O Metallica aprendeu uma importante lição com o Soundgarden. Segundo James Hetfield, foi graças ao saudoso Chris Cornell e companhia que o quarteto descobriu, no passado, uma nova abordagem de composição — algo que transformou a maneira como passaram a criar suas músicas.
Durante participação em um especial da MX2 Media em parceria com a empresa de gestão Q Prime, o vocalista e guitarrista revelou que os ícones do grunge abriram os olhos do grupo para uma possibilidade até então desconhecida: compor músicas inteiras sustentadas por um único riff ao longo de toda a faixa.
Conforme transcrição da Loudwire, ele disse:
“Aprendemos com o Soundgarden uma forma diferente de compor, na qual você toca um único riff durante toda a música e o vocalista canta livremente por cima. Pra isso funcionar, você realmente precisa de um cantor muito bom, como o Chris [Cornell]. Isso nos chamou muito a atenção.”
Inclusive, o grupo adotou a estratégia em um de seus maiores clássicos: “Enter Sandman”. Presente no álbum homônimo conhecido como “Black Album”, de 1991, a canção surgiu depois que Kirk Hammet ouviu o disco “Louder Than Love” (1989), do Soundgarden, como o próprio guitarrista relembrou em entrevista à Metal Hammer:
“Eram umas duas ou três da manhã. Eu tinha acabado de ouvir ‘Louder Than Love’, o álbum do Soundgarden. Ouvi aquele álbum, fiquei inspirado. Peguei minha guitarra e saiu aquele riff.”
Metallica e Soundgarden
Para a Guitar World, Kirk Hammet disse ser um fã do Soundgarden “desde 1985 ou 1986”. Além disso, como uma homenagem para Chris Cornell, o Metallica disponibilizou versões para as faixas “All Your Lies” e “Head Injury” — gravadas no show tributo I Am The Highway. Em comunicado, o baterista Lars Ulrich comentou a respeito da influência do saudoso cantor:
“Obrigado pelas suas palavras, pelos seus pensamentos. Obrigado pelos shows, pelos bons momentos, por se expor, e obrigado, junto com seus companheiros de banda, por nos dar algo que nos inspirou, nos empolgou, teve significado, nos tocou – algo que não só nos fez acreditar nas possibilidades, mas que também nos incendiou de verdade. Que honra ter te conhecido, ter dividido o palco com você e criado memórias inesquecíveis – e, no fim das contas, ter feito parte da homenagem à sua vida em Los Angeles. Aquilo nos deu a chance de mostrar ao mundo o quanto sua música e seu brilho significaram para nós.”
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