O baterista com mais personalidade da história, segundo Mike Portnoy

Músico inglês morreu no final dos anos 1970, mas sua influência segue sendo perceptível até os dias atuais

É impossível falar sobre bateristas influentes na história do rock sem mencionar Keith Moon — e Mike Portnoy sabe disso. O titular das baquetas no auge do The Who foi a prova de que a indisciplina pode ser usada a favor da arte quando pontuada por senso melódico e um gênio inventivo.

Portnoy certamente faz parte de uma linha mais técnica e precisa. Nem por isso, o membro do Dream Theater e outros incontáveis projetos deixa de admirar o saudoso instrumentista britânico. Ao contrário, consegue identificar as nuances que o tornaram alguém especial em seu meio.

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Ele disse à Classic Rock, ao mencionar “Live at Leeds” (1970) como um dos discos que mudou sua vida:

“Este álbum realmente me mostrou as verdadeiras cores de Keith Moon e o fato de que ele era – para mim – o ponto focal do The Who. Nunca tinha ouvido outro baterista tocar com tanto caráter e personalidade antes. Era quase como se ele estivesse comandando as músicas. Você vê cenas da banda ao vivo e não consegue tirar os olhos de Keith. Mas se ouvir ‘Live at Leeds’ perceberá o quão incrível eles eram ao vivo. E, pessoalmente, não consigo tirar os ouvidos de Keith. Não consigo deixar de ouvir o que ele faz e ficar impressionado.”

The Who e “Live at Leeds”

Gravado no auditório da Universidade de Leeds, na Inglaterra, “Live at Leeds” foi o único trabalho ao vivo lançado enquanto a formação clássica do The Who ainda estava na ativa. A versão original trazia apenas seis faixas (das trinta e três executadas na apresentação), ganhando várias ampliações em reedições. O tracklist priorizou covers e músicas mais obscuras.

A capa simplória foi desenvolvida para que a gravação remetesse a um bootleg. A inspiração foi “Live’r Than You’ll Ever Be”, dos Rolling Stones, disponibilizado no mercado pirata meses antes. O álbum obteve disco de platina dupla nos Estados Unidos e ouro no Reino Unido.

Sobre Keith Moon

Nascido em Wembley, Inglaterra, Keith John Moon era uma criança hiperativa. Seu professor de artes o descreveu em registro como “retardado artisticamente, idiota em outros aspectos”.

Após ter aulas com Carlo Little, baterista do Screaming Lord Sutch, integrou suas primeiras bandas, o The Escorts e o The Beachcombers.

Em 1964 se juntou ao The Who, substituindo Doug Sandom. Tornou-se a figura mais carismática junto aos fãs, além de ser reconhecido como um dos principais músicos de todos os tempos, muito por conta de seu jeito pouco usual de abordar o instrumento.

Lançou o álbum solo “Two Sides Of The Moon” no ano de 1975. O título foi dado por Ringo Starr. Keith era padrinho de Zak, filho do Beatle e seu atual substituto no grupo que o consagrou.

Morreu no dia 7 de setembro de 1978, em decorrência de uma overdose medicamentosa agravada pelo consumo excessivo de álcool.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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