Outra das bandas “reservas” a entrar de última hora no elenco do Bangers Open Air 2025, o Destruction levou a sério o convite e preparou um show especial para o público brasileiro: a reprodução, na íntegra, de seu clássico álbum “Infernal Overkill”, que celebra 40 anos de seu lançamento em 2025.
Tocar um disco inteiro ao vivo traz sempre alguns desafios. O maior costuma ser manter o público animado durante a execução de suas faixas mais obscuras, além de evitar o desinteresse quando sua execução termina e o show prossegue. No domingo (4), ele foi agravado porque o Destruction era a última banda no dia final no terceiro palco do festival.
O segundo desafio veio uma vez que “Bestial Invasion”, música mais famosa da banda e tradicional encerramento de seus shows, é a primeira do lado B de “Infernal Overkill”. Tocar um clássico no meio do show nem chega a ser um problema; achar outra do mesmo porte para fechar em grande estilo é uma questão diferente.
O Destruction tirou esses desafios de letra. Quanto à animação do público em faixas menos conhecidas, isso nunca foi problema para para eles. Sua relação de mais de 35 anos com os fãs brasileiros já está mais do que solidificada nesta décima quinta visita ao país onde estreou em 1989.
Em um ponto da noite, Marcel “Schmier” Schirmer comentou que havia “finalmente, um festival decente de metal no Brasil”. Como o grupo chegou a se apresentar no fatídico Metal Open Air, em São Luís, o vocalista e baixista falava com conhecimento de causa.
Assim, para quem enchia bem o Sun Stage no domingo à noite, ouvir a sequência interminável de riffs da instrumental “Thrash till Death” ou durante os quase oito minutos de “Black Death” foi um deleite. Já “Bestial Invasion”, no meio da primeira parte do set, acabou funcionando melhor do que a encomenda. Não só evitou um cansaço do público como fez a roda no meio do Sun Stage aumentar de tamanho e assim se manter pelo resto da noite.
Se o final da execução de “Infernal Overkill” poderia gerar algum desinteresse no resto da noite, a retomada com dois clássicos do porte de “Curse the Gods”, do álbum “Eternal Devastation” (1986), e “Total Desaster, do EP de estreia “Sentence of Death” (1984), resolveu isso da melhor forma, com velocidade, violência e mais dos gritos agudos inconfundíveis de Schmier.
O baixista chegou até a pedir ao público para escolher qual música queria ouvir na sequência. Antes mesmo de dar as opções, alguém já gritou “Mad Butcher”, que Schmier pediu calma, pois a banda já tocaria o outro clássico do EP “Sentence of Death” mais à frente.
A escolha inicialmente foi entre duas faixas do álbum “The Antichrist” (2001): “Nailed to the Cross” e “Thrash till Death”. A escolha do público foi pela primeira, que teve seu repetitivo refrão berrado, algo bem comum em várias outras ao longo da noite, mas não se viu nenhum Jesus no meio do mosh, como seria apropriado.
O final do show, no último desafio, veio com “Destruction”, única do disco mais recente “Birth of Malice” (2024), dedicada aos fãs e cujo clipe foi gravado no Brasil. E, curiosamente, a música rejeitada na escolha da audiência momentos antes fechou a noite. Assim como funcionou melhor “Bestial Invasion” lá pelo início, não havia um final melhor para mais um capítulo da longeva relação do Destruction com os fãs brasileiros do que uma música chamada “Thrash till Death”.
**Este conteúdo faz parte da cobertura Bangers Open Air 2025 — clique para conferir outras resenhas com fotos e vídeos.
Repertório — Destruction no Bangers Open Air 2025
- (Primeira parte do show: Infernal Overkill) Infernal Overkill
- Invincible Force
- Death Trap
- The Ritual
- Tormentor
- Bestial Invasion
- Thrash Attack
- Antichrist
- Black Death
(Segunda parte) - Curse the Gods
- Total Desaster
- Nailed to the Cross
- Mad Butcher
- Destruction
- Thrash ‘Til Death
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Bluesky | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.