Golpista finge ser Ritchie Blackmore e faz mulher com câncer terminal perder R$ 1 mi

Idosa chegou até mesmo a atentar contra a própria vida após ter descoberto ser vítima de um golpe

Uma idosa inglesa que convive com um câncer terminal sofreu um golpe que lhe custou o equivalente a mais de R$ 1 milhão. O responsável foi uma pessoa que se passava por Ritchie Blackmore.

Valerie Horwood tem 81 anos e vive na cidade de Fleet, no distrito de Hart, em Hampshire, Inglaterra. Em setembro de 2022, recebeu mensagem no Facebook de alguém se passando pelo guitarrista ex-Deep Purple e Rainbow.

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Conforme relata o Daily Mail, a aposentada acreditou. Todavia, não por ser uma fã, mas por ter sido colega de escola do músico na infância.

A senhora foi convencida a comprar centenas de cartões-presente da Apple para o golpista. O criminoso disse que pagaria tudo de volta e muito mais, além de ter solicitado que as conversas ficassem em segredo devido ao status de celebridade do suposto artista.

A descoberta do golpe

Sua filha Debbie, de 58 anos, notou em junho de 2023 que a mãe se comportava de forma estranha. Porém, não encontrou nada suspeito nem mesmo ao vasculhar seu celular — a comunicação com o golpista ocorria por um aplicativo chamado Signal, que Debbie não conhecia.

A família só foi avisada sobre a situação após Valerie pedir 2 mil libras a um amigo para pagar contas, pois sua poupança estava vazia. A filha relata ao Daily Mail:

“Um dia, ela me mostrou seu aplicativo bancário e todo o dinheiro havia desaparecido. Foi atraída para uma falsa sensação de segurança pensando que tinha um amigo que era uma pessoa famosa. Realmente não acreditou em nós quando dissemos a ela que era um golpe.”

A reação de Valerie não poderia ter sido pior. Debbie relata:

“O mundo dela simplesmente desmoronou. Ela não conseguia compreender o que tinha acontecido. É difícil aceitar que você acabou de dar todo o seu dinheiro para um golpista. É um golpe muito astuto. Eu passei pela pior montanha-russa emocional com tudo isso.”

Em relação ao aplicativo, a filha de Valerie afirma:

“Fiquei muito irritada porque se eu soubesse desse aplicativo (Signal), teria visto isso em junho ou julho do ano passado e poderia ter cortado pela raiz. Eu realmente quero aumentar a conscientização. Os golpistas já estão trabalhando em sua próxima ação. Muitas pessoas simplesmente não sabem sobre esse golpe de vale-presente.”

Ao ser questionada sobre o que pode ter levado a mãe a passar por isso, a mulher enfatizou a solidão que a velhice traz às pessoas.

“Todos nós entramos em choque. Minha mãe não é estúpida. Ela é muito esperta e muito ligada. Provavelmente estava bem solitária. Estava gostando dos bate-papos que eles estavam tendo. É de partir o coração que tenha sido sugada para isso. Eu nunca teria imaginado que minha mãe seria tão vulnerável assim.”

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Ameaças e tentativa de tirar a própria vida

Os contatos não cessaram mesmo após a remoção do aplicativo. Valerie começou a receber mensagens ameaçadoras no WhatsApp, com mais pedidos de dinheiro por parte do golpista.

A aposentada tentou tirar a própria vida. Desde então, se mudou e passou a morar com a filha, que a monitora junto com cuidadores. Por sua vez, Debbie foi a todos os supermercados onde os cartões-presente foram adquiridos — um deles chegou a reembolsar as 12,5 mil libras gastos em suas lojas.

“Estamos lutando por justiça para minha mãe e para recuperar seu dinheiro para que possa decidir o que quer fazer com ele no tempo que lhe resta. Minha mãe pode precisar ir para uma casa de repouso em breve, e é para isso que ela poderia usar seu dinheiro. Não para alguns golpistas irem comprar um relógio Rolex ou um carro.”

** No Brasil, o Centro de Valorização da Vida (CVV), associação civil sem fins lucrativos, oferece apoio emocional e prevenção do suicídio, gratuitamente, 24 horas por dia. Qualquer pessoa que queira e precise conversar, pode entrar em contato com o CVV, de forma sigilosa, pelo telefone 188, além de e-mail, chat e Skype, disponíveis no site www.cvv.org.br.

Sobre Ritchie Blackmore

Nascido em Somerset, Inglaterra, Richard Hugh Blackmore começou sua carreira de músico profissional participando de sessões com o produtor Joe Meek, além de tocar ao vivo com o The Outlaws e Screaming Lord Sutch. Gravou com nomes como Glenda Collins, Heinz e Neil Christian.

Convidado pelo baterista Chris Curtis, se juntou ao Deep Purple em 1968. Acabou se tornando um dos grandes responsáveis pelo sucesso do grupo, criando momentos memoráveis da história do rock em seus riffs e solos. Saiu em 1975, retornando em 1984 e ficando até 1993.

Ainda na metade dos anos 1970, formou o Rainbow. A proposta inicial era fundir o hard rock com influências clássicas, adotando uma pegada mais comercial com o passar dos anos. Entre idas e vindas, o grupo retornou na década passada e segue fazendo shows esporádicos.

Desde 1997, comanda o Blackmore’s Night ao lado da esposa, Candice. O projeto condensa música renascentista e folk rock.

Genial e genioso, coleciona desavenças e sopapos com colegas de banda, incluindo os vocalistas Ian Gillan e David Coverdale. Recluso, não costuma comparecer a eventos, como a cerimônia do Rock and Roll Hall of Fame 2016, quando foi induzido com o Deep Purple.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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