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Kiss será homenageado no Kennedy Center Honors, agora com Trump no comando

Banda é parte da primeira lista de honrados desde que o presidente americano assumiu controle total da instituição

O Kiss será um dos homenageados na premiação deste ano do Kennedy Center Honors, evento que celebra artistas americanos no famoso complexo de artes cênicas, em Washington, DC. A instituição, assim como toda a capital do Estados Unidos, tem passado por grandes mudanças no segundo mandato do presidente Donald Trump, que assumiu pessoalmente o comando da casa — algo incomum na história da instituição fundada em 1971.

O anúncio dos homenageados desse ano foi feito pelo próprio Trump, que também irá organizar e apresentar o evento, tradicionalmente realizado em dezembro. Além do já encerrado grupo mascarado de hard rock, receberão as honrarias o cantor country George Strait, a também cantora Gloria Gaynor e os atores Michael Crawford e Sylvester Stallone.

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Em seu primeiro mandato, Trump sequer compareceu aos shows anuais, que geralmente contam com a presença do presidente americano. Todavia, no início de 2025, o Kennedy Center teve suas finanças checadas pelo governo e logo as primeiras mudanças começaram a ser feitas, primeiro no conselho deliberativo — agora todo ocupado por aliados do mandatário, e pelo próprio, que ocupa a presidência também da instituição.

Donald Trump pretende fazer reformas no histórico complexo, inclusive na decoração, e já chegou a se referir ao local como “Trump/Kennedy Center” nas redes sociais. Deputados do Partido Republicano tentaram, há algumas semanas, emplacar uma proposta para renomear o prédio com o nome de Melania Trump, a primeira-dama.

A premiação é tradicional na cultura americana e acontece desde 1978. Um dos momentos mais notórios das últimas décadas aconteceu em 2012, quando os membros remanescentes do Led Zeppelin receberam a honraria do então presidente Barack Obama e foram homenageados pelas irmãs Ann e Nancy Wilson, do Heart, com uma versão de “Stairway to Heaven” que teve participação de Jason Bonham (filho do baterista do grupo, John Bonham) e arrancou lágrimas do vocalista Robert Plant.

Kiss e Donald Trump

O Kiss, na figura de Gene Simmons, sempre foi cauteloso ao tratar sobre Donald Trump depois de sua entrada na política. Os dois se conhecem há anos do mundo dos negócios e, em 2017, o vocalista e baixista confirmou que a banda foi convidada para tocar na posse do presidente, mas optou por não se expor.

Em 2022, durante entrevista a Bill Maher (via Blabbermouth), Simmons falou mais de sua opinião a respeito de Trump, que havia deixado a Casa Branca no fim de seu primeiro mandato em 2021. O músico admitiu que mudou sua visão ao longo do tempo, especialmente em meio à pandemia de covid-19.

“Para registro, quando Trump concorreu pela primeira vez em 2016 e foi eleito, eu fiquei feliz. Eu conhecia o cara desde antes disso, vendo ele em casas noturnas e coisas assim. E para registro, ele teve Bill e Hillary Clinton em seu casamento, e Howard Stern (radialista) foi a seu casamento. Ele não é um político. Mas meu ponto, eu quero dizer para registro, e as pessoas que me conhecem vão dizer: ‘oh, Gene ficou feliz que Trump venceu’. Eu fiquei. Eu não queria Hillary. Eu pensei: ‘oh, um homem de negócios está chegando. Ele entende como administrar as coisas’.”

Maher então afirmou que Trump não entendia como governar e não estava preocupado em aprender. Gene revelou concordar com isso.

“Eu concordo. A pessoa que eu vi subindo ao poder não é a pessoa que eu vi depois de um ano ou dois disso… Mas eu mudei, da mesma forma que muita gente mudou.”

Ainda em 2022, agora falando com a revista Spin, Simmons foi ainda mais crítico ao primeiro governo Trump. O artista declarou:

“Olhe o que esse cavalheiro fez a esse país e a polarização – fez todas as baratas saírem para a superfície. Houve um tempo em que você ficava envergonhado de ser publicamente racista e sair por aí com teorias conspiratórias. Agora está tudo aí abertamente porque ele permitiu isso. […] Você tem uma responsabilidade diferente quando é apenas um cidadão ou empreendedor. Você não faz as políticas. Não afeta a vida e a morte. Quando você vai para uma posição de poder, isso afeta vidas. Não acho que ele seja um Republicano ou um Democrata. Ele está por conta própria, do jeito que puder chegar lá. E na última eleição, mais de 70 milhões de pessoas morderam a isca.”

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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