O Rage Against the Machine não lança um álbum de estúdio desde “Renegades” (2000). Mesmo assim, na opinião do guitarrista Tom Morello, “a música do grupo ainda cumpre seu propósito”. Inclusive, segundo o integrante, o espírito político pelo qual os músicos ficaram conhecidos aparece notavelmente em uma banda da atualidade.
Perguntado a respeito de novos artistas que admira e se conecta durante entrevista ao programa The Strombo Show, Morello respondeu três nomes: The Neighborhood Kids, Nova Twins e Kneecap — este último, descrito como “o Rage Against the Machine de hoje”.
Segundo transcrição da Ultimate Guitar, ele disse:
“Tenho ouvido recentemente uma dupla de hip hop de San Diego chamada The Neighborhood Kids e com certeza tem um pouco de Rage Against the Machine neles. Eles rimam sobre experiências que já passaram e fazem isso de um jeito tão verdadeiro que você pensa: ‘ainda bem que alguém tem coragem de dizer essas coisas, sabe?’. E no Reino Unido, o Nova Twins é um grupo de que eu gosto muito, são uma banda jovem. No topo da lista, está Kneecap. Eles são claramente o Rage Against the Machine de hoje.”
Sobre o Kneecap
Surgido em 2017, o Kneecap é um grupo de hip hop oriundo de Belfast, capital da Irlanda do Norte. Em suas canções, os artistas abordam temas como a realidade da classe trabalhadora local e o republicanismo irlandês, ideologia que se opõe ao domínio britânico na Irlanda do Norte.
Além disso, militam em defesa da Palestina. Durante o festival americano Coachella em abril, o Kneecap gerou polêmica ao exibir nos telões a seguinte mensagem:
“Israel está cometendo genocídio contra o povo da Palestina. Isso está sendo possível por meio do governo dos Estados Unidos, que arma e financia Israel, apesar de seus crimes de guerra. F#d@-se Israel. Palestina livre.”
Diante das declarações e posicionamentos, o Kneecap passou a ser investigado pela polícia do Reino Unido — mais especificamente, após o integrante Mo Chara mostrar numa apresentação uma bandeira do Hezbollah, grupo islâmico xiita considerado terrorista que atua no Líbano.
À época, em maio, inúmeros artistas saíram em defesa do grupo, que, segundo o primeiro-ministro Keir Starmer, não devia tocar no festival britânico Glastonbury 2025. Assinada por mais de 100 nomes, incluindo Tom Morello, uma carta aberta alegou que “em uma democracia, nenhuma figura política ou partido político deve ter o direito de ditar quem toca ou não em festivais de música ou shows que serão apreciados por milhares de pessoas”.
Tom Morello e Kneecap
Tom Morello vem demonstrando apoio ao Kneecap há algum tempo. Ainda em novembro do ano passado, o guitarrista do Rage Against the Machine compartilhou no X/Twitter uma postagem do grupo a respeito da Palestina e escreveu:
“Eu amo esses caras. Continuem lutando contra o sistema, rapazes!”
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