Para David Gilmour, o Pink Floyd fez parte de uma era de ouro que já não existe mais. Na opinião do guitarrista, é provável que nenhuma banda do mesmo calibre apareça novamente — e não por uma questão de talento ou criatividade.
Durante recente entrevista ao canal ITV News, o artista abordou o assunto. Em suas palavras, o problema está na ganância das gravadoras, que parecem não ter o mesmo apreço por investir em nomes jovens da maneira que costumavam fazer.
Conforme transcrição da Ultimate Classic Rock, ele disse:
“[O Pink Floyd] foi parte de uma era de ouro. Havia muitas gravadoras cujas ideologias envolviam investir dinheiro no futuro de jovens talentosos. E isso não parece acontecer agora da mesma forma, infelizmente. Talvez por ganância? Suponho que por um pensamento a curto prazo.”
A ideia de que a sua geração de músicos viveu em uma indústria diferente inspirou a composição da faixa-título do álbum recém-lançado “Luck and Strange” (2024). À Rolling Stone, o artista explicou:
“A ideia dessa música é a de que nós, baby boomers, a geração pós-Segunda Guerra, pensávamos que estávamos entrando em uma espécie de era de ouro. Nosso primeiro-ministro naquela época, Harold Macmillan, dizia a famosa frase: ‘você nunca teve uma vida tão boa’. Foi tão maravilhoso viver isso. E a experiência das pessoas que estavam nas bandas de rock, sendo capazes de fazer turnês, foi uma coisa linda e adorável.”
Pink Floyd e o legado
De qualquer maneira, o músico acredita que o trabalho realizado junto aos colegas segue gerando impacto e inspirando. Quando perguntado anteriormente sobre qual banda estava levando o legado do Pink Floyd adiante, David escolheu um nome surgido na década de 1980: o Radiohead. Na ocasião à Billboard, em 2006, destacou:
“Não sei se estão assumindo o legado, mas há muitas pessoas que tentaram mover a nossa música em uma direção diferente e segui-la à sua maneira. Obviamente, o Radiohead.”
David Gilmour atualmente
David Gilmour lançou o álbum solo “Luck and Strange” no último dia 6 de setembro. O trabalho conta com nove faixas – além de duas bônus para a versão em CD. Além de Polly Samson, o músico trabalhou com o co-produtor Charlie Andrew (Alt-J, Marika Hackman).
Outros colaboradores incluem Guy Pratt (músico frequente do Pink Floyd), Steve Gadd e Roger Eno, entre outros. A capa é de Anton Corbijn e foi inspirada em uma letra escrita por um dos filhos de Gilmour, Charlie, para a faixa final do álbum, “Scattered”.
Há outros familiares envolvidos: Romany Gilmour toca harpa e faz vocais principais em “Between Two Points” (cover de Montgolfier Brothers), enquanto Gabriel Gilmour canta backing vocals no geral.
A turnê terá um formato diferente, ao menos em seu princípio. Ao invés de viajar com frequência, a banda fará séries de shows em poucos locais. De 27 de setembro a 3 de outubro, o grupo terá Roma, Itália, como sede. Entre 9 e 15 de outubro, Gilmour tomará conta do palco do lendário Royal Albert Hall em Londres, Inglaterra.
Os derradeiros compromissos até o momento se darão nos Estados Unidos. Em 25 de outubro, o músico toca em Inglewood, Califórnia, arredores de Los Angeles. A cidade de LA recebe o giro nos dias 29, 30 e 31 do mês. Fechando de vez a agenda, de 4 a 10 de novembro é a vez do Madison Square Garden, em Nova York.
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