Eddie Van Halen é considerado uma verdadeira lenda da guitarra. Criador de um estilo único e responsável por popularizar técnicas como o tapping, o saudoso integrante do Van Halen consolidou o nome no instrumento e influenciou gerações de músicos.
Justin Hawkins reconhece todos os feitos singulares do falecido colega de profissão, mas acredita que um outro guitarrista em específico teria sido capaz de rivalizar com Eddie caso tivesse nascido dez anos antes. O assunto surgiu durante conversa recente do vocalista e guitarrista do The Darkness com Rick Beato.
Ao abordar a ascensão do grunge e a queda do hard rock no início da década de 1990, o integrante mencionou como o contexto da época prejudicou o crescimento do Extreme. Segundo Hawkins, diante do cenário, o guitarrista Nuno Bettencourt acabou ofuscado, quando tinha um potencial muito maior — inclusive, de competir diretamente com Eddie.

Conforme transcrição da Guitar World, Justin ainda culpou nomes como Nitro e explicou:
“Eu não acho que foi o grunge que matou o glam rock. Eu acho que foram bandas como Nitro, porque ninguém vai conseguir cantar mais alto que Jim Gillette, ninguém vai tocar tão rápido ou de forma tão absurda quanto Michael Angelo Batio, então isso meio que representou a conclusão natural para o estilo, o que significou o fim de bandas como Extreme. Eu acho que Nuno nasceu 10 anos atrasado. Porque ele estaria competindo com Eddie Van Halen se fosse um pouco mais jovem.”
Em outras ocasiões, o cantor também exaltou as habilidades de Bettencourt. Ao publicar um vídeo a respeito do single “Rise”, lançado pelo Extreme em fevereiro de 2023, Justin descreveu o guitarrista português como provavelmente “um dos melhores de todos os tempos” e justificou conforme transcrição do site IgorMiranda.com.br:
“Sempre adorei a forma como Nuno consegue tocar algo que parece do blues rock, mas que é tão técnico e brilhantemente executado, e como também faz coisas oriundas do rock, incluindo aqueles dives bomb à la Van Halen […]. Acho que já o vi tocar umas 20 vezes, e nunca deixa de me impressionar: a habilidade dele é incrível.”
Nuno Bettencourt e as comparações com Eddie Van Halen
A maior inspiração de Nuno Bettencourt para o álbum mais recente do Extreme, “Six” (2023), veio de Eddie Van Halen. Com o desejo de “manter a guitarra viva”, o guitarrista português quis trazer a força do saudoso colega de instrumento para o disco.
Diante de tal influência, as comparações entre os músicos ficaram mais fortes. Chamado de “herdeiro de Eddie Van Halen”, sobretudo depois do aclamado solo de “Rise”, Bettencourt confessou para a revista Metal Edge que sente-se incomodado com o título.
“Eu nunca pedi por isso. Quando ‘Rise’ saiu, recebi ótimas reações ao solo e isso foi muito bom. Muitos dos meus colegas e heróis, como Steve Lukather, Steve Vai e Brian May, me enviaram mensagens e e-mails depois que lançamos a música, o que foi incrível. E então, comecei a ler em vários lugares que eu era ‘o herdeiro do trono’ de Edward. Não há herdeiro do trono de Eddie Van Halen. Ninguém se senta nesse trono. Ninguém assume esse trono.”
De certa forma, o guitarrista considera “gratificante” o posto concedido a ele. Porém, garante que o saudoso músico nunca será substituído por ninguém.
“Quando um grande guitarrista nos deixa, você simplesmente começa a prestar atenção em outro, certo? Mas Eddie não era só um ‘guitarrista’. Estamos falando de um cara que mudou a cultura e a forma como tocamos guitarra […]. Mas eu definitivamente senti que, depois que Edward faleceu, dentro do meu gênero e da minha geração, eu tinha a responsabilidade de ‘dar o exemplo’. E é por isso que fico emocionado em compartilhar este álbum.”
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