Artistas como Bruce Springsteen, Bono e Beyoncé manifestaram apoio à democrata Kamala Harris nas eleições presidenciais dos Estados Unidos no ano passado. Apesar dos esforços, a candidata perdeu para o republicano Donald Trump, que pretende agora investigar os músicos que se posicionaram a favor de sua adversária.
Por meio da plataforma Truth Social, o presidente acusou Harris de ilegalidade durante a campanha ao, em suas palavras, “pagar por apoios”. Citando diretamente nomes da música e a apresentadora Oprah Winfrey como exemplo, ele escreveu:
“Quanto Kamala Harris pagou a Bruce Springsteen por sua fraca apresentação durante a campanha dela à presidência? Por que ele aceitou esse dinheiro, se é tão fã dela? Isso não seria uma contribuição de campanha ilegal e grave? E a Beyoncé? E quanto foi para a Oprah e para o Bono? Vou pedir uma grande investigação sobre esse assunto. Candidatos não têm permissão para pagar por apoios, que foi o que Kamala fez, sob o pretexto de pagar por entretenimento. Além disso, foi uma tentativa cara e desesperada para aumentar de maneira forçada as pequenas plateias de seus eventos. Isso não é legal. Para esses ‘artistas’ antipatrióticos, isso foi apenas uma forma corrupta e ilegal de lucrar com um sistema falho. Obrigado pela atenção ao assunto.”
No caso de Springsteen, a situação é ainda mais complicada, já que o presidente trava uma batalha direta contra o cantor. Tudo começou na última quarta-feira (14), quando o artista iniciou a turnê “The Land of Hope and Dreams” em Manchester, na Inglaterra, e criticou abertamente o governo americano.
Conforme transcrição da Consequence, ele disse em certo momento:
“O meu país, os Estados Unidos que eu amo, sobre o qual escrevi e que tem sido um farol de esperança e liberdade por 250 anos, está atualmente nas mãos de um governo corrupto, incompetente e traidor. Nesta noite, pedimos a todos que acreditam na democracia e no que há de melhor na experiência americana que se unam a nós, ergam suas vozes contra o autoritarismo e deixem a liberdade ecoar. A maioria de nossos representantes eleitos falhou em proteger o povo americano dos abusos de um presidente incapaz e de um governo fora de controle.”
Ao saber da declaração, Trump resolveu se manifestar no Truth Social em tom de ameaça. Chamando Springsteen de “superestimado”, “sem talento”, “idiota” e “desagradável”, o político mandou a seguinte mensagem:
“Vejo que o altamente superestimado Bruce Springsteen vai a um país estrangeiro para falar mal do presidente dos Estados Unidos. Nunca gostei dele, nunca gostei da sua música ou da sua política radical de esquerda e, o mais importante, ele não é um cara talentoso, apenas um idiota insistente e desagradável. Esse roqueiro com a pele toda ressecada deveria ficar calado até voltar para o país, isso é o ‘padrão’. Aí veremos como ele se sai!”
Nova crítica de Bruce Springsteen a Donald Trump
Ainda assim, o artista não se sentiu intimidado. Tanto é que, numa apresentação posterior também em Manchester, voltou a reprovar o mandato de Trump, como compartilhado pela Consequence. Antes de “My City of Ruins”, disse para a plateia:
“Nos Estados Unidos, estão perseguindo pessoas por exercerem seu direito à liberdade de expressão e por manifestarem opiniões contrárias. No meu país, estão sentindo um prazer sádico pela dor que prejudicam trabalhadores americanos dedicados e estão revertendo legislações históricas de direitos civis que levaram a uma sociedade mais justa e moral. Estão abandonando nossos grandes aliados e se alinhando com ditadores contra aqueles que lutam por sua liberdade. Estão retirando moradores das ruas americanas e, sem o devido processo legal, os deportando para centros de detenção e prisões estrangeiras. Tudo isso está acontecendo agora.”
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