o “choro” que Dirkschneider faz em “Head Over Hills” — um elemento que deixou de ser comum e dá base ao argumento feito pelo ex-baixista Peter Baltes, de que a banda tem se repetido nos últimos discos. Acumulam-se canções do período Mark Tornillo que não deveriam ficar de fora do setlists, como “Against the World” e “Wanna Be Free”. Discos acima da média como “Rise of Chaos”, de 2017, passam batidos por uma discutível escolha do grupo, que torna irônica a “I’m a Rebel” encerrar o show.

Foto: Gabriel Ramos @gabrieluizramos

Apesar disso, o saldo foi: uma excelente apresentação com uma banda afiadíssima, talvez por não terem vindo de uma sequência intensa de shows. Pode ser diferente — ainda que com qualidade — na apresentação extra, a ocorrer dia 18 de maio, quando a banda terá saído do Brasil, tocado na Argentina, Chile, Peru, Colômbia, El Salvador, México, Belo Horizonte (15/05) e Brasília (17/05); com direito a uma performance final em Santo André (19/05) para fechar.

Foto: Gabriel Ramos @gabrieluizramos

Accept — ao vivo em São Paulo

  • Local: Carioca Club
  • Data: 1º de maio de 2024
  • Turnê: Humanoid
  • Produtora: Dark Dimensions

Repertório — Amalgama:

  1. Dark Lacroix
  2. Legion of Steel
  3. Amulang
  4. Fight For Freedom
  5. Brothers in Rock
  6. Sping of My Life (SIC)
  7. Dark Night
  8. Beat of Your Heart
  9. Back From the 80’s

Repertório — Accept:

  1. The Reckoning
  2. Humanoid
  3. Restless and Wild
  4. Midnight Mover
  5. London Leatherboys
  6. Dying Breed
  7. Overnight Sensation
  8. Riff Orgy (Demon’s Night / Starlight / Losers and Winners / Flash Rockin’ Man)
  9. Breaker
  10. Ravages of Time
  11. Shadow Soldiers
  12. Princess of the Dawn
  13. Fast as a Shark
  14. Metal Heart
  15. Teutonic Terror
  16. Pandemic

    Bis:

    17. Zombie Apocalypse
    18. Balls to the Wall
    19. I’m a Rebel

Amalgama:

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Accept:

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