Glenn Hughes enfim confirmou que fez sua última passagem pelo Brasil na turnê que se encerrou na última terça-feira (18), em Curitiba. O cantor e baixista não havia se manifestado diretamente a respeito do tema, embora a excursão tenha sido promovida pela produtora nacional, Dark Dimensions, como a despedida do artista do Brasil.
O artista inglês de 74 anos, cabe destacar, não está se aposentando dos palcos. Apenas a etapa brasileira e sul-americana como um todo do giro “The Chosen Years” é considerada uma despedida — provavelmente em função do desgaste causado pelas longas viagens.
Com um vídeo onde o público aparece gritando seu nome, Glenn escreveu um agradecimento ao público de um dos países onde mais se apresentou até hoje. Ele disse:
“Para os meus amigos, fãs e seguidores no Brasil, enquanto viajo saindo de seu país nesta noite, já que esta é minha última turnê, eu pessoalmente quero agradecer a todos vocês por todo o amor que me deram, quando toquei para vocês em seu belo país. Palavras não podem descrever como me sinto, sou grato e agradecido, e vou sentir a falta de vocês. Amo vocês.”
Glenn Hughes no Brasil
Hughes esteve no Brasil várias vezes. Duas visitas ocorreram apenas em 2025: a primeira para show único no Bangers Open Air, em maio, e seis meses depois para um combo de cinco apresentações solo.
Sua estreia por aqui ocorreu em 1998, no festival Monsters of Rock. Retornou ainda em 1999, 2001, 2007, 2009, 2010, 2015, 2016, 2018 e 2023.
Aposentadoria? Não
Conversando com o BraveWords em junho, Glenn Hughes refletiu a respeito do momento atual de sua vida. Enquanto afirmou ser um “homem sóbrio”, cercado por uma “esposa maravilhosa” e um “grande amor pela música”, o músico alegou que não tem motivos para interromper a carreira em definitivo.
“Não bebo há 30 anos, tenho uma esposa maravilhosa, uma vida ótima, um grande amor pela música e ainda estou na ativa. Sabe de uma coisa? Se eu não estivesse curtindo, eu poderia parar hoje. Eu poderia dizer ‘acabou’, mas não acho que seja saudável parar. Você já deve ter ouvido isso de alguns amigos mais velhos, que param e aí eles morrem ou acontece alguma coisa esquisita. Eu não quero isso pra minha vida.”
Por outro lado, “Chosen”, seu álbum mais recente, pode ter sido o último. Em conversa com a Classic Rock, Hughes deixa claro que não há a intenção de lançar mais material solo.
“Esse deve ser o último álbum solo de Glenn Hughes. Foi sugerido que eu precisava fazer um para a gravadora, eu devia um álbum a eles. Então eu pensei: ‘ok, se é assim que vai ser’, e me concentrei nele.”
Para o futuro, Hughes não parece interessado em novos trabalhos solo. O músico afirma que criar música nesse formato é exaustivo, mas ao mesmo tempo, está aberto a mudanças de planos:
“Se eu tiver algo mais a dizer, vocês saberão, mas eu não sei se terei. Não vou me aposentar, mas fazer um álbum solo me destrói. Eles (álbuns solo) são tão pessoais, eles acabam comigo. Não posso fazer planos. Se eu faço planos, Deus diz: ‘sem chance, cara, não vamos fazer isso’. Se ‘Chosen’ for o último álbum que fiz, é uma forma épica de terminar. Mas de novo, comigo, você nunca sabe.”
Sobre Glenn Hughes
Nascido em Staffordshire, Inglaterra, Hughes começou a se destacar no início dos anos 1970, como integrante do Trapeze.
A seguir, foi convidado a participar do Deep Purple, registrando os clássicos álbuns “Burn” (1974), “Stormbringer” (1974) e “Come Taste the Band” (1975) – este último com o guitarrista Tommy Bolin no lugar de Ritchie Blackmore. Logo a seguir, a banda encerrou atividades, voltando apenas na década seguinte com a formação posterior.
Nos anos 1980, participou de projeto como o Phenomena, além de parcerias com nomes como Gary Moore e Pat Thrall. Ainda integrou por um breve período o Black Sabbath, gravando o álbum “Seventh Star” (1986) e realizando os primeiro shows da turnê de divulgação.
Após uma série de problemas com drogas, ressurgiu na metade da década seguinte, passando a ser mais consistente com a frequência de lançamentos. Integrou ainda os supergrupos Black Country Communion e The Dead Daisies.
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