Ao longo dos anos, o Slaughter to Prevail enfrentou uma série de polêmicas. Isso porque o vocalista Aleksandr “Alex Terrible” Shikolai foi alvo de acusações de apologia ao nazismo, racismo e transfobia.
No passado, o cantor exibia uma tatuagem do Sol Negro, símbolo associado ao nazismo, e manteve vínculos com grupos racistas de extrema direita na Rússia, país onde cresceu. Além disso, publicou conteúdo nas redes sociais exaltando a ideia de ser um “homem de verdade” e declarou que seguia “valores familiares tradicionais”.
Durante participação no podcast The Downbeat em setembro, o frontman se defendeu das alegações. Agora, quem abordou as controvérsias foi o guitarrista Jack Simmons em entrevista à Ultimate Guitar.
Segundo o músico, a visão criada em torno da banda quanto às questões é culpa dos próprios membros por “más decisões do passado”. O integrante entende que, diante de tal contexto, uma parcela do público não vai mudar de opinião, mas ressalta que a missão principal é “apenas fazer música”.
“Na verdade, a culpa é nossa e isso foi resultado de más decisões do passado. Sempre vai haver um grupo de pessoas cuja opinião não conseguiremos mudar e nem estamos aqui para isso. Nós só queremos fazer música. Se você for a um dos nossos shows, verá que há muito amor, não há brigas. Não queremos nada radical, nenhuma energia ou pessoa desse tipo sendo trazida para o nosso ambiente. Para nós, a música é sobre conexão e acho que isso se perde quando as coisas ganham grandes escalas na internet.”
Jack também demonstrou apoio ao vocalista. Para ilustrar a opinião de que a internet costuma descontextualizar certas informações, o guitarrista citou a tatuagem de Sol Negro feita pelo colega, explicando que o símbolo já teve diferentes significados ao longo da história:
“Não vou falar pelo Alex, sei que ele teve um passado diferente. Tudo o que posso dizer é que existe um contexto em torno do símbolo. Vem de uma cultura completamente diferente. Por exemplo, minha namorada é da Ucrânia, e quando a visitei, vi aquele símbolo nos tapetes da casa da avó dela. Eu disse que era um símbolo nazista e racista e e ela riu de mim, achando que eu estava sendo desrespeitoso. Disse: ‘Você está dizendo que minha avó é nazista? Ela viveu sob ocupação nazista. Ela não é nazista. Esse é o nosso símbolo. Significa herança e família’. Mas esse significado se perdeu. E não é algo que as pessoas achem interessante discutir online, [elas não querem] dar contexto ao que acontece na vida real.”
A defesa de Alex Terrible
Como mencionado, Alex Terrible rebateu parte das acusações no podcast The Downbeat. A transcrição é da Metal Hammer.
Sobre a associação com os grupos racistas, o vocalista afirmou que não aproximou-se por dividir os mesmos pensamentos e preconceitos, mas sim, pelo “estilo de vista” de tais conjuntos. O cantor explicou:
“Eu pensei: ‘Ok, quero entrar para esse grupo porque eles são caras fortes, me motivam a ser uma versão melhor de mim mesmo. Tipo ir à academia, me educar e essas coisas’. Mas, ao mesmo tempo, eu nunca fui racista, nazista ou tive qualquer visão radical.”
Já em relação à mencionada tatuagem, o integrante repetiu o argumento de que colocou a imagem na pele pelo significado esotérico e não pela conotação nazista. Ainda confessou que a motivação para cobri-la foi o boicote à turnê do Slaughter to Prevail na Europa em 2015, apesar de, depois, ter entendido a gravidade:
“Comecei a ler sobre esoterismo, sobre energia e coisas assim [e fiz a tatuagem]. Mas não sou burro. Claro que entendo que isso foi usado pelos nazistas. Eu cobri minhas tatuagens não apenas porque mudei minhas visões ou porque mudei de ideia. Eu estava com medo pela minha carreira. E talvez depois de três ou quatro anos, pensei: ‘Que p#rr@ eu estava fazendo? Por que eu fiz aquilo?’.”
Por fim, quando perguntado diretamente se era racista, transfóbico ou homofóbico, Alex respondeu “não” para tudo e completou que só odeia a si mesmo. Assista ao podcast abaixo, em inglês, sem legendas em português:
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