Dave Mustaine deixou o Metallica pra criar e liderar outro gigante do thrash metal americano, o Megadeth. Praticamente todas as músicas foram compostas por ele, seja sozinho ou em parceria.
Já o nome surgiu de outra mente. Um ex-guitarrista dos primórdios do grupo afirma ter sido o responsável pela ideia, incluindo a ausência da letra A no que seria “Megadeath”.
Greg Handevidt esteve no podcast do ex-baixista da banda, David Ellefson (via Loudwire) e contou sua versão da história, endossada pelo dono do programa. Na época, o nome do projeto era Fallen Angel. Mustaine tinha uma música com o título “Megadeath”, ainda com a letra A, de acordo com o guitarrista:
“Estávamos sentados em nosso pequeno apartamento, e Dave tinha lido um panfleto do senador Alan Cranston falando sobre os ‘arsenais de megadeath’ (contagem hipotética de um milhão de mortes), e eu acho que isso realmente ligou algo nele sobre guerra nuclear e o quão devastador isso é e tudo mais. E eu me lembro de pensar: ‘p*ta m*rda, os arsenais de megadeath’, e ele tinha esse verso na letra (da música ‘Megadeath’). E me ocorreu: ‘Megadeath, isso seria um nome legal para uma banda’.”
Handevidt, que depois formou o Kublai Khan, contou ainda que a palavra “death” (“morte”) o incomodava e provavelmente tornaria mais difícil a assinatura de um contrato com alguma gravadora. O guitarrista relembrou:
“Então eu me sentei e escrevi como uma palavra e tirei o A, escrevi num pedaço de papel e disse: ‘Eu acho que é legal. Podíamos chamar a banda de Megadeth. Uma palavra. Tiramos o A. É único. Não tem nenhum tipo de conotação obscura nisso. E eu acho que as pessoas veriam e não se afastariam. Não afastaria as pessoas’.”
Outras versões sobre o nome do Megadeth
A versão de Dave Mustaine, obviamente, é diferente da contada por Greg Handevidt. A parte do panfleto político é a mesma, mas teria acontecido logo que o futuro líder do Megadeth foi expulso do Metallica. No entanto, o responsável pelo nome da banda seria outro: o então vocalista Lawrence “Lor” Kane. Segundo a autobiografia “Mustaine: Memórias do Heavy Metal” (2010):
“No começo, eu era cético em relação à minha habilidade de cantar, então trouxemos um vocalista chamado Lawrence ‘Lor’ Kane. Lor não esteve na banda por muito tempo, mas que seja dado o devido crédito: foi Lor que sugeriu Megadeth como nome da banda. Aconteceu quando estávamos dirigindo uma noite, falando sobre achar o nome certo. Lor sabia que eu tinha composto uma música intitulada ‘Megadeath’ e pensou que funcionaria também como nome da banda. E ele estava certo. Então, obrigado por isso, Lor.”
Já David Ellefson corrobora a versão de Greg Handevidt. Em 2016, em entrevista ao Cranked Up Live (via Blabbermouth), o baixista rebateu a declaração de Mustaine de que ele não teria sido um dos fundadores do Megadeth:
“Foi meu amigo Greg que sugeriu: ‘acho que deveríamos chamar a banda de Megadeth’. E foi decidido naquele dia, então, tecnicamente, quem quer que estivesse na sala naquele dia era um membro fundador do Megadeth.”
“Megadeath”, a música
A tal “Megadeath” foi a primeira faixa composta por Dave Mustaine para seu projeto pós-Metallica, inicialmente chamado Fallen Angel. Ainda nos primórdios, o nome da canção foi alterado para “No Time” e apareceu com esse título na primeira demo do grupo. Nos shows, por volta de 1984, aparecia no setlist como “Burnt Offerings”.
Em 1988, a música foi retrabalhada como “Set the World Afire” e apareceu no álbum “So Far, So Good… So What!”. Segundo Dave, o rascunho da letra foi escrito numa embalagem de cupcake, fazendo com que alguns fãs se refiram à canção como “the cupcake song” (“a música do cupcake”).
Quanto à retirada da letra A no meio de “death”, Mustaine comentou em entrevista para a Hit Parader em 1987. De acordo com o frontman, na época, a razão não foi “evitar karma negativo”, como Greg Handevidt alegou na conversa com Ellefson:
“Megadeth representa a aniquilação do poder. Nós escrevemos o nome foneticamente (como se lê, sem o A) porque o significado para nós é o mesmo que você vai ter no dicionário – é uma contagem de corpos hipotética depois de um desastre nuclear. É um milhão de mortes, e nós queremos deixar nosso público em choque onde formos.”
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