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A surpreendente opinião de Ritchie Blackmore sobre o Kiss

Guitarrista do Rainbow e Deep Purple elogiou banda americana por “não se importar com o que os outros pensam”

Talvez o leitor não consiga imaginar Ritchie Blackmore exaltando o Kiss. Afinal de contas, a banda comandada por Gene Simmons e Paul Stanley não era respeitada por quem havia feito a história do rock até aquele momento, passando a ser reconhecida apenas pelas gerações posteriores, que passaram a se aventurar no estilo por conta do quarteto de super-heróis com instrumentos.

Porém, há exceções. O guitarrista britânico fez um elogio à banda no ano de 1978, durante entrevista ao Trouser Press. Ainda assim, não se tratou de uma aprovação à arte criada pelos novaiorquinos, mas à atitude que eles adotavam perante os críticos de plantão.

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Disse o músico, conforme resgate do Rock and Roll Garage:

“Há algumas bandas grandes nos Estados Unidos que são estranhas. (O entrevistador menciona o Kiss) Não, do Kiss eu gosto porque eles não se importam com o que os outros pensam. Arriscaram tudo e conseguiram se dar bem.”

Curiosamente, um dos motivos que fazia Blackmore admirá-los era justamente um dos que mais os fazia sofrer repulsa à época.

“Eles são os primeiros a admitir que não são bons músicos. Estou falando de bandas medianas que tocam aquela batida letárgica e descontraída, que vicia quase como cocaína. Os DJs adoram e tocam esse tipo de música o tempo todo.”

Gene Simmons e Ritchie Blackmore

Em 2015, Gene Simmons participou do documentário “Ritchie Blackmore Story”, em 2015. E exaltou o guitarrista, conforme transcrito pelo mesmo Rock and Roll Garage.

“De muitas maneiras, é um pouco trágico que Ritchie não tenha se colocado com maior ênfase nos holofotes. É por isso que estou feliz por estar aqui. Ele precisa da luz sobre ele. Porque, ao contrário de muitas pessoas, ele realmente merece. Vale a pena notar que, para mim, Ritchie Blackmore, ao contrário de muitos guitarristas, nunca perdeu sua inspiração. ‘Burn’ é tão importante quanto ‘Space Truckin’ e algumas das coisas posteriores. Você pode realmente ouvir um guitarrista no auge.”

De qualquer modo, a guinada que foi dada com o Blackmore’s Night não foi exatamente uma surpresa para Gene.

“Quando Ritchie mergulhou na música medieval foi um curso natural dos acontecimentos. Você sabe, há pessoas que entram nessa por vários motivos diferentes, seja dinheiro, fama ou garotas. Parece-me que Ritchie Blackmore entrou nisso realmente pela música.”

Kiss e Deep Purple

O Kiss tem ao menos uma inspiração admitida abertamente do Deep Purple. Na biografia autorizada “Por Trás da Máscara”, Paul Stanley falou sobre “I Stole Your Love”, faixa de abertura do álbum “Love Gun”:

“De certa forma, ela foi inspirada pela ‘Burn’, do Deep Purple. Tem também uma velha conhecida chamada ‘Fascinating Rhythm’ (composição de George e Ira Gershwin, escrita em 1924), na qual ‘Burn’ se baseou. Eu estava tentando chegar mais perto das bandas britânicas que eram minhas influências.”

Outra relação de Paul e Gene com a história de Ritchie Blackmore se dá pelo fato de a dupla ter tocado em uma banda chamada Rainbow no ano de 1971. Ela ainda contava com Stephen Coronel (guitarra), Joe Davidson (bateria) e Brook Ostrander (teclados). O nome seria adotado pelo guitarrista em sua banda pós-Purple.

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InícioCuriosidadesA surpreendente opinião de Ritchie Blackmore sobre o Kiss
João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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Porém, há exceções. O guitarrista britânico fez um elogio à banda no ano de 1978, durante entrevista ao Trouser Press. Ainda assim, não se tratou de uma aprovação à arte criada pelos novaiorquinos, mas à atitude que eles adotavam perante os críticos de plantão.

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“Há algumas bandas grandes nos Estados Unidos que são estranhas. (O entrevistador menciona o Kiss) Não, do Kiss eu gosto porque eles não se importam com o que os outros pensam. Arriscaram tudo e conseguiram se dar bem.”

Curiosamente, um dos motivos que fazia Blackmore admirá-los era justamente um dos que mais os fazia sofrer repulsa à época.

“Eles são os primeiros a admitir que não são bons músicos. Estou falando de bandas medianas que tocam aquela batida letárgica e descontraída, que vicia quase como cocaína. Os DJs adoram e tocam esse tipo de música o tempo todo.”

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“De muitas maneiras, é um pouco trágico que Ritchie não tenha se colocado com maior ênfase nos holofotes. É por isso que estou feliz por estar aqui. Ele precisa da luz sobre ele. Porque, ao contrário de muitas pessoas, ele realmente merece. Vale a pena notar que, para mim, Ritchie Blackmore, ao contrário de muitos guitarristas, nunca perdeu sua inspiração. ‘Burn’ é tão importante quanto ‘Space Truckin’ e algumas das coisas posteriores. Você pode realmente ouvir um guitarrista no auge.”

De qualquer modo, a guinada que foi dada com o Blackmore’s Night não foi exatamente uma surpresa para Gene.

“Quando Ritchie mergulhou na música medieval foi um curso natural dos acontecimentos. Você sabe, há pessoas que entram nessa por vários motivos diferentes, seja dinheiro, fama ou garotas. Parece-me que Ritchie Blackmore entrou nisso realmente pela música.”

Kiss e Deep Purple

O Kiss tem ao menos uma inspiração admitida abertamente do Deep Purple. Na biografia autorizada “Por Trás da Máscara”, Paul Stanley falou sobre “I Stole Your Love”, faixa de abertura do álbum “Love Gun”:

“De certa forma, ela foi inspirada pela ‘Burn’, do Deep Purple. Tem também uma velha conhecida chamada ‘Fascinating Rhythm’ (composição de George e Ira Gershwin, escrita em 1924), na qual ‘Burn’ se baseou. Eu estava tentando chegar mais perto das bandas britânicas que eram minhas influências.”

Outra relação de Paul e Gene com a história de Ritchie Blackmore se dá pelo fato de a dupla ter tocado em uma banda chamada Rainbow no ano de 1971. Ela ainda contava com Stephen Coronel (guitarra), Joe Davidson (bateria) e Brook Ostrander (teclados). O nome seria adotado pelo guitarrista em sua banda pós-Purple.

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João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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