Pete Townshend não se considera um rockstar. O guitarrista e principal compositor do The Who garante que até tentou entrar no olimpo das personalidades maiores que a própria vida. Porém, sua personalidade não preenchia os requisitos necessário para figurar no panteão de alguns colegas.
A confissão aconteceu em 2019, durante entrevista ao New York Times. À época, o músico divulgava o livro “The Age of Anxiety”, cuja história explorava o arquétipo do astro do estilo, estabelecendo uma ligação entre criatividade e loucura – algo que aconteceu muito a colegas de geração, incluindo a própria banda.
Ele disse, conforme resgate do Far Out Magazine:
“Eu tive meus momentos, que foram gloriosamente registrados e exaltados — mas breves — quando eu senti: ‘vou tentar fazer esse trabalho. Vou tentar ser uma estrela do rock de verdade’. Então eu fazia isso e não funcionava. Eu era falso. Existem muito poucas pessoas verdadeiramente autênticas para a causa: David Byrne. Mick Jagger. Neil Young. Joni Mitchell. Deborah Harry.”
Quanto à geração atual, Pete não defende que a figura do rockstar morreu. Ela apenas se transformou em outra coisa.
“Mas o que é rock? Rock é hip-hop. Rock é provavelmente Taylor Swift. Rock é, me atrevo a dizer, Adele e Ed Sheeran. Eles ousaram assumir esse manto e entregaram conteúdo. Fazem algo espetacular como artistas. Não apenas como artistas de gravação. Se isso inclui dançarinos, se inclui muito vídeo, então eles estão trapaceando. Esses nomes sabem disso. Nós sabemos disso e o público sabe disso.”
Sobre Pete Townshend
Nascido na zona oeste de Londres, Inglaterra, Peter Dennis Blandford Townshend era filho de músicos. Seu pai, Cliff, foi saxofonista da banda da aeronáutica. Sua mãe, Betty, cantava com orquestras locais. Sua vida mudou após assistir ao filme “Rock Around The Clock”, em 1956. Mais tarde, ainda assistiria um show de Bill Haley And His Comets.
Entre 1961 e 1964, integrou o The Detours, onde conheceu Roger Daltrey. Os dois seguiriam a parceria no The Who, uma das bandas mais influentes da história da música pop. Até hoje, o grupo vendeu mais de 100 milhões de discos em todo o mundo. Também lançou discos solo, além de colaborar com outros artistas e trabalhar em roteiros para teatro, musicais e cinema.
Em 2003, foi preso após a polícia detectar acesso a sites de pedofilia direto de seu computador. Alegou ter se valido de uma permissão oficial para entrar e investigar o conteúdo, visando expor envolvidos e publicar um livro sobre o tema – do qual argumenta ter sido vítima na infância. Acabou absolvido pela justiça.
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