A reação de Derrick Green ao saber que Eloy Casagrande estava fora do Sepultura

Vocalista americano conta que não estava presente em reunião onde baterista comunicou sua saída

O vocalista Derrick Green se manifestou diretamente pela primeira vez sobre a saída de Eloy Casagrande do Sepultura. O baterista deixou o grupo no último mês de fevereiro, às vésperas do início da turnê de despedida “Celebrating Life Through Death”, para se juntar ao Slipknot.

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O assunto foi abordado em entrevista ao podcast One Life One Chance with Toby Morse. Conforme transcrição do Blabbermouth, Derrick, que é americano e reside nos Estados Unidos, contou que não participou da reunião onde Eloy compartilhou a notícia com seus colegas.

Inicialmente, ele disse:

“Já havíamos anunciado, em dezembro de 2023, que faríamos uma turnê de despedida. Começaríamos a fazer shows e Andreas (Kisser, guitarrista) me ligou para dizer que já estava tudo pronto para fazermos ensaios e que eu poderia ir para o Brasil. Eu estava acordando e arrumando minhas coisas para viajar no dia seguinte quando Andreas me ligou (para dar a notícia).”

Green continua o relato:

“Andreas disse: ‘Ele saiu’. Perguntei: ‘O que você quer dizer? Do que você está falando? Quem está fora?’ E então ele falou: ‘É, Eloy está fora’. Meio que entrei em um buraco negro, tipo: ‘Do que você está falando?’. Foi surreal, em câmera lenta. Até perdi o fôlego. E ele explicou tudo.”

O cantor declarou ter ficado “em choque”, especialmente porque o baterista, membro da banda por mais de uma década, rompeu de forma imediata. Ele disse:

“Eloy chamou uma reunião com todos da banda e empresários, e eu não estava lá. Ele chegou e foi tipo: ‘Arrumei outro trabalho. Assinei um contrato. E estou fora’. Eu estava tentando entender, porque tocávamos há 13 anos com esse cara. Fiquei realmente em choque, tipo: ‘Cara, o que vamos fazer?’.”

O Sepultura durante show no Knotfest Brasil, com Derrick Green, Eloy Casagrande e Andreas Kisser
Foto: Jeff Marques @jeffmaarques_

Derrick Green e as mudanças no Sepultura

Em seguida, Derrick Green relembrou o histórico de mudanças na formação do Sepultura. Ele próprio se juntou à banda após o frontman Max Cavalera ter saído, em 1996. Outro membro fundador, o baterista Iggor Cavalera, rompeu com o grupo uma década depois.

“Já estivemos nessa posição de mudanças tão loucas. Tenho certeza de que quando Max saiu, Andreas ficou nessa posição, tipo: ‘O que vamos fazer?’. E então quando Jean (Dolabella) saiu e Iggor saiu: ‘O que vamos fazer?’. Não seria a primeira vez de caos total.”

Curiosamente, porém, Andreas Kisser já tinha uma solução. O guitarrista já pensava no nome de Greyson Nekrutman, então baterista do Suicidal Tendencies, para a vaga.

“Estou no telefone com Andreas e ele diz: ‘Meu filho me mostrou um vídeo do Greyson’. Pensei: ‘Greyson, ele está no Suicidal, sim, acabei de ver um show com ele’. Ele disse que pensava em ligar para ele e eu concordei, tipo: ‘você deveria ligar para ele imediatamente’. Então, ele foi atrás do número do Greyson. Pensei: ‘ele está tocando com o Suicidal, talvez tenha algumas datas livres’. Entramos em pânico, porque não tínhamos ideia do que fazer. Não esperávamos isso de jeito nenhum.”

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Greyson Nekrutman, baterista do Sepultura, durante show em Belo Horizonte
Foto: Vanessa Leão @vanessaleaoph

A entrada de Greyson Nekrutman

Greyson Nekrutman também participava da entrevista e contou como recebeu o contato para se juntar ao Sepultura. O baterista disse que Chloe Trujillo, esposa de Robert Trujillo (baixista do Metallica e ex-Suicidal Tendencies) lhe mandou uma mensagem perguntando se poderia compartilhar o número dele com o baixista do grupo brasileiro, Paulo Xisto.

“Umas cinco horas depois, recebo uma DM (mensagem direta em rede social) de Andreas, muito legal e direto: ‘Ei, cara, eu amo seu trabalho, blá blá blá, posso te ligar? Tenho algo que gostaria de falar com você’. Mandei meu WhatsApp. Daí contei para meus pais, que ficam tipo: ‘Bem, o que diabos está acontecendo?’ Meus pais acham que estou brincando. Não me precipitei, porque não sabia o que era.”

A partir daqui, Nekrutman diz que a história fica “engraçada” e admite que nunca havia contado para Green.

“Marquei a ligação com Andreas para tipo às 14h. Acordei, fui para a academia, aí Andreas me manda mensagem: ‘Ei, minha reunião ao meio-dia foi cancelada, posso te ligar ao meio-dia?’. Fiquei pensando: ‘Caramba, é quase como uma namorada agressiva’. Mas concordei. Estou no meu quarto, atendo e ele diz: ‘Ei cara, amo seu trabalho. Estou meio que em uma situação complicada. Eloy saiu da banda ontem. Temos essa turnê planejada há muito tempo, que começa muito em breve. Tenho as datas marcadas’. Lembro de estar no meu quarto e ter uma sensação estranha, não positiva ou negativa, mas tipo… sabe quando você acabou de aprender a dirigir, tem que dirigir na estrada e vê que é algo que precisa fazer? Você tem que fazer. Não tem escolha.”

De início, porém, Greyson pensou que seria apenas um show. Demorou até cair a ficha de que seria uma turnê inteira — e que precisaria pedir autorização aos pais, já que o músico tem 22 anos recém-completos.

“Andreas disse: ‘Acho que Eloy vai para o Slipknot, pois não sei por que ele sairia de forma tão abrupta’. Abri a agenda do Slipknot e vi que realmente começava em abril ou maio. Então, Andreas perguntou se eu estava interessado (em fazer os shows com o Sepultura) e eu disse que sim, mas que precisava falar com meus pais [risos]. E Andreas falou: ‘ok’ [risos].”

Foto: Edu Defferrari

Sepultura e “Celebrating Life Through Death”

O Sepultura segue na turnê “Celebrating Life Through Death”, que marca o encerramento de suas atividades. Além das datas de uma segunda etapa no Brasil sendo cumpridas no momento, América do Norte e Europa receberão o giro ainda em 2024. A expectativa é que o giro se estenda ao menos até o ano que vem.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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