Além do membro fundador Keith Richards, os Rolling Stones contaram com diferentes guitarristas ao longo dos anos. Primeiro, Brian Jones integrou o grupo de 1962 até sua morte, em 1969. Em seguida, Mick Taylor assumiu o posto até 1974. Ronnie Wood — que permanece na formação até hoje — o substitui desde então.
Dentre os músicos, um em específico não encaixou tão bem na banda, segundo o próprio Richards. O assunto surgiu durante entrevista de 1983 à Guitar Player, recentemente resgatada pela revista.
De acordo com Richards, era “muito mais difícil” imprimir a identidade dos Stones no período em que tocavam com Taylor. Para o artista, é inegável o talento do antigo colega, mas, ao seu ver, ele pecava como guitarrista base — o que atrapalhava toda a dinâmica, como declarado:
“Era muito mais difícil conseguir um som dos Rolling Stones com o Mick Taylor. Por mais incrível que ele seja como guitarrista solo, ele não era tão bom como guitarrista base. Então acabamos dividindo funções. Quando o Brian e eu começamos, nunca foi assim. Era muito mais fácil com o Brian, pessoalmente, mas também com o Ron — o jeito básico de tocar era muito mais parecido. E não estou dizendo isso para criticar o Mick. Ele é um guitarrista fantástico. Mesmo que ele não tocasse porcaria nenhuma, eu ainda ia gostar dele. Mas, em termos de química, a banda não tinha essa flexibilidade. Cada um fazia uma coisa diferente que não dava liga.”
Elogios de Keith Richards a Mick Taylor
Curiosamente, Keith Richards já apontou os mesmos detalhes sob uma ótica mais positiva. Em outra entrevista recuperada pela Far Out Magazine, o guitarrista destacou que a chegada de Mick Taylor, de fato, mudou a personalidade dos Stones, porém elogiou as contribuições do parceiro e a maneira como complementou o seu trabalho:
“Ter o Mick Taylor na banda naquela turnê de 1969 definitivamente uniu os Stones de novo. Foi assim que fizemos o ‘Sticky Fingers’ com ele. E a nossa música mudou — quase que inconscientemente. Principalmente durante as gravações, porque eu simplesmente gravava três ou quatro guitarras rítmicas diferentes. O Mick era mais um guitarrista solo, com uma sensibilidade melódica incrível na forma de tocar. Quando eu toco guitarra, gosto de tocar com outro cara. Se eu estou sustentando o ritmo, a outra guitarra precisa encaixar com o que eu estou fazendo. E foi exatamente assim com Mick.”
Volta de Mick Taylor
Posteriormente, Mick Taylor voltou a tocar com os Rolling Stones como convidado entre 2012 e 2014. À época, Richards explicou a escolha no programa “Late Night With Jimmy Fallon” (via Rolling Stone Brasil):
“Os discos dos Stones às vezes têm quatro, cinco, talvez seis guitarras que sobrepomos cuidadosamente e manufaturamos artisticamente. E aí chegamos ao palco e somos apenas dois e temos que decidir quais são as partes importantes! Então, ter Mick Taylor com a gente fazendo uma terceira guitarra torna a turnê realmente interessante.”
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Bluesky | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.

isso acontece mesmo, acho q ele tocava “demais”pro rock cru baisoc dos stones
A melhor fase dos Stones são os discos que tiveram Mick Taylor na guitarra. Talvez tanta quimica atrapalha.