Se há uma certeza nas entrevistas de Dave Mustaine é que ele exaltará o outro guitarrista do Megadeth da vez. O novo integrante sempre é o melhor com quem o líder da banda já tocou, mesmo que a opinião mude logo após o músico se retirar do grupo.
Em nova conversa com o Loudwire Nights, o chefão foi questionado sobre o que o finlandês Teemu Mäntysaari teria acrescentado à dinâmica do conjunto após sua efetivação.
Ele respondeu, conforme transcrição do Blabbermouth:
“Bem, somos uma banda novamente. Não parece mais eu e alguns músicos secundários ou caras de sessão. Não que parecesse assim com qualquer uma das formações anteriores, mas esse era um dos medos que eu tinha. Sinto que Kiko (Loureiro) nos fez uma grande cortesia ao nos ajudar a encontrar Teemu quando precisou sair.”
“Eu pensei que terminaria minha carreira com Kiko”
A seguir, Mustaine começou a falar sobre o brasileiro, que gravou os últimos álbuns do grupo, com direito a contribuir com a parte de composições.
“Eu pensei que terminaria minha carreira com Kiko. Até que as coisas aconteceram e ele não pôde mais fazer turnê porque precisava ficar em casa para cuidar dos filhos. Vejo que ele está em turnê novamente, o que me deixa feliz. Mas ele teve que ir para casa. E quando foi, nos apresentou a Teemu. Foi uma conexão ainda mais próxima entre mim e Teemu do que Kiko e eu tínhamos. Kiko e eu sempre seremos amigos, mas esse novo relacionamento que tenho me remete aos dias em que tínhamos Marty Friedman e nós quatro realmente nos sentíamos como uma banda.”
Kiko Loureiro registrou os álbuns “Dystopia” (2016) e “The Sick, the Dying… and the Dead!” (2022). Atualmente, segue em carreira solo, além de estar participando como convidado de alguns shows da atual turnê acústica do Angra.
O futuro do Megadeth
Dave finalizou falando sobre os planos para o próximo disco do Megadeth. E aproveitou para revelar as dificuldades do anterior. Especialmente aquela que comprometeu sua saúde.
“Não vamos demorar tanto como fizemos da última vez. Houve muitos contratempos — a pandemia, o lockdown, o tratamento do câncer, a mudança na formação, ter que começar do zero com um novo baixista… O tratamento do câncer também foi difícil para os caras porque eles estavam me observando passar por tudo isso. Um dia eu estava aparentemente normal, no outro estava tão medicado que não conseguia ficar acordado. Tive dois dias em que fiquei tão doente que vomitei. Mas considerando tudo, acho que me saí muito bem. Eu estava lutando com tudo, cada fibra moral do meu ser, para ter certeza de que continuaria no jogo, porque eles ficavam dizendo repetidamente: ‘Se você não comer, se perder peso, vamos colocar um tubo em você.’ Levei a sério.”
No momento, o Megadeth excursiona pelos Estados Unidos acompanhado de Mudvayne e All That Remains, na turnê “Destroy All Enemies”. O giro se estende até o dia 28 de setembro.
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