...

Youtuber britânico mostra como Blu-Ray de Edu Falaschi não é tão ao vivo assim

Comparação feita com vídeo gravado por fã na plateia revela diferenças nos vocais e solos de Roberto Barros na guitarra

Um youtuber britânico conhecido como Fil tem se dedicado a apresentar e analisar vocais e performances pré-gravados na internet. Agora, ele atendeu a um pedido para analisar o Blu-Ray “Vera Cruz”, de Edu Falaschi, que já teve algumas faixas divulgadas pelo cantor. Segundo a análise, o áudio não condiz com o que se ouviu pessoalmente no Tokio Marine Hall, em São Paulo, na noite de 21 de agosto de 2022.

­

- Advertisement -

O apresentador do canal Wings of Pegasus comparou a prévia do lançamento oficial com um vídeo da apresentação feito por um fã que estava presente no show. A música “The Ancestry” foi usada em ambas as ocasiões.

Através de alguns softwares que isolaram o vocal de Edu, Fil conseguiu conferir o material detalhadamente e explicar a diferença entre as duas performances – que deveriam ser a mesma. Conforme transcrição do site IgorMiranda.com.br, o britânico disse:

“Você pode ouvir que há alguma manipulação do vocal acontecendo aqui e esse tipo de coisa, muito próxima de F#4 [nota musical], essas pequenas partes onde meio que se larga as notas, sim… certamente soa como calibragem [de voz] aqui.”

Ao comparar a prévia oficial e o vídeo feito da plateia, Fil ainda observa o que pode ser uma possível falha do microfone de Falaschi nas primeiras palavras, que retornam logo em seguida. Na versão do Blu-Ray não há esse problema. A imagem tem um corte onde é mostrado o guitarrista Diogo Mafra no momento em que Edu parece estar ligando o microfone ou mexendo nele.

Fil cita outros trechos onde o áudio da plateia mostra que Edu usou um fraseado diferente, encurtando algumas notas, que aparecem mais longas e precisas no Blu-Ray. Por meio da posição de uma das câmeras profissionais e dos movimentos de Edu Falaschi no palco, o youtuber prova que os dois vídeos mostram a mesma apresentação, mas o som não é o mesmo.

“Sabemos que é esta performance, por conta da sincronia perfeita dos movimentos. É a mesma performance, mas o áudio que coloquei do lado esquerdo, do lançamento oficial em Blu-Ray, tem um vocal colocado por cima. Não é o vocal que foi gravado naquela noite. E quando digo isso, não é o vocal original que teve a afinação corrigida ou foi usado autotune, é um vocal totalmente diferente que também teve a afinação corrigida.”

Guitarra de Roberto Barros

Na sequência, o youtuber segue analisando a performance mostrada no Blu-Ray e atenta para o fato de que o som da guitarra de Roberto Barros no vídeo oficial é muito mais cristalino, com notas mais precisas, do que a gravação feita por um fã mostra. Fil adverte:

“Isso é algo que você precisa ter muito cuidado, porque vendo essa performance ao vivo… imagine outras bandas e músicos que talvez estejam trabalhando determinadas técnicas de guitarra como sweep picking e tentando fazer isso ao vivo. Eles veem essas performances ‘ao vivo’ — e cantores também – e podem pensar que aí é onde está o ‘nível’, que você tem que tocar neste nível ao vivo [reproduz a prévia oficial], se movendo pelo palco, mas a realidade, na verdade, é esse tipo de coisa [reproduz o vídeo gravado da plateia].”

Neste momento, Fil — que diz ser guitarrista há 25 anos, professor de guitarra há 15 e músico de shows há 17 — pega uma guitarra e explica a dificuldade em se fazer arpejos e outras técnicas usadas por Barros durante uma apresentação. O youtuber acredita que a substituição do áudio de álbuns e vídeos ao vivo por versões melhoradas deve se tornar cada vez mais comum.

“É interessante, porque nesse caso em particular, nós temos os vocais que foram regravados ou tirados de outro lugar tiveram a afinação corrigida e foram colocados por cima da versão Blu-Ray, e o instrumental, pelo menos as guitarras, foram regravadas e colocadas no vídeo ao vivo. Mais uma vez, isso é algo que eu acho que as pessoas precisam entender agora, que isso vai ser uma coisa comum. As performances ao vivo vão ser a imagem que foi gravada naquela noite, mas o som vai ser potencialmente gravado em estúdio, talvez uma faixa pós-gravada que será adicionada, mas é um pouco ilusório, porque esse não foi o som produzido ao vivo.
E acho que especialmente tocando esse estilo, para as pessoas que estão aprendendo a tocar, você tem que ter expectativas realistas do que pode ser feito ao vivo. Não vai soar sempre totalmente perfeito, a não ser que você vá ao estúdio e grave, faça uma faixa de todos os seus solos e coloque na filmagem.”

O vídeo, com mais de 23 mil visualizações em 10 dias, pode ser assistido abaixo.

Sobre o Blu-Ray “Vera Cruz”

O registro audiovisual foi gravado durante show no Tokio Marine Hall, São Paulo, em 21 de agosto de 2022 (clique aqui para ler cobertura). Na ocasião, Edu Falaschi executou o álbum “Rebirth” na íntegra, além do próprio “Vera Cruz” (2021), seu primeiro disco solo. O evento teve participações de Elba Ramalho, Thiago Arancam, Fabio Lima, Fernanda Lira (Crypta) e Marcello Pompeu (Korzus).

Em nota, Falaschi comenta sobre o material:

“Esse é um dia muito especial pra mim, a data que deu início ao nascimento oficial da minha jornada ao lado do Angra, ironicamente é também a data do nascimento da minha filha Mikaela, ou seja, um dia maravilhoso pra mim, que eu fiz questão de comemorar com os fãs, presenteando-os de surpresa com o primeiro single do tão aguardado Blu-ray ‘Vera Cruz’.”

O material foi produzido pela Foggy Filmes, sob direção de Junior Carelli e Rudge Campos. Edu é acompanhado por sua banda, formada pelos músicos Roberto Barros e Diogo Mafra (guitarras), Raphael Dafras (baixo), Aquiles Priester (bateria) e Fabio Laguna (teclados), À época, o lineup também contava com Fábio Caldeira e Raíssa Ramos nos backing vocals. A produção técnica teve a supervisão de Arthur Bevilacqua, responsável também pelo projeto de palco e direção de palco.

O Blu-Ray “Vera Cruz” já está em pré-venda e será lançado oficialmente em junho de 2025.

Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Bluesky | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.

ESCOLHAS DO EDITOR
InícioNotíciasYoutuber britânico mostra como Blu-Ray de Edu Falaschi não é tão ao...
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

12 COMENTÁRIOS

  1. Vocês acham que esse blu-ray está a 1 século em produção, pq? Está tudo sendo refeito em studio…Edu é um grande nome do metal nacional mas ele não consegue mais cantar em nível profissional. Obviamente seria tudo mascarado com recursos tecnológicos, eu que não gasto dinheiro com um material artificial

    • Oi Felipe, tudo bom? Criticar beleza, mas corrigindo uma coisa que é factualmente indiscutível, não é verdade que o Blu-ray está há um século em produção como colocaste, ele foi lançado até rápido no Japão, mas teve problemas com relações a direitos autorais e o litígio com o Angra no lançamento brasileiro.
      Porém em se tratando de material pronto, já tem tem gente com ele em mãos, ainda que em versões importadas, há muito tempo.

  2. Como se isso num fosse feito a tempos por outras bandas. Iron maiden USA overdubs e correção de áudio q vc pode conferir no live after death, maiden england, rock in Rio 2001 e por aí vai… Isso é um produto de entretenimento… Quer ver o original? Assista ao vivo ou torça pra ser transmitido por tv ou internet.

  3. Quantos álbuns 100% ao vivo você conhece? Eu conheço alguns. A maioria são bootlegs. Igor, te acompanho desde o tempo da Combi, mas desta vez pisastes na bola. Dar palco a um músico frustrado cujo hobby é encontrar defeitos na performance dos outros não está à altura da tua trajetória de excelente jornalista. Puro clickbait. Lamentável.

    • Gustavo, o conteúdo teve espaço no site pois é um caso de exposição de um artista/banda de metal do Brasil em uma mídia do exterior. O vídeo tem um volume considerável de visualizações e abriu uma discussão sobre o tema. Não estamos nos posicionando nem a favor, nem contra; apenas noticiando.

  4. Esse tipo de recurso (correção em estúdio para shows gravados ao vivo) é feito a décadas. Pulse (pink Floyd) de 1994 já teve MUITO DISSO… Minha banda, Primavera nos Dentes, em 2019 já corrigiu falhas de registros ao vivo, dentre de um estúdio… Nada novo… Segue o baile…

  5. Igor basta comparar as palmas para o The Who do então VHS com o album ao vivo de Woodstock. Simplesmente não coincidem. E estamos falando de 1970 (quando foram lançados). De lá pra cá você acha que foi caso único. Eu com zero formação de técnico em áudio percebi isso, imagine o que não tem aparecido por aí desde então.

  6. Óia lá o inglês tentando reinventar a roda rsrs.
    Todo mundo sabe que tá cheio de pós no Blu-ray, principalmente quem estava no show. Eu estava, teve erros pra kct… Cyborgão sabonetou muitos solos, Edu não tem potência pra reproduzir ao vivo o que faz e trata na mix E ISSO É NORMAL!!! São canções gravadas num nível absurdo de dificuldade e ninguém iria querer lançar um material bruto pra ficar ouvindo erros ao assistir depois. Desde os anos 90 (ou até antes) faz-se correções em material de ao vivo… Só é novidade pra esse inglês aí.

  7. O Vera Cruz não vi, mas no Temple of Shadows o som é tão “pasteurizado” que não consigo assistir a nenhuma música. Parece ter muitos overdubs, além do fato do Edu cobrir a boca com o microfone e as duas mãos muitas vezes. Enfim, não posso provar nada, mas não gostei.

DEIXE UMA RESPOSTA (comentários ofensivos não serão aprovados)

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui


Últimas notícias

Curiosidades