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Kid Rock cobra Pearl Jam e outros artistas para se opor a tiqueteiras nos EUA

Ao publicar vídeo pedindo maior regulamentação quanto à venda de ingressos, cantor não só cutucou a banda, como enalteceu o presidente Donald Trump

Debates em torno das tiqueteiras nos Estados Unidos têm ganhado força nos últimos anos. Plataformas como a Ticketmaster vêm recebendo reclamações de fãs por adotarem políticas como os preços dinâmicos, que eleva o valor dos ingressos conforme a demanda, além de supostamente favorecerem a ação de cambistas e golpistas e cobrarem taxas abusivas.

Diante de tal cenário, Kid Rock resolveu fazer um apelo nas redes sociais. Por meio de um vídeo (via Consequence), o polêmico cantor cobrou outros colegas de profissão para que se posicionem contra os problemas mencionados. Dentre os nomes “convocados” pelo artista, destacou-se o Pearl Jam, que travou uma batalha contra a Ticketmaster por taxas abusivas em meados dos anos 1990.

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Em trecho do registro, o cantor reclamou da conduta das tiqueteiras de maneira geral. Pedindo por uma “regulamentação” quanto aos custos de ingressos revendidos e maior transparência, Kid, em meio a palavrões, pediu:

“O que eu realmente espero é que a gente consiga consertar o sistema de ingressos para os fãs. Isso também têm ferrado os artistas, mas eu sou meio que o segundo elemento nessa equação. Quero que os fãs possam ir a um show pagando os preços que eu defini para os meus ingressos e a maioria dos artistas também quer isso.”

Depois, o cantor citou especificamente o presidente americano Donald Trump — que assinou em março uma ordem executiva com o intuito de coibir a revenda abusiva de ingressos — e, então, o Pearl Jam. Segundo Kid, apoiador do político republicano, a banda deveria abordar o tópico publicamente, mas não vai por diferença de pensamentos quanto ao governo:

“Vamos ver se outros artistas e seus empresários vão aderir a esse processo, se eles quiserem conversar e expor toda a sujeira que vem acontecendo há décadas. […] Vai ter um monte de gente frouxa, quando na verdade eles deveriam se manifestar em defesa dos próprios fãs. Vamos ver se o Pearl Jam vai se posicionar. Eles queriam consertar o sistema de ingressos anos atrás. Provavelmente não vão, porque vão dizer: ‘Ah, odiamos o Donald Trump, temos síndrome de Trump.’ Todos esses outros presidentes poderiam ter feito alguma coisa, Bush, Obama, Clinton, mas não fizeram nada. Ninguém fez. O Trump fez. O Trump está fazendo, nós estamos.”

Vale destacar que Kid Rock posou ao lado de Trump quando o presidente firmou o decreto. À época, o cantor declarou positivamente à imprensa (via Deadline):

“Qualquer pessoa que tenha comprado um ingresso de show nos últimos dez anos, talvez 20, sabe que é um verdadeiro dilema. As tiqueteiras bloqueiam todos os bons ingressos para os shows que você quer ir e, às vezes, logo em seguida os revendem com um aumento de 400% ou 500%. No fim das contas, acho que este é um ótimo primeiro passo. Eu adoraria que, no futuro, houvesse alguma legislação que realmente pudesse estabelecer um limite para a revenda de ingressos.”

Pearl Jam e a batalha contra a Ticketmaster

Quando se tornou um dos gigantes do rock, o Pearl Jam engajou na briga contra ingressos com preços exorbitantes. Em meados dos anos 1990, a banda travou uma batalha pública com a Ticketmaster, alegando que a empresa cobrava taxas abusivas sobre as vendas de entradas para apresentações ao vivo.

Porém, toda grande luta implica em consequências ainda maiores. Uma turnê inteira acabou cancelada por conta do conflito de interesses. Em entrevista de 2011, Eddie Vedder refletiu sobre os prejuízos.

Disse o vocalista à Classic Rock:

“A minha opinião é que pudemos ver de perto como as coisas funcionam neste país. Fomos esmagados por um enorme gigante corporativo. Isso não nos matou, mas foi uma experiência e tanto.”

Os músicos chegaram a testemunhar perante o Congresso sobre o tema, além de evitar locais que trabalhassem com a companhia. No fim das contas, em 1995, a Ticketmaster foi “inocentada” no processo e a investigação, encerrada. Três anos depois, o Pearl Jam voltou a trabalhar com a empresa, durante a turnê do disco “Yield”.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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