Dinho Ouro Preto teve sua trajetória mudada pelo Aborto Elétrico. Antes do grupo acabar e dar origem ao Capital Inicial e Legião Urbana no início dos anos 1980, o vocalista era um entusiasta do trabalho apresentado pelos colegas e os acompanhava constantemente. Em sua opinião, surgiu ali o maior artista do rock brasileiro.
Por meio das redes sociais, o cantor prestou uma homenagem para Renato Russo, que completaria 64 anos no último dia 27 de março, e aproveitou a oportunidade para destacar o talento do saudoso amigo — cuja carreira começou como baixista do Aborto Elétrico.
Ao longo de uma publicação, Dinho descreveu Renato como o “maior nome” do gênero mencionado e relembrou os momentos que compartilharam juntos. Ele declarou:
“O Renato faria 64 anos hoje. Eu nunca escondi minha admiração incondicional por ele, acho que ele é maior nome do rock brasileiro. Eu tive a sorte de conhecê-lo quando eu tinha 16 anos. Desde então minha vida nunca mais foi a mesma. Passei horas e horas assistindo os ensaios do Aborto Elétrico, passei horas também na casa dos pais dele falando sobre música, cinema e literatura. Fomos acampar inúmeras vezes em cachoeiras perto de Brasília. ele e nossa turma fomos em zilhões de festas e shows. Resumindo, eu tive companhia muito boa na minha adolescência.”
Amizade de Dinho Ouro Preto e Renato Russo
Anteriormente, em entrevista ao podcast Podpah (transcrição do Whiplash), Dinho Ouro Preto deu detalhes sobre sua amizade com Renato Russo. Segundo o vocalista do Capital Inicial, devido à diferença de quatro anos de idade, o saudoso artista era sua referência, sobretudo intelectual.
“Eu entendia que ele exercia um papel de liderança. Ele lia muito, ficava dando livros para a gente ler. Ele indicava filmes, trabalhava na Cultura Inglesa lá em Brasília. Ele era muito chegado a ler jornais, sabia o que estava acontecendo fora do Brasil, o cenário das bandas. A gente ia para lá para saber quais eram as novidades, conselhos sobre o que ouvir. Rolava festivais de cinema dentro da Cultura Inglesa. Era um cinema alternativo. Alemão, Italiano e Francês. Era muito legal.”
Por fim, destacou que o conhecimento de Renato abrangia diferentes âmbitos, como literatura, música e cinema:
“Ele era uma enciclopédia. Ele lia muito biografias. Ele era uma fonte inesgotável de pequenas anedotas a respeito de cinema. Como os filmes tinham sido filmados, qual a história, os atores… Ele sabia tudo. Sobre discos? Ele sabia também. Como o ‘Abbey Road’, dos Beatles, tinha sido composto? O que John Lennon estava pensando? Ele sabia todo esse universo. O que tinha por trás das cortinas. Ele era um cara sensacional.”
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