Wolfgang Van Halen guarda lembranças profundas relacionadas ao Van Halen. Não só por ser filho do saudoso guitarrista Eddie Van Halen, mas por ter integrado a banda entre 2006 até o fim das atividades. Sendo assim, é difícil para o músico sequer interagir com qualquer obra do grupo hoje em dia.
O líder do Mammoth mencionou o assunto durante recente entrevista ao programa Trunk Nation, transcrita pela Ultimate Guitar. Quando perguntado se já havia lido o livro “Brothers”, escrito pelo tio e baterista Alex Van Halen a respeito da relação com o irmão, o vocalista e multi-instrumentista foi sincero ao responder:
“Eu ainda não li tudo. Quando se trata de qualquer coisa relacionada ao Van Halen, é difícil para mim me envolver completamente. Ainda é algo muito emocional para mim. Sei que pode parecer engraçado ouvir que ‘Runnin’ with the Devil’ pode deixar alguém triste e eu entendo que a música é a conexão que as as pessoas têm com meu pai e com o Van Halen, mas, para mim… eu sinto falta do meu pai.”
Para Wolfgang, pensar que a música é o único meio restante de contato com o pai, falecido em 2020, traz sentimentos dolorosos. É por isso que o artista acredita que não está pronto para encarar qualquer conteúdo do Van Halen:
“Ainda posso ouvir a música que ele fez sempre que quiser. E essa é a parte difícil. Ainda é um processo muito emocional para mim e eu não estou realmente pronto, em nenhum momento, para mergulhar [nas obras].“
Contudo, apesar de não ter concluído a leitura de “Brothers”, o artista mostra apoio à publicação. Isso porque acredita que o projeto evidencia um lado mais humano dos integrantes do grupo, o que considera muito válido:
“Eu ainda não terminei [de ler o livro do Alex], mas é definitivamente bom poder ouvir o lado dele e conseguir compreender quem meu pai e Alex eram como pessoas, em vez de apenas os ícones que as pessoas os enxergam.”
Situação difícil para Wolfgang Van Halen
Vale mencionar que, ao canal da Drumeo em junho, Wolfgang já havia ressaltado como é difícil ouvir as canções do Van Halen. À época, confessou:
“Não ouço mais Van Halen. Eu entendo que essa é a conexão que todos têm (a música). Mas, obviamente, minha conexão era um pouco diferente. Então sobre ouvir, é apenas como… eu tenho as lembranças. Sou muito feliz pelo tempo em que pude formar um trio com meu pai e Al.”
Em 2022, Wolfgang participou do show tributo a Taylor Hawkins, baterista falecido do Foo Fighters, e quebrou o protocolo ao tocar músicas da banda. A ocasião era especial, inclusive por ter recebido um convite do amigo e ídolo Dave Grohl — logo, tratou-se de uma exceção.
“Eu toco por diversão de vez em quando. Se Dave Grohl chega e diz: ‘ei, você quer fazer isso?’, tipo: ‘sim, Dave Grohl, eu gostaria de tocar isso com você’. Mas, no geral, é realmente uma coisa difícil para mim.”
Alex Van Halen e o livro “Brothers”
Escrito por Alex Van Halen, “Brothers” chegou a público em outubro do ano passado. A autobiografia foi descrita como uma “carta de amor” ao irmão Eddie Van Halen, guitarrista e parceiro de banda falecido em 2020.
Além das edições físicas e digitais, a obra também ganhou um audiobook. Como publicado pelo site oficial do Van Halen, a versão em áudio contou com uma música inédita gravada pelo saudoso guitarrista. A faixa instrumental recebeu o título de “Unfinished” (em tradução livre, “inacabada”).
Em comunicado, o próprio baterista destacou:
“Eu estive com ele desde o primeiro dia. Compartilhamos um toca-discos, uma casa de 75 metros quadrados, uma mãe, um pai e uma ética de trabalho. Mais tarde, compartilhamos a parte de trás de um ônibus de turnê, o alcoolismo, a experiência de se tornar famoso… e de passar mais horas no estúdio do que passei fazendo qualquer coisa nesta vida.”
Mammoth atualmente
O Mammoth (agora sem a sigla WVH no final) lançou “The End”, seu terceiro álbum de estúdio, no último dia 24 de outubro. Com 10 faixas, o disco chegou a público por meio do selo I Am The Sheriff.
Conversando com o jornalista Igor Miranda para a Rolling Stone Brasil, Wolfgang Van Halen explicou os diferenciais do projeto quando comparado aos antecessores:
“Estou mais confortável e ciente do quem sou e do que sou capaz. Acho que fui capaz de me desafiar quando tomei consciência disso. Essa confiança ajudou e permeou todo o processo de gravação […]. nesse novo disco, eu estava um pouco mais calmo e pronto para explorar o som. O processo de pré-produção foi um pouco diferente. Isso me permitiu correr mais riscos, e acho que foi aí que esse crescimento e evolução aconteceram. É um ótimo tipo de renascimento, considerando que abandonamos as letras ‘WVH’ do nome da banda. Parece o fim (‘the end’) do ‘antigo’ e o começo do ‘novo’, então estamos em um novo território agora.”
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