Uma cerimônia de despedida restrita a familiares e amigos próximos de Ace Frehley foi realizada na última terça-feira (21), em Nova York, nos Estados Unidos. Aos 74 anos, o guitarrista original do Kiss morreu no dia 16 de outubro por causa de uma hemorragia cerebral sofrida após queda em casa.
Segundo uma fonte ao site Tampa Bay Music News (via Ultimate Classic Rock), o sepultamento aconteceu no dia seguinte. Todos os membros fundadores do Kiss compareceram.
Descrito como “um amigo de longa data de Ace”, o insider contou:
“Peter Criss estava soluçando [de chorar]. Ele e Ace Frehley eram os melhores amigos. Enquanto Gene Simmons e Paul Stanley cuidavam dos negócios, Ace e Peter eram os ‘festeiros’ do rock ’n’ roll. Eles eram uma versão do Aerosmith de ‘Toxic Twins’.”
Além de Paul Stanley (voz e guitarra), Gene Simmons (baixo e voz) e Peter Criss (bateria), também estiveram presentes nomes como o radialista Eddie Trunk, o empresário do Kiss Doc McGhee e o guitarrista Richie Scarlet. Havia cerca de 75 pessoas, de acordo com o relato.
A casa funerária Sinatra Funeral Home, na cidade de Yonkers, foi o local escolhido para a homenagem. Para concluir o tópico, a fonte explicou o motivo:
“Ace morou em Yonkers nos anos 1980. Ele era frequentador assíduo de várias casas noturnas de rock locais. […] A Sinatra Funeral Home trabalha em parceria com o Woodlawn Cemetery, no Bronx, onde Ace será sepultado.”
Por meio das redes sociais, o próprio Eddie compartilhou um texto a respeito do momento e confirmou as informações mencionadas. Publicando uma foto da lápide e sugerindo a realização de um memorial público no futuro, o apresentador escreveu:
“Ace Frehley foi sepultado no Bronx, em Nova York. Foram dias bastante emocionais, para dizer o mínimo, ao nos despedirmos de um ícone do rock e amigo de longa data. Todos os serviços fúnebres aconteceram da melhor forma possível e contaram com a presença de um pequeno grupo de familiares e amigos próximos, incluindo os três integrantes originais remanescentes do Kiss. Foi uma honra ser convidado a comparecer e participar, reencontrando velhos amigos e conhecendo novos enquanto celebrávamos Ace. A família me autorizou a levar adiante a ideia de um show tributo / celebração de fãs em algum momento. É algo que eu — e muitos outros — acreditamos que ele merece e que deve acontecer. Ainda não há nada concreto para compartilhar sobre isso, mas, quando houver, vocês certamente saberão. Acredito que seja importante para o legado de Ace, para seus fãs e para os incontáveis guitarristas que ele influenciou. Por enquanto, aumentem o volume e celebrem Ace por tudo o que ele nos deu e deixou.”
A morte de Ace Frehley
A causa de morte oficial de Ace Frehley, divulgada por sua assessoria, foi uma hemorragia cerebral sofrida devido a uma queda em casa. O músico ficou em coma desde então e a família optou por desligar os aparelhos que o mantinham vivo depois que os médicos confirmaram que não havia possibilidade de recuperação.
Em um vídeo publicado nas redes sociais (com transcrição do Whiplash), o radialista Eddie Trunk explicou o ocorrido. Ace Frehley teria ficado relativamente bem após uma primeira queda, mas seu estado piorou a partir da segunda:
“Ace caiu duas vezes. Após a primeira queda, tudo ficou bem. Eu entrei em contato com ele. Os planos eram perder apenas um fim de semana de shows. Mas então veio uma segunda queda, e foi nessa que ele machucou gravemente a cabeça. Isso nos levou aonde estamos hoje, sem ele conosco.”
Já em um podcast publicado na sexta-feira (17), Trunk ofereceu mais detalhes. Conforme transcrição do site IgorMiranda.com.br, ele declarou inicialmente:
“Ele caiu pela primeira vez e eu postei que ele estava bem, que estávamos em contato. Isso é verdade. Muitas pessoas não entendem que Ace caiu uma segunda vez. Acredito que essa segunda queda tenha ocorrido exatamente duas semanas atrás [3 de outubro, pois o podcast foi gravado dia 17]. Essa foi catastrófica.”
O radialista deixou claro que Ace não estava alcoolizado ou entorpecido. Também afirmou que a queda ocorreu de uma escada.
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“Ele caiu da escada de sua casa. Ele não estava bêbado ou chapado. Ace tinha muito orgulho de sua sobriedade, então pode descartar isso. Não sei todas as circunstâncias em torno disso, mas foi uma queda realmente séria. Já fui até a casa dele, conheço as escadas. Ele bateu com a cabeça múltiplas vezes, de forma severa, e isso causou os problemas. Não entrarei nos detalhes, mas foi uma lesão muito, muito séria.”
Trunk sequer pôde visitar o amigo no hospital, pois o acesso era bem restrito. Ele concluiu:
“Ace ficou no hospital inconsciente por vários dias. Eu sabia disso. O hospital estava a uns 10 minutos da minha casa em Nova Jersey, mas infelizmente não pude visitá-lo. O acesso era totalmente reservado, o que é compreensível, pois não queriam ninguém lá. Era muito sério.”
Sobre o guitarrista
Nascido em 27 de abril de 1951 no Bronx, em Nova York, Paul Daniel “Ace” Frehley teve uma família musical e começou a tocar guitarra na infância. Decidiu seguir carreira musical no início da vida adulta e trabalhou como carteiro e motorista de táxi.
Juntou-se ao grupo que adotaria o nome Kiss em 1973, após uma audição curiosa. Em meio a vários outros músicos que estavam se candidatando, surgiu com um tênis de cada cor e um jeitão peculiar, mas seu talento era incontestável.
Frehley criou a persona Spaceman (também Space Ace), pintando estrelas prateadas nos olhos. É dele o logotipo de raio duplo da banda. Permaneceu na formação inicialmente até 1982, quando, em meio a problemas com a dependência química e conflitos com Stanley e Simmons, saiu do grupo. Retornou em 1996 para sair em definitivo em 2002.
Na segunda metade dos anos 1980 comandou o Frehley’s Comet, que lançou 2 álbuns de estúdio, um deles certificado com disco de platina nos Estados Unidos. Disponibilizou ainda uma série de álbuns solo, incluindo o lançado em 1978, quando ainda estava no Kiss.
Após décadas lutando contra a dependência química, Ace garantiu estar sóbrio desde a segunda metade dos anos 2000.
Frehley foi introduzido no Rock and Roll Hall of Fame em 2014 como membro do Kiss. Foi creditado por 11 álbuns de estúdio do grupo, embora não tenha tocado em um (“Creatures of the Night”, 1982) e sua presença em outro (“Psycho Circus”, 1998) seja limitada a apenas algumas faixas. Também disponibilizou oito discos de estúdio em carreira solo ao todo.
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