O governo de Donald Trump nos Estados Unidos reúne alguns religiosos escolhidos pelo presidente, no que é chamado pela imprensa de “gabinete da fé”. Entre os principais integrantes do tal gabinete, que inclui o vice-presidente J.D. Vance, está uma personalidade da televisão — e indiretamente, do rock: a pastora evangélica Paula White-Cain, esposa de Jonathan Cain, tecladista do Journey.
Segundo matéria do g1, Paula comanda uma das maiores igrejas dos Estados Unidos que seguem a Teologia da Prosperidade. Também muito presente no Brasil, a doutrina prega o direito total à riqueza, que seria alcançada por meio de ofertas extremamente generosas para a instituição religiosa. White-Cain também é famosa pela presença na TV, com programas evangélicos.
A pastora e o então futuro presidente se conhecem desde 2001 e têm forte amizade, ao ponto de Trump nomeá-la como sua Conselheira Espiritual, cargo que também ocupou no primeiro mandato do político. Marie Gayte-Lebrun, professora de civilização norte-americana da Universidade de Toulon, na França, comentou sobre a importância de Paula nas duas vitórias eleitorais de Trump:
“Paula White foi a porta de entrada de Donald Trump para os evangélicos, numa época em que ele não era de forma alguma considerado o candidato natural deles. Foi isso que também lhe deu acesso a eleitores negros e latinos, que ajudaram a garantir sua vitória em novembro passado.”
Atualmente, White-Cain se dedica ao programa do governo federal chamado “Fé e Oportunidade”, ao lado da ministra da Justiça, Pam Bondi. A iniciativa visa não só integrar a fé cristã e as famílias americanas, mas também “acabar com todas as formas de discriminação contra os cristãos dentro da administração federal”, “processar atos de violência e vandalismo anticristãos” e “defender os direitos dos cristãos e dos crentes”.
O programa tem sido recebido como uma verdadeira “cruzada” contra “ateus, globalistas e marxistas”. Os principais alvos devem profissionais da saúde que trabalham ou apoiam clínicas antiaborto e cirurgias de mudança de sexo, além da perseguição e preconceito contra cristãos – que são enorme maioria nos Estados Unidos.
E Jonathan Cain?
Como não poderia deixar de ser, o marido de Paula também é um grande apoiador de Donald Trump. Jonathan Cain demonstrou apoio ao presidente na época do escândalo envolvendo a atriz pornô Stormy Daniels – com quem Trump teve relações extraconjugais – e as fraudes fiscais pelas quais o político foi condenado, e cujo valor foi usado para comprar o silêncio de Daniels. Na ocasião, o músico declarou ao jornal britânico Metro (via Blabbermouth):
“Para ser franco, podem ter acontecido algumas contravenções. Crimes, como estão chamando. Mas sim, eu acho [que ele é um homem inocente]. Acho que foi injusto o que aconteceu. [Sua condenação] foi um dia triste para os Estados Unidos, mas acho que ele é um lutador. Ele tem chances. Eles não podem detê-lo legalmente. Ele pode se candidatar à presidência da cadeia. Isso fará dele uma lenda.”
Jonathan Cain e Paula White-Cain estão casados desde 2015. Este é o terceiro matrimônio para cada um deles.
O músico do Journey também possui uma carreira solo onde faz música cristã e chegou a tocar o clássico “Don’t Stop Believin’”, do Journey, em uma festa na casa de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, em novembro de 2022. O guitarrista da banda – e desafeto do tecladista –, Neal Schon, emitiu uma notificação através de advogados acusando Cain de prejudicar o nome do grupo e pedindo para que o artista não represente o Journey em eventos políticos.
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Bluesky | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.