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Entrevista: Orbit Culture fala sobre Knotfest Brasil, próximo álbum e Slipknot

Vocalista e guitarrista Niklas Karlsson sabe que precisará conquistar público que ainda não conhece sua banda, praticante de um melodic death metal “montanha-russa”

Entre as diversas atrações internacionais confirmadas para o Knotfest Brasil 2024, evento que acontece entre os dias 19 e 20 de outubro no Allianz Parque (São Paulo), certamente a menos conhecida do público nacional é o Orbit Culture. O vocalista, guitarrista e líder Niklas Karlsson sabe disso — e, em entrevista ao site IgorMiranda.com.br, revelou torcer para que a plateia do festival ao menos seja gentil.

A julgar somente pela qualidade do trabalho musical apresentado por ele, Richard Hansson (guitarra), Fredrik Lennartsson (baixo) e Christopher Wallerstedt (bateria), as reações irão além da gentileza. O grupo sueco pratica um melodic death metal pra lá de competente, capaz de reter a atenção também daqueles que não são muito afeitos a sons mais extremos.

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Convidado a definir seu som, Karlsson diz:

“Tenho pensado muito nisso, especialmente quando se trata de fazer música nova: o que é o Orbit Culture, de verdade? Acho que a melhor maneira de explicar é que somos um caldeirão de toda a m#rda diferente que ouvimos ao longo dos anos combinada em uma só banda. Você pode esperar algo pesado, mas também pode esperar canções cativantes, para se cantar junto. É uma banda muito ‘montanha-russa’ quando se trata do som.”

Os integrantes citam influências como Metallica, Gojira e Behemoth, além do próprio Slipknot, mas a origem sueca também se faz muito presente através das referências a In Flames, At the Gates e Soilwork, entre outros. Então, realmente, espere peso somado a fortes ganchos melódicos.

Niklas também sabe que a fórmula agrada. Ao ser perguntado sobre as reações iniciais das plateias de festival ao trabalho deles, o músico destaca:

“Acho que temos muita sorte por termos tocado em muitos grandes festivais em um período de tempo muito curto, mas em muitas partes do mundo, as pessoas não têm a menor ideia de quem somos, o que é compreensível. Mas você consegue sentir o público e a mudança neles. Tipo, ‘acho que estou gostando disso’. Você consegue ver eles se cutucando. ‘Você gostou?’. ‘Acho que gostei’. É uma ótima maneira de conquistar alguns fãs.”

Novo álbum e comentários sobre “Descent”

A agenda do Orbit Culture na América do Sul contempla apenas os shows nos Knotfests do Brasil (no primeiro dos dois dias, 19 de outubro, ao lado de Slipknot, Mudvayne, Amon Amarth, Meshuggah, Dragonforce e várias bandas nacionais) e Chile (em 2 de novembro, com Disturbed, Mudvayne, Amon Amarth, Babymetal e Poppy). Há duas semanas de intervalo entre as duas apresentações.

Porém, Niklas Karlsson e seus colegas não ficarão de férias por aqui — e o cantor/guitarrista sequer demonstrou tristeza em sua voz ao transmitir tal informação. O motivo? Ele está empolgado para trabalhar no próximo álbum da banda, o quinto de estúdio e sucessor direto de “Descent” (2023).

Ainda não há data para lançar o disco, primeiro após assinatura de contrato com a conceituada gravadora Century Media. Entretanto, Karlsson aponta possíveis mudanças de sonoridade, visto que a ideia é que o repertório funcione cada vez mais nos shows e cada canção seja um single em potencial.

“Quis que todas as músicas fossem o mais fortes possível. E é isso que leva mais tempo para acertar. Especialmente durante um período estressante (como foi em ‘Descent’), você pode se concentrar em quatro ou cinco faixas que precisam ser muito boas. O resto acaba sendo meio que de ‘segunda linha’. Mas desta vez, quero deixar cada música o mais perfeita possível. Estamos com 13 músicas e quero que todas possam ser singles. Compus muito, especialmente após a última turnê europeia, e todas as faixas têm demos prontas, então o nível de estresse está bem baixo. Só preciso entrar em estúdio, gravar e fazer ajustes, o que demora menos tempo do que compor.”

Ao comentar sobre seu nível de satisfação com “Descent”, Niklas volta a usar o termo “estresse”. Tudo indica que o processo de composição e gravação do álbum anterior foi tumultuado.

“Acho que é um bom álbum. A época em que o fizemos foi muito estressante. Ficamos muito tempo em turnê e mudamos de gravadora no meio disso (nota: antes, estavam na Seek & Strike). Então foi uma época muito estressante. Tenho orgulho do álbum, mas poderia ajustar algumas partes aqui e ali. Por isso estou levando tanto tempo para fazer esse novo, tendo paciência e sem apressar nada. […] Gostaria que ele soasse mais pesado no estúdio como soa ao vivo, mas já é um álbum antigo para mim. Só preciso olhar para frente e criar algo melhor.”

Karlsson também reconhece que o volume de atividades do Orbit Culture em turnê mudou sua perspectiva enquanto compositor. Com mais de 200 shows realizados desde a retomada pós-pandemia em 2022, o grupo agora visa criar músicas que sejam mais adequadas para a experiência ao vivo.

“Apostar nas execuções musicais mais técnicas e difíceis não vale tanto a pena ao vivo. Além disso, minha vida mudou muito nos últimos anos, desde que começamos a fazer turnês em tantas áreas diferentes. Quando se trata da criação de música, é meio que a mesma coisa, mas você aprende a ser mais ‘executor’: decidir as coisas mais rápido em vez de remoer pensamentos idiotas.”

Adoração aos donos da festa

Nem de longe o Knotfest Brasil será a primeira vez que o Orbit Culture toca com o Slipknot. A banda sueca tem feito a abertura dos compromissos de toda a turnê “Here Comes the Pain”, que celebra os 25 anos do álbum de estreia dos mascarados.

Para Niklas Karlsson, é uma realização e tanto. Não apenas pelo porte da tour, como também por ele próprio ser um grande fã dos americanos.

“Acho que a primeira música deles que ouvi foi ‘Surfacing’. Isso foi, talvez, na 6ª ou 7ª série (do ensino fundamental). Aí fui pra Tailândia com meu pai e, tendo por volta dos 13 anos, fiz lá a minha primeira tatuagem: um ‘S’ do Slipknot. Também comprei todo tipo de m#rda pirateada que eles tinham da banda na Tailândia.”

Pouco mais de 15 anos depois — Karlsson tem 30 atualmente —, a experiência de dividir o palco com eles é ainda mais impressionante. Em especial porque o músico só tem elogios a fazer aos colegas de profissão.

“Claro, de início você fica com muito medo. É uma banda lendária. Mas toda aquela m#rda que as pessoas escrevem sobre eles ao longo dos anos é falsa. Eles mostraram o exato oposto. Foram tão tranquilos, tão gentis. De vez em quando, eles entraram no nosso camarim perguntando se estava tudo bem com a gente e se precisávamos de algo, também nos ofereciam o equipamento deles. É incrível ter alguém como Corey Taylor (vocalista) na sua frente dizendo coisas assim. Eu os amo pra car#lho, assim como a equipe deles. Todos foram muito legais na turnê e espero que seja da mesma forma no Brasil.”

Sobre o Knotfest Brasil 2024

Realização da 30e e 5B Artists Management, o Knotfest Brasil 2024 acontece nos dias 19 e 20 de outubro, no Allianz Parque, em São Paulo. Para ingressos e mais informações, acesse o site Eventim. Confira o lineup dividido por dia.

19 de outubro
Slipknot – celebração de 25 anos de carreira
Mudvayne
Amon Amarth
Meshuggah
DragonForce
Orbit Culture
Ratos de Porão
Krisiun
Project46
Eminence
Kryour
Eskröta

20 de outubro
Slipknot – show especial do álbum SLIPKNOT (1999)
Bad Omens
Till Lindemann
BABYMETAL
P.O.D.
Poppy
Black Pantera
Ego Kill Talent
Seven Hours After Violet
Korzus
Papangu
The Mönic

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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Entre as diversas atrações internacionais confirmadas para o Knotfest Brasil 2024, evento que acontece entre os dias 19 e 20 de outubro no Allianz Parque (São Paulo), certamente a menos conhecida do público nacional é o Orbit Culture. O vocalista, guitarrista e líder Niklas Karlsson sabe disso — e, em entrevista ao site IgorMiranda.com.br, revelou torcer para que a plateia do festival ao menos seja gentil.

A julgar somente pela qualidade do trabalho musical apresentado por ele, Richard Hansson (guitarra), Fredrik Lennartsson (baixo) e Christopher Wallerstedt (bateria), as reações irão além da gentileza. O grupo sueco pratica um melodic death metal pra lá de competente, capaz de reter a atenção também daqueles que não são muito afeitos a sons mais extremos.

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Convidado a definir seu som, Karlsson diz:

“Tenho pensado muito nisso, especialmente quando se trata de fazer música nova: o que é o Orbit Culture, de verdade? Acho que a melhor maneira de explicar é que somos um caldeirão de toda a m#rda diferente que ouvimos ao longo dos anos combinada em uma só banda. Você pode esperar algo pesado, mas também pode esperar canções cativantes, para se cantar junto. É uma banda muito ‘montanha-russa’ quando se trata do som.”

Os integrantes citam influências como Metallica, Gojira e Behemoth, além do próprio Slipknot, mas a origem sueca também se faz muito presente através das referências a In Flames, At the Gates e Soilwork, entre outros. Então, realmente, espere peso somado a fortes ganchos melódicos.

Niklas também sabe que a fórmula agrada. Ao ser perguntado sobre as reações iniciais das plateias de festival ao trabalho deles, o músico destaca:

“Acho que temos muita sorte por termos tocado em muitos grandes festivais em um período de tempo muito curto, mas em muitas partes do mundo, as pessoas não têm a menor ideia de quem somos, o que é compreensível. Mas você consegue sentir o público e a mudança neles. Tipo, ‘acho que estou gostando disso’. Você consegue ver eles se cutucando. ‘Você gostou?’. ‘Acho que gostei’. É uma ótima maneira de conquistar alguns fãs.”

Novo álbum e comentários sobre “Descent”

A agenda do Orbit Culture na América do Sul contempla apenas os shows nos Knotfests do Brasil (no primeiro dos dois dias, 19 de outubro, ao lado de Slipknot, Mudvayne, Amon Amarth, Meshuggah, Dragonforce e várias bandas nacionais) e Chile (em 2 de novembro, com Disturbed, Mudvayne, Amon Amarth, Babymetal e Poppy). Há duas semanas de intervalo entre as duas apresentações.

Porém, Niklas Karlsson e seus colegas não ficarão de férias por aqui — e o cantor/guitarrista sequer demonstrou tristeza em sua voz ao transmitir tal informação. O motivo? Ele está empolgado para trabalhar no próximo álbum da banda, o quinto de estúdio e sucessor direto de “Descent” (2023).

Ainda não há data para lançar o disco, primeiro após assinatura de contrato com a conceituada gravadora Century Media. Entretanto, Karlsson aponta possíveis mudanças de sonoridade, visto que a ideia é que o repertório funcione cada vez mais nos shows e cada canção seja um single em potencial.

“Quis que todas as músicas fossem o mais fortes possível. E é isso que leva mais tempo para acertar. Especialmente durante um período estressante (como foi em ‘Descent’), você pode se concentrar em quatro ou cinco faixas que precisam ser muito boas. O resto acaba sendo meio que de ‘segunda linha’. Mas desta vez, quero deixar cada música o mais perfeita possível. Estamos com 13 músicas e quero que todas possam ser singles. Compus muito, especialmente após a última turnê europeia, e todas as faixas têm demos prontas, então o nível de estresse está bem baixo. Só preciso entrar em estúdio, gravar e fazer ajustes, o que demora menos tempo do que compor.”

Ao comentar sobre seu nível de satisfação com “Descent”, Niklas volta a usar o termo “estresse”. Tudo indica que o processo de composição e gravação do álbum anterior foi tumultuado.

“Acho que é um bom álbum. A época em que o fizemos foi muito estressante. Ficamos muito tempo em turnê e mudamos de gravadora no meio disso (nota: antes, estavam na Seek & Strike). Então foi uma época muito estressante. Tenho orgulho do álbum, mas poderia ajustar algumas partes aqui e ali. Por isso estou levando tanto tempo para fazer esse novo, tendo paciência e sem apressar nada. […] Gostaria que ele soasse mais pesado no estúdio como soa ao vivo, mas já é um álbum antigo para mim. Só preciso olhar para frente e criar algo melhor.”

Karlsson também reconhece que o volume de atividades do Orbit Culture em turnê mudou sua perspectiva enquanto compositor. Com mais de 200 shows realizados desde a retomada pós-pandemia em 2022, o grupo agora visa criar músicas que sejam mais adequadas para a experiência ao vivo.

“Apostar nas execuções musicais mais técnicas e difíceis não vale tanto a pena ao vivo. Além disso, minha vida mudou muito nos últimos anos, desde que começamos a fazer turnês em tantas áreas diferentes. Quando se trata da criação de música, é meio que a mesma coisa, mas você aprende a ser mais ‘executor’: decidir as coisas mais rápido em vez de remoer pensamentos idiotas.”

Adoração aos donos da festa

Nem de longe o Knotfest Brasil será a primeira vez que o Orbit Culture toca com o Slipknot. A banda sueca tem feito a abertura dos compromissos de toda a turnê “Here Comes the Pain”, que celebra os 25 anos do álbum de estreia dos mascarados.

Para Niklas Karlsson, é uma realização e tanto. Não apenas pelo porte da tour, como também por ele próprio ser um grande fã dos americanos.

“Acho que a primeira música deles que ouvi foi ‘Surfacing’. Isso foi, talvez, na 6ª ou 7ª série (do ensino fundamental). Aí fui pra Tailândia com meu pai e, tendo por volta dos 13 anos, fiz lá a minha primeira tatuagem: um ‘S’ do Slipknot. Também comprei todo tipo de m#rda pirateada que eles tinham da banda na Tailândia.”

Pouco mais de 15 anos depois — Karlsson tem 30 atualmente —, a experiência de dividir o palco com eles é ainda mais impressionante. Em especial porque o músico só tem elogios a fazer aos colegas de profissão.

“Claro, de início você fica com muito medo. É uma banda lendária. Mas toda aquela m#rda que as pessoas escrevem sobre eles ao longo dos anos é falsa. Eles mostraram o exato oposto. Foram tão tranquilos, tão gentis. De vez em quando, eles entraram no nosso camarim perguntando se estava tudo bem com a gente e se precisávamos de algo, também nos ofereciam o equipamento deles. É incrível ter alguém como Corey Taylor (vocalista) na sua frente dizendo coisas assim. Eu os amo pra car#lho, assim como a equipe deles. Todos foram muito legais na turnê e espero que seja da mesma forma no Brasil.”

Sobre o Knotfest Brasil 2024

Realização da 30e e 5B Artists Management, o Knotfest Brasil 2024 acontece nos dias 19 e 20 de outubro, no Allianz Parque, em São Paulo. Para ingressos e mais informações, acesse o site Eventim. Confira o lineup dividido por dia.

19 de outubro
Slipknot – celebração de 25 anos de carreira
Mudvayne
Amon Amarth
Meshuggah
DragonForce
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Krisiun
Project46
Eminence
Kryour
Eskröta

20 de outubro
Slipknot – show especial do álbum SLIPKNOT (1999)
Bad Omens
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P.O.D.
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Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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