A fase do Iron Maiden com Blaze Bayley nos vocais motiva debates mesmo mais de duas décadas após seu fim. Até mesmo Dave Murray, guitarrista famoso pelas poucas palavras proferidas em entrevistas, tratou de declarar o que pensa da época.
Ao Music Radar, o integrante mais duradouro do Maiden com exceção do baixista Steve Harris refletiu sobre o criticado cantor, substituto de Bruce Dickinson em boa parte dos anos 1990. Bayley recebeu elogios, mas não houve como fugir da constatação: o período foi um dos piores da história de cinco décadas do grupo.
Ele disse:
“Blaze era um grande cantor e um cara muito legal. Eu realmente gostava dele. Mas quando Bruce saiu e Blaze entrou, nós demos um passo para trás, na verdade. De repente, era meio como começar de novo. Fomos para trás depois do início, depois do momento de subida.”
Murray se refere às baixas vendas de ingressos nos shows, que forçaram o Maiden a se apresentar em locais menores do que o habitual. Basicamente, apenas na América do Sul eles conseguiam tocar em grandes arenas e estádios. Especialmente nos Estados Unidos, perderam bastante público.
Dave admite que temeu pelo futuro da banda, mas lembra a solução, que chegou – ou melhor, retornou – logo em seguida:
“Nesse período, ainda gostávamos de tocar, mas eu pensava em quanto tempo mais a banda iria durar. E então, também de repente, Bruce e Adrian (Smith, guitarrista) voltaram e houve um rejuvenescimento.”
Iron Maiden e a “era Blaze Bayley”
Bruce Dickinson deixou o Iron Maiden em 1993 e para seu lugar foi chamado Blaze Bayley, então vocalista do Wolfsbane. Sua voz mais grave está registrada nos álbuns “The X Factor” (1995) e “Virtual XI” (1998), mas o problema mesmo era ao vivo, na hora de cantar os clássicos.
Em 1999, Dickinson, que até então estava em carreira solo, retornou após um verdadeiro “tratado de paz” costurado pelo empresário Rod Smallwood com Steve Harris. Junto com Bruce, voltou também o guitarrista Adrian Smith, que havia saído da banda em 1990 e vinha colaborando com o cantor fora do Maiden.
Desde então, a banda passou a funcionar como um sexteto, contando com três guitarristas – Murray, Smith e Janick Gers, que havia entrado no lugar de Adrian, mas não foi dispensado. O grupo já lançou seis álbuns nesse formato, que vem funcionando bem desde “Brave New World” (2000).
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Blaze fez um bom trabalho nos 2 discos de estúdio + o single Virus da 1ª coletânea do Iron Maiden, Best of the Beast (1996), faz bons shows ao vivo a sua ”própria maneira”, e merece o reconhecimento que tem de vários fás, mas dentro do Maiden esse tipo de formato não servia.
No Maiden, além do estúdio, exige um nível muito alto nas turnês, para atingir as notas corretas das musicas clássicas. Imagine a tarefa hercúlea de assumir o posto de vocalista de uma banda que teve Paul Di’Anno, cuja agressividade punk no vocal é difícil igualar e fez um trabalho excepcional no inicio do Maiden, e Bruce Dickinson, com seu forte canto operístico e energia inesgotável nos palcos.
A responsabilidade pela escolha inadequada em 1994, recaiu sobre o teimoso Steve Harris. Para igualar aquele nivel de performances ao vivo do Maiden além do Bruce, e Paul dos primórdios, precisava de um vocalista ideal para o estilo da banda.
O pobre Blaze acabou sofrendo uma inevitável e dolorosa demissão, pelo menos ele seguiu acreditando no seu sonho e firmou carreira solo.
Afinal, Bob Dylan é conhecido por ser um compositor incrivel e um cantor horrivel. Mark Knopffler também não era das melhores vozes da musica popular, mas conseguiu fazer musica de qualidade dentro de seu próprio estilo, no Dire Straits. O musico tem que buscar evolução nas composições, e nas performances, seja no canto ou tocando instrumentos.