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A curiosa opinião de Pete Townshend sobre demissão de Zak Starkey do The Who

Guitarrista disse uqe baterista não cometeu nenhum erro em shows recentes e disparou: "tenho que tomar cuidado com o que digo sobre Roger [Daltrey]"

Desde que Zak Starkey foi demitido do The Who pela segunda vez, Pete Townshend permaneceu em silêncio. Num primeiro momento, o guitarrista até tentou amenizar a situação ao divulgar um longo texto comunicando a permanência do baterista na banda. Todavia, pouco depois, o grupo confirmou oficialmente a saída do integrante — e, assim, Townshend não voltou a se pronunciar sobre o assunto.

De início, circulava o boato de que o desligamento do artista teria ocorrido por causa de um desempenho aquém do esperado nas apresentações realizadas no Royal Albert Hall, em Londres, na Inglaterra, no fim de março. Segundo uma fonte ao The Mirror, a situação nos bastidores teria sido “um pouco tensa, para dizer o mínimo”.

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Um vídeo da performance de “The Song is Over” mostrava o vocalista Roger Daltrey irritado por não conseguir ouvir o tom em seu retorno por causa da bateria. A nota assinada por Townshend destacou que “Zak cometeu alguns erros” na ocasião e “pediu desculpas”.

Porém, a verdade é que o guitarrista não acredita que houve erros nas performances. Durante recente entrevista ao jornal The i Paper, o músico quebrou o silêncio e deixou claro que não viu “nada de errado” em cima do palco.

Fazendo uma suposição, ele explicou:

“Tem sido uma bagunça. Não consegui ver nada de errado [nos shows do Royal Albert Hall]. O que se viu foi uma banda que não tocava junta há muito tempo. Mas acho que, provavelmente, a demissão teve a ver com o som. Perdi meu técnico de som por causa disso.”

De acordo com Pete, por mais que o problema tenha envolvido apenas o vocalista, a decisão de demitir Zak aconteceu tecnicamente em conjunto. Ao mesmo tempo, contudo, ele assume que as coisas “saíram do controle”:

“Acho que o Roger simplesmente se perdeu [nos shows]. O Roger está tendo dificuldades. Tenho que tomar cuidado com o que digo sobre o Roger, porque ele fica bravo se eu disser qualquer coisa sobre ele. Vai acabar me demitindo também. Mas isso não quer dizer que foi ele quem demitiu o Zak. Foi uma decisão que Roger e eu tentamos tomar juntos, mas acabou saindo do controle.”

Dificuldade de Pete Townshend ao dispensar Zak Starkey

Perguntado se foi difícil demitir o filho de Ringo Starr, que integrava a banda havia quase três décadas, Townshend respondeu de maneira direta. Apesar de confessar que sentirá “muita falta” do antigo colega, admitiu as dificuldades de convivência com o baterista – a quem apelidou de “outro Keith Moon”, em referência ao saudoso baterista do The Who, já descrito anteriormente como “incontrolável”.

“Bem, nunca fui muito… não fui eu quem o convidou para a banda, certo? Foi o Roger. E naquela época, não sei bem por que ele escolheu o Zak, mas o Zak é outro Keith Moon. Ele traz muitas, muitas qualidades e muitas, muitas dificuldades. Vou sentir muita falta do Zak. Mas qual é a verdadeira história [por trás da demissão], eu não faço a menor ideia. De verdade, eu não sei.”

Uma nota escrita por Roger e Townshend pontuou que, diante da turnê de despedida “The Song is Over – The North American Farewell Tour” e do desejo de aposentadoria para um futuro próximo, a melhor solução era dispensar Zak, que “tem um grande futuro pela frente com sua nova banda e outros projetos empolgantes. Ele precisa dedicar toda a sua energia para que tudo isso seja um sucesso”. Scott Devours, que já trabalhou com os membros, entrou em substituição.

The Who atualmente

The Who anunciou a segunda turnê de despedida de sua carreira. Desta vez, porém, deve ser pra valer, já que seus líderes, o vocalista Roger Daltrey e o guitarrista Pete Townshend, têm, respectivamente, 81 e 80 anos.

Como o nome indica, a excursão “The Song is Over – The North American Farewell Tour” passará pela América do Norte — e uma interpretação do nome pode até mesmo indicar que o “adeus” dos ingleses será apenas ao continente, sugerindo que apresentações em outros territórios poderão continuar a ocorrer. Foram confirmadas performances nos Estados Unidos e Canadá entre os meses de agosto e setembro.

Em nota, Roger afirma:

“O sonho de todo músico no início dos anos 1960 era fazer sucesso nas paradas americanas. Para The Who, esse sonho se tornou realidade em 1967 e nossas vidas mudaram para sempre. O calor do público americano ao longo dos anos tem sido inspirador para mim e reflete a sensação que me lembro de ter ao ouvir os primeiros discos de rock no rádio. Liberdade musical! O rock nos deu um sentimento de rebelião geracional. Para mim, os Estados Unidos sempre foram ótimos. As diferenças culturais tiveram um enorme impacto em mim, esta era a terra das possibilidades. Não é fácil encerrar a grande parte da minha vida que foi fazer turnês com The Who. Obrigado por estarem conosco e ansiosos para vê-los pela última vez.”

Por sua vez, Pete declara:

“Bem, todas as coisas boas chegam ao fim. É um momento comovente. Para mim, tocar para o público americano e canadense sempre foi incrível. O calor e o engajamento desse público começaram em 1967, com hippies fumando maconha, sentados em seus cobertores e nos ouvindo profunda e intensamente. A música estava em toda parte. Todos nos sentíamos iguais. Hoje, Roger e eu ainda carregamos a bandeira dos falecidos Keith Moon e John Entwistle e, claro, de todos os nossos fãs de longa data do The Who. Devo dizer que, embora a jornada nem sempre tenha sido agradável para mim, geralmente é fácil: o melhor emprego que eu poderia ter tido. Continuo voltando. Toda vez que volto, conheço novos fãs e sinto uma nova energia. Roger e eu estamos em um bom momento, apesar da nossa idade, ansiosos para apoiar esta despedida carinhosa de todos os nossos fãs fiéis e, com sorte, de novos que possam participar para ver o que perderam nos últimos 57 anos. Esta turnê será sobre boas lembranças, amor e risadas. Não deixem de participar.”

The Who sai de cena como uma das maiores bandas de rock de todos os tempos. Com seis décadas de carreira e mais de 100 milhões de discos vendidos em todo o planeta, o grupo é citado como um dos mais influentes do estilo, seja por ajudar no desenvolvimento do hard rock e heavy metal ou por ter originado o conceito de “ópera rock”.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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