Por que músicos do Pink Floyd não gostavam do rótulo “space rock”

Apesar da recusa, a história da banda está diretamente ligada ao mundo extraterrestre das mais variadas formas

O space rock foi um rótulo implementado no final da década de 1960 pela imprensa especializada no Reino Unido. Caracterizava-se pelo uso exacerbado de distorção e reverberação, criando um clima hipnótico que podia se assemelhar a uma viagem – que se tornava “espacial” dado o grande apelo da ficção científica que se popularizava em outras artes, tendo o cinema e a televisão à frente.

Entre os nomes mencionados como parte do movimento, o mais associado foi o Hawkwind. O Gong também era frequentemente citado. Assim como o Pink Floyd, em seu início carregado de referências psicodélicas, distante dos aspectos progressivos que consagrariam o grupo logo na sequência.

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Ainda assim, os próprios não gostavam da inclusão no subgênero. Em 1973, durante entrevista à revista Zigzag enquanto promovia o álbum “The Dark Side of the Moon”, O cantor e baixista Roger Waters e o baterista Nick Mason não reagiram bem ao serem confrontados com a possibilidade. O primeiro disse, conforme resgate do Far Out Magazine:

“Jesus Cristo! Eu quase nunca leio ficção científica… Se alguém ouve ‘Dark Side Of The Moon’ e chama de ‘space rock’ é só porque tem a palavra ‘moon’ (‘lua’) no título…”

Apesar da rejeição, Roger relutantemente admitiu que, sim, a banda escreveu três músicas que se encaixavam no perfil: “Set the Controls for the Heart of the Sun”, “Astronomy Domine” e “Let There Be More Light”.

No caso da primeira, Waters pegou emprestada a letra de um livro de poesia chinesa antiga, não de um romance de ficção científica. Já “Astronomy Domine” começou com o som do empresário Peter Jenner recitando uma lista de planetas e signos do zodíaco por meio de um megafone.

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Por fim, “Let There Be More Light”, escrita por Roger e lançada como single nos Estados Unidos em 1968, foi baseada em uma história contada por um dos roadies do Floyd, cujo pai alegou ter visto uma nave alienígena pousar em Mildenhall, nos pântanos de Cambridge.

Pink Floyd no espaço

A ligação real do Pink Floyd com o mundo extraterrestre aconteceu quando Roger Waters já estava fora da banda. Em 28 de novembro de 1988, o álbum ao vivo “Delicate Sound of Thunder” – lançado seis dias antes – foi levado ao espaço em uma fita cassete pelos cosmonautas Sergei Krikalyov e Alexander Vokov.

O vocalista e guitarrista David Gilmour foi junto a Nick Mason até o Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, acompanhar o lançamento da nave Soyuz TM-7. À época, o terceiro líder do grupo declarou, conforme resgate da Classic Rock:

“Dizer que estamos entusiasmados com a ideia de ser a primeira banda de rock a ter a música tocada no espaço é um eufemismo.”

A estação espacial para onde os soviéticos se dirigiram permaneceu ativa até 2001, quando um processo gradual de desorbitação começou. Ela finalmente reentrou na atmosfera da Terra em março daquele ano, queimando e fragmentando-se no Oceano Pacífico Sul, perto de Fiji, presumivelmente com a fita do Pink Floyd ainda a bordo.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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