Após seis décadas de atividade, o futuro do The Who é incerto. Depois que a banda encerrou a turnê “Hits Back!” em agosto do ano passado, os músicos praticamente não fizeram nenhuma outra apresentação — exceto por uma performance no evento beneficente Teenage Cancer Trust em março. Pelo contrário: ambos os integrantes fixos deixaram claro que a série de shows pode ter marcado um fim definitivo.
Ainda assim, Pete Townshend afirmou que pretendia discutir com o colega Roger Daltrey os próximos planos. Só há um problema: agora, segundo o próprio guitarrista, os dois nem ao menos conversam mais.
Em entrevista ao The Daily Beast, o músico de 79 anos levantou a possibilidade do The Who não voltar. Durante o bate-papo, explicou primeiramente que, para que o grupo retomasse as atividades, seria necessário que ambos os integrantes chegassem num consenso de interesses. Talvez até mesmo deixar de lado a orquestra, presente nas apresentações mais recentes.
Ele declarou:
“Não sei o que vai acontecer com o The Who. Espero que Roger [Daltrey] e eu possamos encontrar interesses em comum e uma maneira de trabalhar novamente, possivelmente sem uma orquestra. Mas também, existe essa sensação de que estamos na última fase de turnês da nossa carreira. Estamos apenas querendo fazer o que Bob Dylan faz e continuar?”
Apesar de admirar a série de shows solo do vocalista de 80 anos, que excursiona pela América do Norte desde junho, Pete sequer fala com o colega. Isso torna mais difícil qualquer atitude relacionada ao The Who, como pontuou:
“Estou encorajado ao ver o que Roger está fazendo em sua turnê solo. Sinto que se juntássemos uma pequena banda e simplesmente decidíssemos jogar m#rda na parede, poderia ser ótimo. Mas Roger e eu não conversamos. Não conversamos. Então, pode ser difícil encontrar algo em que ambos estejam interessados em fazer. Mas nada nos impede, eu acho.”
Pete Townshend não quer forçar
Por isso, o guitarrista não quer dar o primeiro passo ou forçar uma aproximação. Ao mesmo tempo, ele não descarta totalmente a possibilidade dos dois resolverem a questão, mas reconhece que há um longo caminho pela frente até isso acontecer:
“Não vou tentar intimidar Roger para fazer alguma coisa. Não quero ter o trabalho que eu tinha na época do álbum ‘Quadrophenia’ [1973], que foi intimidar todo mundo no The Who para fazer exatamente o que eu queria. Funcionou, mas não foi divertido. E no final disso, Roger me socou. Eu pedi, mas ele me socou. De qualquer forma, estou esperançoso. Certamente não estou dizendo que não faremos nada, mas Roger e eu temos um rio para atravessar. E quando atravessarmos esse rio, veremos o que acontece.”
O futuro do The Who
Roger Daltrey, por sua vez, não imagina que o The Who volte a ter atividades. Ele disse ao jornal britânico The Times, em janeiro:
“Não posso dar uma resposta definitiva. Eu não escrevo as músicas. Nunca escrevi. Precisamos sentar e ter uma reunião. Porém, no momento, estou feliz em dizer que essa parte da minha vida está encerrada.”
A declaração ecoa a do colega de jornada, dita no final do ano passado. Durante conversa com a revista Record Collector (via Blabbermouth), Pete Townshend foi franco ao revelar que pretendia se reunir com Daltrey para definir o que fazer no futuro:
“Acho que é hora de Roger e eu almoçarmos e conversarmos sobre o que acontecerá a seguir. Porque Sandringham (condado inglês onde o último concerto aconteceu) não deveria parecer o fim de nada, mas parece o fim de uma era.”
Caso a situação se confirme, o The Who sai de cena com seis décadas de carreira e mais de 100 milhões de discos vendidos em todo o planeta.
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