Yngwie Malmsteen publicou um desabafo nas redes sociais no último dia 18 de dezembro. Em uma postagem online, o guitarrista criticou, sem citar nomes, vocalistas com quem trabalhou no passado, afirmando que tais cantores estariam “tentando se aproveitar” de seu nome e usando sua discografia para chamar atenção.
Na ocasião, o artista escreveu:
“Chegou ao meu conhecimento que esses cantores contratados, que eu mesmo chamei para meus discos solo, estão tentando capitalizar em cima da minha marca. Vamos deixar algo bem claro: participar dos meus álbuns solo não significa ter posse, autoria ou legado. Escrever uma linha aqui e outra ali não transforma ninguém em compositor, e cantar o meu material não faz com que ele passe a ser deles. Eles receberam apenas um salário para registrar as partes que eu compus, assim como o tecladista, o baixista, o baterista etc. Se a única forma de alguém sair em turnê ou chamar atenção é se apoiar na minha marca, usando meu nome, títulos dos meus álbuns e o meu catálogo solo, então a própria pessoa já respondeu à pergunta sobre quem realmente construiu algo. E, afinal, o que eles gravaram ou criaram nos últimos 30 ou 40 anos?”
Não demorou para que o público associasse o texto a Jeff Scott Soto. Em resumo, o cantor americano gravou os dois primeiros discos da carreira solo do sueco, “Rising Force” (1984) e “Marching Out” (1985), fez a turnê do trabalho seguinte, “Trilogy” (1986), e participou do projeto de covers “Inspiration” (1996).
Sendo assim, até hoje, inclui faixas dos álbuns em suas apresentações. Não só, como costuma celebrar frequentemente a parceria em seus perfis e, ao Canal do Batalha, em agosto, afirmou ter criado as melodias da canção “I’ll See the Light Tonight”.
Apesar das especulações, o próprio garante que não era o alvo da indireta. O tópico surgiu durante entrevista recente ao programa Artists On Record, transcrita pelo Blabbermouth.
Segundo Jeff, a indignação do ex-patrão era com outros cantores. Pode ser sobre Mats Levén, que anunciou shows com repertório focado no único álbum de Yngwie em que participou, “Facing the Animal” (1997); ou a dupla Mark Boals e Michael Vescera, que celebrará os aniversários dos discos “Trilogy” (1986), “The Seventh Sign” (1994) e “Magnum Opus” (1995) pela Europa. Rebatendo os argumentos, ele explicou:
“Meu telefone não parou de tocar por dois dias, todo mundo achou que ele estava falando de mim de novo. Mas não estava. Ele estava falando de outros ex-cantores que estão fazendo shows em homenagem a Yngwie ou ao tempo que passaram com ele. Acho que eles estavam divulgando isso e ele ficou sabendo, e foi daí que surgiu a polêmica. Nada a ver comigo. Não estou fazendo nada que envolva tentar capitalizar em cima do nome ou do legado dele. Tudo o que faço é postar coisas online para celebrar: celebrar meu envolvimento, celebrar as coisas que fiz com ele, porque eu também tenho um legado, no meu próprio mundo ou como você quiser chamar. Faz parte da minha história também, então eu celebro isso. Não estou tentando seguir as regras, não estou tentando fazer nada para tirar proveito dele nesses termos. Se você olhar para os últimos 30, 40 anos, eu participei facilmente de mais de cem discos. Só de discos solo, eu tenho oito. Aí você tem o W.E.T., tem o Talisman. Eu estive ocupado. Todo mundo achou que ele estava se referindo a mim. Recebi muito apoio, mas eu tenho respondido: ‘Ei, ele não estava falando de mim. Tudo bem’.”
Jeff Scott Soto quer voltar a falar com Yngwie Malmsteen
Isso não significa que ele e Malmsteen estejam em bons termos. De acordo com o cantor, os dois não mantêm qualquer tipo de contato, mas, ao menos de sua parte, existe o desejo de retomar a amizade, abalada por problemas profissionais – visto que já disse ter se sentido desrespeitado por empresários e pela gravadora na época em que trabalharam juntos:
“Não nos falamos. Não conversamos. Eu não vou aos shows dele. Ele não vem aos meus. Mas espero que um dia possamos mudar isso. Eu não saberia como entrar em contato com ele. Não tenho nenhum número de telefone, nenhum contato, nada, então não saberia como falar com ele. Mas já deixei bem claro em entrevistas: adoraria encerrar a desavença, seja lá qual seja, e simplesmente voltar a ser amigos um dia […]. Conheço a esposa dele. Nunca conheci o filho dele, e seria ótimo. Adoraria conhecer a próxima geração dos Malmsteen. Tínhamos um ótimo relacionamento. Houve momentos em que eu possivelmente voltaria a cantar com ele antigamente, mas essas coisas não deram certo — enfim. Não quero nem preciso disso. Gostaria apenas de dizer: ‘Ei, vamos ser amigos de novo’.”
Por fim, Jeff gravou um recado diretamente a Malmsteen. Destacando que “ama, respeita e valoriza” o guitarrista, trouxe o seguinte apelo:
“Ei, escuta, Yngwie. Temos muita história juntos, cara. Nossa parceria já dura mais de 41 anos. Fizemos músicas incríveis juntos. Eu tive a oportunidade de cantar em dois dos seus álbuns clássicos que todo mundo adora, e em algum momento dessa jornada, nos deparamos com alguns obstáculos, empecilhos, barreiras. Vamos deixar isso de lado. Vamos nos reconciliar. Vamos ser amigos. Eu não preciso de nada de você. Você não precisa de nada de mim. Só quero ser seu amigo de novo. Eu te amo, te respeito e valorizo tudo o que já fiz com você e para você. Então, se pudermos resolver isso algum dia, eu aceito.”
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