Don McLean diz que “American Pie” previu jovens “woke” rebeldes sem causa

Música retrata temas históricos relacionados às décadas de 1950 e 1960, mas cantor acredita que letra também encaixa com momento atual dos EUA

Don McLean fez história com American Pie. Lançada em 1971, a música alcançou o topo da parada Billboard Hot 100 e tornou-se um o maior sucesso do cantor, além de um marco cultural. Até hoje, é a sua canção mais popular nas plataformas digitais, acumulando 755 milhões de reproduções somente no Spotify

Olhando em retrospecto, o artista acredita que, de certa forma, “previu o futuro” com a letra. Apesar de essencialmente abordar questões históricas das décadas de 1950 e 1960, a composição também encaixa com os jovens “woke” — ou seja, alinhados com pautas liberais ou associadas à esquerda, como igualdade racial e social e feminismo — que são, na opinião do próprio, rebeldes sem causa.

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Em entrevista ao Metro, o cantor explicou que a inspiração para a faixa veio por perceber os “rumos errados” de certos acontecimentos nos Estados Unidos. Ao seu ver, décadas mais tarde, a situação ainda não mudou e continua no caminho incorreto, mas por motivos diferentes.

Ele pontuou:  

“A música realmente aborda toda uma questão histórica sobre o que aconteceu nos anos 1960, os assassinatos e outros fatos que formam o pilar da faixa à medida que ela avança. Essa música fala sobre o fato de que as coisas estão indo um pouco para a direção errada e eu acho que elas continuam na direção errada. Acho que a maioria das pessoas que olha para os Estados Unidos agora meio que pensa nisso também.”

Logo depois, explicou a colocação. Em suas palavras, o país “é maravilhoso”, mas o comportamento “woke” e “outras coisas sem sentido” prejudicam a sociedade como um todo: 

“Com certeza temos um país maravilhoso e fazemos coisas maravilhosas, mas também estamos no meio de toda essa m#rda woke, sabe? E todas as outras coisas que não têm absolutamente nenhum sentido, ao meu ver, além de comprometer a fé das pessoas no país. Isso é muito ruim.”

A crítica de Don McLean aos mais jovens

A partir daí, Don McLean mencionou diretamente os mais jovens. Para o cantor, essa parcela da população “não quer sentir nenhuma emoção” e está “sempre em modo de festa”, sem a capacidade de “entender o que realmente importa na vida”, sobretudo pela alienação advinda da tecnologia, como declarou: 

“Eles são tão viciados em seus telefones e iPads — e eu também. Mas há um fluxo constante de informações e, de repente, nada faz muito sentido. Você tem que se concentrar para compor músicas como eu fiz, ou como outros compositores fizeram no passado, ou roteiros, ou romances, ou poesias.”

Por fim, destacou que os “estudantes universitários” demonstram muita raiva sem motivo concreto. Sua hipótese é de que tal hábito é uma consequência da frustração e da falta de perspectiva para o futuro.

“Temos a oportunidade de fazer a diferença na vida das pessoas simplesmente porque estamos vivos e você pode fazer algo bom por alguém, pode perdoar alguém, pode ajudar alguém, pode amar alguém, em vez de ficar com raiva o tempo todo. Há tanta raiva por aí. Muitos desses estudantes universitários receberam tudo e eles continuam com raiva. Eles não sabem por que estão com raiva. Eles nem sabem do que ficar com raiva. É realmente um sintoma, eu acho, do fato de que eles estão frustrados. Eles não têm um caminho que possam trilhar que os leve a uma vida melhor.”

Sobre “American Pie”

Por mais improvável que seja para uma música de 8 minutos e 42 segundos, “American Pie” chegou ao primeiro lugar das paradas americanas, a Billboard Hot 100. Foi, por décadas, a composição mais longa a ter conquistado tal feito por lá – recorde superado apenas em 2021 por Taylor Swift.

Apesar de propositalmente ter deixado o significado de “American Pie” em aberto, Don McLean canta em seus primeiros versos sobre o momento que ficou conhecido como “O dia em que a música morreu”.

O termo faz alusão a 3 de fevereiro de 1959, quando um acidente de avião vitimou fatalmente os cantores Buddy Holly, Richie Valens e The Big Bopper, figuras icônicas do rock and roll da época. O início carregado de emoções criou uma catarse de sentimentos, resumidos na frustração de uma geração que havia perdido alguns de seus maiores ídolos de forma trágica. 

Não só isso: o período representava também o fim da fase inicial do rock and roll, mais inocente, dando lugar a um clima mais sério vivido durante a década de 1960. O amadurecimento foi resumido por Don McLean em uma torta de maçã – uma receita tipicamente americana.

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 24 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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