Durante uma apresentação ocorrida em dezembro de 2015 na Leeds Beckett University, em Leeds, na Inglaterra, o Ghost precisou interromper o set. Como relatado à época, a banda havia começado a quarta canção “Con Clavi Con Dio” quando um aparente incidente aconteceu com o líder Tobias Forge.
Segundo o site My Global Mind, o grupo deixou o palco por cerca de dez minutos. Num primeiro momento, o público não entendeu o ocorrido, até que o então Papa Emeritus III voltasse e brincasse que “havia desmaiado nos bastidores” e “estava doente por ver todas as belas mulheres na plateia” e “pelo fato de que ele só podia ter uma de cada vez”. O show seguiu normalmente
N verdade, o cantor havia tido um ataque de pânico. Conversando com a Metal Hammer recentemente, o vocalista trouxe o episódio à tona e revelou que, a partir daí, não apenas passou a exigir saber sobre portas de saída de emergência como, também, promoveu uma alteração em seu figurino.
Primeiramente, Forge revelou que desenvolveu claustrofobia com o passar dos anos. Naquele dia em específico, o artista estava fragilizado pela notícia do ataque terrorista ocorrido poucos dias antes dentro do Teatro Bataclan, em Paris, na França, e ficou preocupado quando soube que, aparentemente, o local onde tocaria só contava com uma única saída.
Ele relembrou:
“Por causa dos meus anos usando máscaras, desenvolvi uma claustrofobia nada confortável. É a ideia de ter algo sobre a garganta, estar completamente envolto, completamente fechado. Nunca tinha acontecido comigo antes, mas eu estava entrando no local do show, perto de quando o [ataque ao] Bataclan em Paris aconteceu, em novembro de 2015. Entramos e estava chovendo absurdamente do lado de fora. Me disseram que havia apenas uma entrada para o local. Ou seja, era complicado sair.”
O medo acometeu o cantor logo no início da apresentação e gerou a pausa na performance. Foi preciso que um segurança aparecesse e mostrasse ao frontman a rota de saída caso necessário. Saber tal informação virou uma regra para todos os compromissos que vieram depois, segundo Forge:
“E eu não pensei sobre a saída até o show, quando, de repente, me veio essa sensação de: ‘preciso saber onde está a porta…não vou conseguir chegar até a porta…parem tudo, tirem minha máscara’. Tive que recomeçar tudo. Tivemos que chamar um segurança para me mostrar e havia sim outra porta. E então isso virou uma regra [para os shows seguintes]: preciso saber onde está a saída. Preciso saber como sair. Enquanto eu souber como sair, está tudo bem. Desde então, não tive mais problemas com isso.”
Mudança no figurino de Tobias Forge
E essa não foi a única medida tomada por Tobias Forge. Até o Papa Emeritus IV, o cantor utilizava uma prótese emborrachada que cobria todo o seu rosto. Agora, enquanto encarna Papa V Perpetua, decidiu deixar apenas metade da face coberta por causa da claustrofobia.
Ele contou em sessão de perguntas e respostas com fãs compartilhada pela página Ghost em Español no Instagram:
“Vou ser muito honesto com vocês e dizer que se a mudança fosse recusada, eu nunca mais subiria em um palco de novo. Isso é o quão ruim era. Eu estava sofrendo de claustrofobia e estava ficando cada vez pior.”
Ghost e Papa V Perpetua
O Papa V Perpetua é a atual persona no comando do Ghost para o ciclo do álbum “Skeletá” (2025), lançado em abril. Na história que a banda publica através de vídeos no YouTube, ele é o sucessor e irmão gêmeo perdido do Cardinal Copia, que foi promovido a Papa Emeritus IV e agora a Frater Imperator, sendo o comandante do “Clero” aposentado dos palcos.
A origem do novo frontman foi mostrada no clipe de “Satanized”. Perpetua possui um visual menos “orgânico”, com sua máscara cromada, roupas em tom mais prateado e uso de luvas que se assemelham a grandes “garras” de metal. Com apenas a parte superior do rosto coberta, pela primeira vez é possível ver a boca de Tobias Forge em movimento enquanto canta, além de um pouco mais de sua expressão facial.
Por enquanto, o Papa V Perpetua é o frontman do Ghost com menos registros. Isso se deve não apenas por seu pouco tempo no cargo, mas também pelo fato de que a banda tem proibido o uso de celulares por parte do público durante as apresentações da turnê “Skeletour”.
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