Rikki Rockett, baterista do Poison, e Pete Evick, guitarrista e diretor musical de Bret Michaels, vocalista e guitarrista da banda, tiveram desentendimentos no passado. De maneira pública, um certo conflito já havia acontecido em setembro do ano passado. Agora, os dois se envolveram em uma polêmica maior.
Tudo começou com uma entrevista de Pete concedida ao canal The Hair Metal Guru, transcrita pelo Blabbermouth. Quando perguntado a respeito da relação com o outro músico no bate-papo, o artista foi sincero ao revelar que os dois não mantinham mais nenhum contato, mas que, ao menos no último encontro, trocaram uma interação cordial:
“Eu não falo mais com o Rikki. Nós fazemos aniversário com apenas dois dias de diferença. Se você acredita em astrologia e entende algo sobre leoninos, nós somos o retrato perfeito do nosso signo. Há uma certa insegurança e arrogância na alma de um leonino. Eu sou ‘a outra mulher’. Sou o melhor amigo do Bret na banda solo dele, enquanto o Rikki é o melhor amigo de Bret no Poison. Só que ele e o C.C. DeVille [guitarrista] se dão notoriamente melhor, porque, hoje em dia, o Rikki é o único dos três que ainda se importa de verdade com o Poison […]. Eu respeito tudo o que o Rikki representa. Ele faz parte de uma das minhas bandas favoritas de todos os tempos. Muitas vezes eu vou nos ensaios do Poison e na última vez que eu vi o Rikki pessoalmente, eu disse: ‘Rikki , eu sei que você não me quer aqui, cara. Me desculpe por estar no seu mundo’. E ele me deu um abraço e disse: ‘A vida é muito curta.’ Então, acho que qualquer problema que eu e o Rikki tivéssemos — e tivemos alguns problemas — acabou.”
A confusão, no entanto, aconteceu pela declaração seguinte. Basicamente, o guitarrista passou a refletir a respeito da dinâmica do Poison, mesmo que não integre o grupo, e ressaltou que Bret recebe mais dinheiro dos que os outros integrantes, o que considera justo pelo patrão “carregar a tocha” até em seu grupo solo. Depois, insinuou que o Poison não excursiona em ritmo mais intenso por causa do guitarrista C.C. DeVille, dizendo:
“Em qualquer trabalho, em qualquer negócio, alguém ganha mais do que outro. Existe hierarquia. E muitos fãs acham que eles dividem tudo entre si no Poison, mas não dividem. E eu sei que o Bret fica bravo quando eu digo isso, mas eu já disse um milhão de vezes. Ele merece [ganhar mais]. Até mesmo por causa de sua banda solo, porque o Bret é um cara que está na ativa o ano todo. A gente não para de tocar. É sem parar. O CC não quer tocar quinta, sexta e sábado o ano todo. Mas o Bret quer. A política dentro do Poison daria um filme ou reality show de grande sucesso por si só. No entanto, não há brigas. É tudo cordial. São negócios. Ninguém está brigando. Ninguém está se odiando.”
Rikki Rockett rebate Pete Evick
Rikki Rockett não gostou da alegação e resolveu rebater Pete Evick. Por meio do Facebook, o baterista deixou claro que o motivo pelo qual o Poison não realiza tantos shows é justamente por Bret e disparou:
“Se o Pete Evick acha que a banda solo de Bret Michaels está carregando a tocha do Poison, então o Pete deve ser um isqueiro Bic! Continue praticando os solos do C.C., Pete! A Brete Michaels Band está na estrada porque o Bret não quer excursionar com o Poison e não o contrário. O Pete precisa parar de se meter nos assuntos do Poison. Só isso.”
Pete decidiu responder ao deboche. Em novo e longo texto, afirmou que admirava o colega e que as falas foram mal-interpretadas, escrevendo em trecho:
“Ah, Rikki Rockett, eu te amo, cara, de verdade. Vou dizer isso uma única vez para você, para os seus fãs e para todos os fãs do Poison. Primeiro de tudo… eu não vou brigar com o Rikki, não vou dizer nada negativo. Ele está 100% certo no que disse. O C.C. é um herói e uma influência para mim […]. E eu nunca, em um milhão de anos, disse que a Bret Michaels Bands estava carregando a tocha. Eu disse que era o Bret quem estava carregando a tocha, e com isso quis dizer com seus seus programas de TV, suas aparições em jogos da NFL, suas entrevistas [Queria saber] se o Rikki e as pessoas ouviram a entrevista. Se ouviram, sabem que eu passei o tempo todo elogiando o Poison e o Rikki […]. Não me arrependo de nada do que disse naquela entrevista […]. Mas, vou repetir: Rikki, sinto muito de verdade por ter te irritado hoje. Espero que você ao menos encontre um tempo para ouvir a parte em que falo sobre como o seu swing é original, e como toda a sua influência do jazz criou um estilo perfeito para as músicas do Poison, algo que nenhum outro baterista de rock conseguiria fazer como você!”
Ainda assim, Rikki seguiu incomodado. Mais uma vez, retrucou o guitarrista ao, novamente, pontuar que C.C. não tem culpa pela agenda enxuta do Poison e opinou que é a banda completa quem mantém o legado ativo, não apenas o vocalista, apesar do que foi mencionado:
“Não estou tentando te atacar, mas seus fatos não estão corretos. O C.C. realmente quer sair em turnê e nunca foi o motivo de o Poison não excursionar. Quando o Poison está na estrada como banda, é aí que a tocha é carregada. Programas de TV de 15 anos atrás não fazem isso. Claro, qualquer tipo de atenção aos nossos integrantes — seja ao Bret ou a qualquer outro — ajuda na visibilidade, mas, no fim das contas, fazer e tocar música como uma banda é o que realmente importa. As canções, os sucessos, a música que fala à alma de alguém, o esforço de uma vida inteira e o sacrifício — isso é a verdadeira essência do Poison. Nunca tirei o mérito do Bret, mas tocar nossas músicas com outros caras não é o mesmo que carregar a tocha.”
Para finalizar a história, o baterista ainda esclareceu a respeito de C.C.:
“É superimportante esclarecer uma coisa, para o Rikki e para quem mais se importar: o C.C. ou qualquer outra pessoa nunca me disse que não quer passar o ano na estrada […]. O que eu sei é que o C.C. ama o filho dele como nenhum pai que eu já vi e parece participar ativamente da jornada musical dele. Presumo que ele queira balancear isso junto das turnês. Mas o C.C. nunca me disse que não quer excursionar. Fora isso, a verdade é que, Rikki, você e eu concordamos muito mais do que imagina, na maioria das vezes. E, novamente, se pareceu que eu estava culpando o C.C. por não estar em turnê, essa nunca foi a intenção. Eu não faço ideia do que ele pensa ou sente sobre qualquer coisa, exceto sobre família e Eddie Van Halen! Agradeço pela gentileza de responder.”
Poison na estrada em 2026
O Poison deve retornar à estrada em 2026. Na ocasião, o grupo celebrará 40 anos do seu álbum de estreia, “Look What the Cat Dragged In”, original de 1986.
A informação chegou por meio de Rikki Rockett em novembro do ano passado, durante participação no programa de rádio Trunk Nation. Disse o baterista:
“Não está definido. Concordamos em fazer um mínimo de 40 datas, talvez mais. Se houver alguém com quem possamos fazer um pacote que faça sentido, ótimo. Se não houver, então seremos a atração principal. O que fizer sentido. É como Bret diz, se você não consegue fazer direito, faça mesmo assim. Mas faremos direito. [Risos]”
Anteriormente, o músico havia ido ao Facebook responsabilizar o frontman Bret Michaels pela atual inatividade do grupo, que não toca desde 2022. Na ocasião, ele disse:
“Perguntam-me várias vezes ao dia: ‘Por que o Poison não sairá em turnê em 2025?’. Resposta supersimples: Bret não quer.”
A fala desencadeou uma reação forte de Pete Evick, guitarrista da banda solo de Bret. O longo texto do músico pode ser conferido clicando aqui.
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