Pouco antes de ser assassinado, em 8 de dezembro de 1980, John Lennon estava em estúdio com Jack Douglas. O produtor ficou responsável pelo álbum “Double Fantasy” (1980).
Douglas, notório também por seus trabalhos com Aerosmith, Patti Smith, Cheap Trick e New York Dolls, carrega até hoje um arrependimento enorme por algo ocorrido na data. Embora não pudesse prever o que aconteceria logo depois, o sentimento é mais forte..
No podcast Magnificent Others, apresentado por Billy Corgan (Smashing Pumpkins), Douglas relembrou a última sessão em estúdio que teve com Lennon. Na ocasião, eles gravaram a música “Walking on Thin Ice”.
Ele contou (via Ultimate Classic Rock):
“Eu não quis sair [do estúdio e acompanhá-lo]. Foi terrível. E eu senti essa culpa terrível porque, de vez em quando, eu ia para casa com ele, mas eu não fui, porque tinha outra sessão depois. E então isso ficou se repetindo [em minha cabeça].”
Em seguida, complementou:
“Eu teria estado no carro, eu teria visto o cara [Mark David Chapman, o assassino de Lennon], eu o teria derrubado, John estaria vivo.”
A situação piorou após o comportamento da imprensa e do mercado em geral frente ao falecimento de John. Ele destacou:
“De repente, todo mundo queria um artigo em revista, todo mundo queria um livro, todo mundo queria isso, todo mundo queria aquilo. Eu não queria absolutamente nada com isso. Então comecei a me esconder.”
A culpa foi tão grande que a própria carreira de Jack Douglas acabou afetada por vícios devido a esse episódio. Felizmente, o profissional passou por reabilitação e está sóbrio há três décadas. Ele afirma sonhar com John Lennon até os dias atuais.
“[Lennon] aparece para mim frequentemente em sonhos. Pode ser em lugares diferentes. Pode ser no estúdio… ele fala comigo. Ele gostava de falar comigo. Gostava de me dizer que eu não sabia de nada. Ele dizia: ‘Para um cara tão inteligente, Jack, você não sabe de nada’.”
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